Reduzir a dependência da indústria de caminhões e ônibus, avançando para o agronegócio, geração de energia e outros segmentos consumidores de motores a diesel, foi a estratégia adotada pela FPT, divisão de powertrain da CNH Industrial, para equilibrar os negócios durante o período de turbulência por qual passa o Brasil. Com isso – e investimentos mesmo na crise – a companhia elevou sua participação no País e na América Latina, especialmente nos motores agrícolas, segmento que menos sofre com a derrapada da economia nacional.
Somente este ano serão 49 lançamentos de versões de motores para máquinas agrícolas e rodoviárias, resultado de um longo investimento, cujos valores não foram revelados por Marco Aurélio Rangel, presidente da FPT. Além de elevar a cobertura do segmento com um portfólio mais diversificado, os novos produtos atenderão 100% das exigências das normas de emissão MAR-1, que entrará em vigor no ano que vem.
Todo este novo portfólio poderá ser visto na Agrishow, mais tradicional feira do setor do agronegócio que ocorre anualmente em Ribeirão Preto, SP. Pela primeira vez a companhia terá um espaço próprio na exposição, prova de que o setor ganhou importância dentro da FPT.
Pudera: no ano passado 40% das vendas de motores diesel da empresa foram para o setor fora de estrada, que só perde em importância – ao menos por enquanto – para caminhões e ônibus, no qual a FPT possui forte parceria com a Iveco e que detém metade dos negócios da companhia. Foi uma participação acima da média histórica, segundo os cálculos do executivo.
“Equiparemos 100% das máquinas da Case IH até o fim do ano”, comemora o presidente. Por mais natural que essa estratégia possa parecer, afinal Case IH e FPT fazem parte do Grupo CNH Industrial, ainda não havia uma cobertura completa. “No passado estávamos presentes em 80% do portfólio da marca”.
Mas o fornecimento não está limitado apenas ao Grupo: além de Case IH e New Holland Agriculture, a italiana Landini é outro importante cliente dos motores FPT, também presentes em outras empresas de irrigação. “No total possuímos mais de 70 clientes, em todos os segmentos”.
Outro setor destacado por Rangel foi o de geração de energia. Em 2015, impulsionado pela crise hídrica, a encomenda destes motores por pequenas indústrias e comércios cresceu e os negócios continuam bem na área.
Toda essa diversificação ajudou a suavizar a queda na produção da FPT no ano passado, que segundo Rangel chegou a 10%, inferior à média de retração do mercado nacional. Para 2016 o executivo projeta nova retração de 10%, mais uma vez em níveis mais baixos do que a concorrência. “O primeiro trimestre foi atípico em todos os segmentos. Acreditamos que a Agrishow possa dar um impulso ao menos no agronegócio”.
Rangel acredita que será o agronegócio quem puxará a retomada da economia brasileira no médio prazo. “Quando este setor vai bem, puxa a venda de caminhões, que acaba puxando a venda de automóveis. Apesar da queda nos preços das commodities, o câmbio ajuda a manter a rentabilidade. É preciso que eles retomem a confiança”.
A MAN entende que a atual crise vivida desde 2014 pelo mercado brasileiro de caminhões e ônibus já atingiu seu ponto máximo e, com base neste raciocínio, após toda uma série de ajustes realizados em sua estrutura ao longo dos dois últimos anos, está pronta para dar início a uma nova fase de crescimento no Brasil.

Após concluir o primeiro embarque de um lote de HB20X para o Paraguai – os primeiros modelos produzidos em Piracicaba, SP, exportados – a Hyundai trabalha para ampliar os destinos da família de compactos. Nos últimos meses a equipe de engenharia está debruçada no desenvolvimento de uma solução para que o HB20 ultrapasse a fronteira do Uruguai e da Argentina.