Após visitas a empresas como Amazon e Mercado Livre, fornecedora investe para agilizar tempo de atendimento ao cliente
Itu, SP – As expectativas com relação à manutenção do crescimento do mercado de reposição automotiva fizeram a diretoria da ZF na América do Sul se mexer. No ano passado a companhia iniciou um investimento R$ 18 milhões em seu centro de distribuição no Interior paulista, para modernizar e otimizar a capacidade de resposta aos pedidos de seus clientes. Os resultados estão sendo colhidos e um novo ciclo de aportes está sendo desenvolvido.
A inspiração para projetos de otimização veio de companhias do varejo, como Amazon e Mercado Livre, de acordo com Bruno Silva, gerente sênior de operações da ZF Aftermarket: “Precisamos admitir: a indústria automotiva, com relação à distribuição, está um passo atrás desses grandes varejistas do e-commerce. Então fomos visitar estas empresas para avançar nesta área”.
Instalada em Itu a esteira seletora, que começou a operar no fim do primeiro semestre, foi uma das tecnologias buscadas nas varejistas. Por ela passam caixas de produtos que, com base em informações definidas durante sua programação, separam os itens conforme os pedidos dos clientes.
Desta forma, segundo Silva, o ganho em eficiência chega a 30%: “Antes nossos operadores precisavam buscar item por item no estoque para preparar os pedidos de cada cliente. Agora as peças são retiradas das prateleiras e levadas à esteira seletora, que faz a separação para cada demanda, com capacidade de atender a 24 clientes ao mesmo tempo. Dá mais velocidade e precisão ao centro de distribuição”.
O centro da ZF Aftermarket em Itu mantém 18 mil posições em estoque de 15 mil códigos de produto diferentes. São movimentadas, diariamente, 120 toneladas de peças, enviadas a 850 clientes: “Pela esteira seletora só não passam peças muito pesadas, com mais de 11 quilos. Estas ainda são separadas pelos operadores manualmente. Mas cerca de 85% do nosso estoque é atendido por ela”.
Nova linha automatizada
Outro investimento que estreou recentemente foi o da transferência de embalagem do fluido de freio, item que, com a marca Varga TRW, a ZF mantém em torno de 60% de participação de mercado. Antes o processo era feito em Limeira, SP, mas com o aumento da demanda foi preciso ampliar.
“Quando decidimos pela ampliação optamos, também, pela transferência para Itu, porque fazia mais sentido ficar no centro de distribuição. Antes nossa capacidade era de encher 650 mil frascos em um mês e já em julho, no novo local, superamos 1 milhão de embalagens”.
Os fluidos de freio são produzidos por uma fornecedora e enviados em tanques para a ZF Aftermarket. As embalagens, que já chegam rotuladas de outro fornecedor, são colocadas na linha automatizada que leva os frascos ao enchimento e, depois, à colocação da tampa. Tudo robotizado.
“Há interferência manual apenas três vezes: na colocação da embalagem, das tampas e na retirada do frasco já cheio. O resto é tudo automatizado”.
A linha já foi pensada com capacidade para ser expandida no futuro se isto for necessário. Assim como o Centro de Distribuição, que hoje ocupa área de 20 mil m² e pode crescer até cinco vezes.
As perspectivas são otimistas: segundo Reynaldo Contreira, chefe da ZF Aftermarket para a América do Sul, a projeção é crescer 10% em volume de vendas de peças para a reposição em 2024: “E para os próximos anos não difere muito deste índice”.