Com seu melhor resultado mensal desde agosto do ano passado, a indústria automotiva produziu 213,3 mil veículos em novembro, o que representou crescimento de 22,4% em relação a outubro e de 21,8% no comparativo com o mesmo mês do ano passado. As vendas internas também cresceram no mês, exatos 12%, e a previsão do setor é ultrapassar 200 mil unidades produzidas também neste mês de dezembro.
Os dados foram divulgados na terça-feira, 6, pelo presidente da Anfavea, Antonio Megale, que admitiu ser difícil, apesar do bom resultado de novembro, atingir a meta de produção de 2 milhões 296 mil unidades este ano.
“Ficaremos entre 100 mil e 150 mil unidades abaixo da meta, o que equivale à perda de produção no ano de uma das nossas associadas”, comentou Megale, referindo-se ao problema da Volkswagen com um grupo de fornecedores que gerou, inclusive, a paralisação de suas fábricas por mais de um mês neste segundo semestre.
No acumulado de 2016 a produção atingiu 1,95 milhão de veículos, queda de 14,6% em relação às 2,28 milhões dos primeiros onze meses de 2015. Com relação às vendas internas a queda no ano é de 21,2%, com total de 1,84 milhão de veículos emplacados até novembro contra os 2,34 milhões de idêntico período de 2015.
Ao contrário da produção, o mercado interno deverá atingir volume bem próximo à meta da Anfavea para o ano, que é de 2 milhões 80 mil veículos. “Se ficar em torno de 2 milhões 50 mil consideramos que está dentro da projeção”, disse Megale, informando ainda que a média diária das vendas em novembro, na faixa de 8,9 mil unidades, foi a maior do ano.
O presidente da Anfavea também aproveitou o evento de divulgação do balanço mensal do setor para falar dos novos investimentos anunciados pelas montadoras em novembro, dentre os quais o de R$ 1,5 bilhão da MAN até 2021, o de R$ 7 bilhões da Volkswagen até 2020 e os R$ 600 milhões que a Toyota aplicará na fábrica de motores de Porto Feliz, SP. “Ainda não concluímos estudo sobre o novo montante a ser aplicado pela indústria automotiva no País porque sabemos que há novos investimentos a serem divulgados em breve”.
Estoques – O maior número de emplacamentos no mês passado – total de 178,1 mil contra 159 mil em outubro – contribuiu para a redução dos estoques nas fábricas e nas redes, que caiu de 209,2 mil unidades em outubro para 206,3 mil no mês passado. Segundo Megale, ainda há 7,7 mil trabalhadores afastados das linhas de produção, dos quais 5,2 mil em regime de PPE, Programa de Proteção ao Emprego, e o restante em lay-off.
O nível de emprego no setor baixou de 123,7 mil para 123,3 mil funcionários nos últimos dois meses. “Teve algumas demissões, mas também houve contratações”, comentou Megale. No ano a indústria automobilística reduziu seu quadro de mão de obra em 6,3 mil postos de trabalho.