Automec espera apenas repetir números de 2013

A décima segunda edição da Automec, Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços, tem objetivos pouco ambiciosos neste ano: repetir os números vistos na última edição, realizada em 2013. Segundo a organização do evento 70 mil pessoas devem visitar os 1,2 mil expositores da feira, vindos de trinta países – são exatamente os mesmos dados observados há dois anos.

A maior feira de reposição automotiva da América Latina acontece em um momento que o segmento é responsável por números expressivos e em crescimento. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, IBPT, o setor de reposição de peças automotivas apresentou alta de 1,4% ao faturar R$ 105,8 bilhões em 2014. Atualmente cerca de 315 mil empresas atuam nesse mercado no País.

A Automec abrirá suas portas na terça-feira, 7, e receberá visitantes até sábado, 11, no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi, em São Paulo. Os expositores estarão distribuídos em quatro setores e perfis: peças e sistemas, reparação e manutenção, acessórios e TI e gestão.

Em nota João Paulo Picolo, diretor da Automec, afirmou que neste ano a feira contará com um aplicativo para smartphones, que funcionará como um manual para facilitar o deslocamento dos visitantes. “Por meio dele será possível conhecer os expositores do evento, os produtos que estão sendo mostrados, as principais atrações e a programação completa das atividades.”

Dentre os expositores da feira que apresentarão novidades está a NGK, que escolheu o evento para o lançamento de velas aquecedoras para motores diesel e bobinas de ignição, que chegam ao mercado no segundo semestre deste ano. “A Automec tem importância estratégica e é uma grande oportunidade para apresentarmos novidades tecnológicas ao mercado”, afirma Edson Miyazaki, diretor comercial.

A ZF Services, unidade de negócios do Grupo ZF dedicada ao mercado de reposição, terá um estande de 370 metros² na feira e demonstrará suas tecnologias em embreagens, amortecedores, componentes de direção, suspensão, transmissão e eixos. E lança linha de amortecedores leves Sachs para modelos importados que fornece como OEM, a exemplo de Volkswagen Jetta e Nissan Tiida.

A Tecfil terá um estande de 250m² e apresentará troca de óleo com um conceito renovado e sustentável. A área simulará a atividade mostrando ainda atrativos para fidelização e comodidade de clientes, como sala de espera e wi-fi, além de cuidados com o meio ambiente.

A Sabó também aposta na interatividade: seu espaço terá tablets para os visitantes conhecerem e curtirem a fanpage da empresa, painel personalizado para tirar foto e postar nas redes sociais e uma exposição real em vista de corte do funcionamento da transmissão automática de seis velocidades, utilizada em veículos híbridos, demonstrando a aplicação das juntas Sabó produzidas em alumínio com borracha vulcanizada.

Já a Riosulense levará um motor que, quando em funcionamento, permitirá ao visitante verificar seu mix de produtos. A empresa escolheu a feira como para o lançamento da campanha ‘Rumo aos 70 anos!’, que prevê ações que antecipam a comemoração deste aniversário.

A Delphi usará a feira para divulgar portfólio de cinco mil itens. Os visitantes poderão assistir palestras rápidas e interativas com informações sobre os produtos da empresa.

A Tenneco participará da Automec pela décima vez e lançará linha de conversores catalíticos Walker. Os componentes possuem 240 aplicações e são destinados inicialmente a veículos leves com motorização a gasolina, etanol e flex.

A MS Motorservice Brazil, divisão de aftermarket do Grupo KSPG, destacará novidades nas linhas de produtos das marcas Kolbenschmidt/KS, Pierburg e BF, que abrangem itens como pistões, anéis de segmento, camisas de cilindro, bronzinas, válvulas e bombas de água.

A BorgWarner também entra na lista das empresas com novidades e apresentará linha de turbos Durobilt e válvulas termostáticas no evento.

A Kostal Brasil, exibirá kits de acessórios para o novo Ford Ka e Volkswagen Up!, além de novidades em sua linha de alarmes.

A NTN-SNR participa da mostra pela primeira vez e mostra sua linha de produtos, como rolamentos de roda de terceira geração que equipam Ford EcoSport e Toyota Etios.

E a Bosch levará à feira o conceito de Oficina Modelo da rede Bosch Service, bem como lançamentos em equipamentos de diagnose e reparação.

Dentre os expositores internacionais destacam-se nove empresas italianas, em participação coletiva organizada pelo ITA, agência para a internacionalização das empresas italianas. O país é o segundo maior fornecedor europeu do Brasil, segundo a agência.

Além das novidades de fabricantes a Automec abrigará o Fórum Nacional de Reciclagem Automotiva na quinta-feira, 9. Realizado pelo Sincopeças, o evento discutirá e apresentará soluções sobre a reciclagem automotiva.

Também estarão no evento o IQA, Instituto da Qualidade Automotiva, organismo de certificação acreditado pelo Inmetro, e representantes da área de Certificação da Fundação Vanzolini. As duas organizações apresentarão soluções para certificação de componentes automotivos.

Chery em greve, dois meses depois do início de produção

Os funcionários da Chery em Jacareí, SP, decidiram entrar em greve por tempo indeterminado em assembleia realizada na segunda-feira, 6.

A paralisação acontece pouco menos de dois meses depois da Chery iniciar a produção em série na nova fábrica – ocorrida em 11 de fevereiro – e pouco mais de sete meses após a inauguração oficial da planta, em 28 de agosto de 2014.

Em entrevista à Agência AutoData o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, afirmou que a greve é resultado da negativa da empresa em negociar. “A Chery se recusa a reconhecer os direitos da categoria e a própria legislação do País. Por isso os trabalhadores ficarão parados por tempo indeterminado.”

Em nota a montadora afirmou que “desde a última reunião com sindicato em 25 de março, a Chery estuda a apresentação de uma nova proposta, mas tem dificuldades para atender às exigências do sindicato, que pede salários e benefícios similares aos de outras montadoras da região – a fabricante propôs reajustes salariais que variam de 10 a 12,6%, maiores do que média praticada pelo mercado, que gira em torno de 8%. Isto porque a montadora chinesa é uma empresa recém-chegada ao País, que começou a produzir para o mercado em fevereiro deste ano, com apenas um turno em funcionamento e cerca de 500 empregados, incluindo os administrativos”.

No comunicado a companhia afirma ainda que “para seguir com seu plano de expansão, mesmo diante de um cenário delicado do mercado automobilístico, a Chery tem mantido uma postura cautelosa e responsável para poder continuar a gerar empregos na região do Vale do Paraíba, em um momento em que a maioria das empresas tem congelado ou reduzido equipes. Isso sem desrespeitar a legislação ou pôr em risco a saúde e a segurança dos funcionários”.

Na avaliação da Chery, também na nota, “atender às exigências do sindicato na íntegra, neste momento, seria colocar em risco a saúde financeira e o futuro da montadora no País, que veio para ficar. A empresa está disposta a entrar em acordo com o sindicato, desde que isso signifique a estabilidade da Chery e de todos os seus funcionários”.

Ainda de acordo com o porta-voz da montadora os departamentos jurídico e de recursos humanos estão reunidos para formular novos tópicos de negociação e devem apresentar propostas nas próximas 24 horas.

Segundo o dirigente sindical haverá assembleias diárias para informar o andamento das negociações aos metalúrgicos. “Eles só retornarão ao trabalho depois que a empresa assinar a convenção coletiva da categoria.”

Macapá afirmou que a empresa pratica “salários inferiores aos das demais montadoras, terceirização ilegal, falta de equipamentos adequados para execução de tarefas, desrespeitos às normas de saúde e segurança no local de trabalho e má qualidade da alimentação”.

Segundo o sindicato a Chery pratica piso salarial de R$ 1,2 mil para o cargo de montador, enquanto um trabalhador com a mesma função na General Motors instalada na vizinha São José dos Campos tem salário inicial de R$ 3,5 mil.

A unidade de Jacareí fabrica o modelo Celer nas versões hatch e sedã. Por dia são fabricados de vinte a trinta unidades, segundo Macapá.

Implementos rodoviários: vendas caem 37% no trimestre.

O mercado de implementos rodoviários encerrou o primeiro trimestre em retração de 37% quando comparado com os primeiros três meses do ano passado. Dados divulgados na segunda-feira, 6, pela Anfir, associação que representa as empresas do setor, apontam que foram emplacados 23 mil unidades das linhas leve e pesada no período, ante 36,5 mil unidades em 2014.

A queda foi mais acentuada no segmento de reboques e semirreboques: 50,2% de retração, ou 6 mil 950 unidades – há um ano a linha pesada registrou 13 mil 950 licenciamentos. Já a linha leve registrou recuo de 28,9%, com 16,1 mil carrocerias sobre chassis comercializadas ante 22,6 mil unidades de janeiro a março do ano passado.

Em comunicado o presidente da Anfir, Alcides Braga, reiterou o pedido feito em reunião com o governo na sede do MDIC, no fim de março: “A indústria de implementos rodoviários precisa de medidas de suporte à retomada dos negócios”.

Segundo o dirigente o ministro Armando Monteiro garantiu que estudará o programa de renovação de frota, que, dentre outros itens, prevê a substituição de implementos rodoviários antigos por modelos mais novos e seguros. O aumento da participação do BNDES nos financiamentos dos produtos, outro pleito da Anfir, também será avaliado pelo ministério.

O diretor executivo da Anfir, Mário Rinaldi, afirmou no comunicado acreditar que o governo federal concederá incentivos para a retomada da atividade produtiva em geral:

“A economia brasileira precisa de medidas que reaqueçam a sua atividade. Qualquer movimento positivo nesse sentido trará reflexos positivos à indústria de implementos rodoviários”.

Strada: líder, com 62% do total por venda direta.

As vendas diretas embalaram o desempenho da Fiat Strada, líder do ranking de licenciamentos de automóveis e comerciais leves em março. Segundo dados da Fenabrave, das 9,9 mil unidades da picape emplacadas no mês passado 6,2 mil foram comercializadas por meio desta modalidade, ou 62% do total.

O volume de vendas diretas da Strada foi elevado. O segundo modelo com mais licenciamentos por meio deste tipo de comercialização no mês passado foi outra picape, a Volkswagen Saveiro, com 3,7 mil unidades – ou 58% de seu volume do mês.

O utilitário da Fiat liderou pela segunda vez na história o ranking nacional de automóveis e comerciais leves. A primeira foi há exatamente um ano, em março do ano passado, desempenho inédito para um modelo deste segmento no mercado.

No geral a Strada teve quatrocentas unidades vendidas a mais do que o vice-líder Chevrolet Onix. O hatch liderou o ranking do varejo, com pouca diferença sobre o Hyundai HB20, segundo mais vendido nesta análise – apenas dez licenciamentos atrás do modelo da General Motors.

Na classificação geral o compacto nacional da Hyundai ficou em quarto, com 9,1 mil licenciamentos, atrás também do Fiat Palio, terceiro com 9,2 mil unidades vendidas.

O Palio lidera o ranking acumulado do ano com 32,9 mil licenciamentos, seguido pelo Onix, com 29,9 mil emplacamentos, e pela Strada, com 29,8 mil unidades comercializadas.

Estreante no mercado, o Honda HR-V ficou na 33ª posição do ranking de março, com 2,4 mil licenciamentos.

Mercedes-Benz: novo recorde em automóveis em 2015.

O horizonte enxergado por Dimitris Psillakis, diretor geral de automóveis da Mercedes-Benz, não é nem um pouco parecido com o de seus colegas de setor. Enquanto executivos se desdobram para fechar as contas, ajustar excesso de estoque e minimizar o impacto da queda nas vendas de veículos no mercado local, o grego que desde 2009 mora no Brasil briga para conseguir mais modelos para as concessionárias da marca.

Segundo Psillakis o crescimento de 20% das vendas de automóveis Mercedes-Benz no primeiro trimestre foi prejudicado por falta de produtos. “Poderíamos ter crescido mais”, lamentou o executivo em entrevista exclusiva para a Agência AutoData durante a apresentação de três versões do GLA à imprensa.

O utilitário esportivo, um dos modelos a serem produzidos na futura fábrica de Iracemápolis, SP, será responsável por cerca de 30% das vendas locais de automóveis da companhia neste ano. Vendas que, segundo projeções de Psillakis, serão recordes, mais uma vez. Confira.

Como a alta do dólar afetou as importações de veículos Mercedes-Benz?

O dólar nos afeta como afeta a todos no dia-a-dia. A Mercedes-Benz tem um negócio bem ajustado no País, além de importar automóveis também exportamos caminhões, o que ajuda a balancear e minimizar os efeitos. Existem também dois fatores, o dólar e o euro, então podemos usar as fábricas da Alemanha e dos Estados Unidos, se for necessário. A alta do dólar traz um impacto forte nos nossos negócios, sim, mas não chega a ser direto.

Como foi o primeiro trimestre para o segmento de veículos premium? E para a Mercedes-Benz?

Para a Mercedes-Benz o primeiro trimestre foi bem bacana, crescemos mais de 20% nesses primeiros três meses, comparado com o mesmo período de 2014. E eu diria que poderíamos ter crescido até mais, porque a fábrica não nos entregou o volume encomendado. O nosso desempenho deu uma força ao segmento premium, que cresceu 10% no trimestre, o que é bastante motivador, uma vez que o mercado total teve queda de 17%. É o resultado dos investimentos que as marcas vêm fazendo do País, abrindo novas concessionárias, apresentando novos produtos e dando mais opções aos clientes, como os programas de financiamento.

Qual a expectativa para as vendas do segmento e para a Mercedes-Benz em 2015?

O segmento premium vai crescer. Talvez não no nível que esperávamos em 2014, 2013, quando fizemos os nossos planos, mas continuará crescendo. A Mercedes-Benz crescerá acima do mercado e ganhará participação, porque terá um ano cheio de novidades, de viabilidade de produção. Teremos desempenho superior ao do segmento e um novo recorde de vendas. E vamos continuar investindo, porque nosso plano de longo prazo é estabelecer um diferente patamar no País.

Vocês têm uma meta de participação de mercado no segmento?

Nós temos hoje em torno de 30% de market share dentre as três principais marcas do segmento premium [Audi, BMW e M-B]. Já ganhamos participação na comparação com o ano passado e a tendência é ganharmos mais no decorrer do ano. Não costumo falar qual é a nossa meta, mas queremos crescer proporcionalmente mais do que as outras marcas.

Em que estágio estão as obras da fábrica em Iracemápolis? O cronograma está sendo cumprido?

Está tudo dentro do cronograma, que é muito apertado e constantemente pressionado por fatores externos, como necessidade de licenças, as condições climáticas, etc. Mas estamos cumprindo o prazo. Em fevereiro fizemos o evento da pedra fundamental e concluímos todas as obras de terraplanagem. Agora estamos na etapa de construção dos prédios e já obtivemos todas as licenças necessárias.

As obras de construção dos prédios tomarão mais quantos meses?

A previsão é que acabe no último trimestre deste ano, quando entraremos na fase de preparação de produção. Os primeiros veículos sairão da nova fábrica no primeiro trimestre do ano que vem.

E quais serão os primeiros modelos?

Classe C será o primeiro. O GLA entrará na linha em torno de seis a sete meses depois e será o nosso segundo passo nessa fábrica.

A Mercedes-Benz ampliará sua rede de concessionárias este ano?

Vamos ampliar, sim. Já no ano passado inauguramos dez concessionárias, vamos inaugurar três em abril e temos planos de abrir outras três até o fim do ano. Vamos crescer e ampliar nossa cobertura, apoiado por esses novos modelos que estão tendo sucesso no mercado local.

Qual será o tamanho da rede quando a fábrica for inaugurada?

Esperamos ter mais do que cinquenta concessionárias, talvez 55, no começo de 2016. Vamos crescer a rede de acordo com o nível de vendas, é um plano que sempre vem sendo ajustado.

AEA anuncia diretoria executiva para mandato até 2016

A AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, anunciou na quinta-feira, 2, a composição de sua diretoria para o mandato 2015-2016. Até então apenas o presidente, Edson Orikassa, da Toyota, e seu vice, Sidney Oliveira, da Bosch, haviam sido empossados, o que ocorreu em janeiro.

Na nova composição da diretoria executiva da associação foram nomeados Nilton Monteiro como diretor administrativo, Marcus Vinicius Aguiar, da Renault, diretor de Relações Institucionais, Adriano Griecco, da General Motors do Brasil, diretor de Inovar-Auto, Márcio Azuma, da Honda, diretor de Emissões e Consumo de Motos, Paulo Jorge, da Mercedes-Benz, diretor de Emissões e Consumo de Pesados, além de Rodrigo Giglio, da Cummins, diretor de Fora de Estrada.

Completam o quadro da nova direção da AEA Vilson Tolfo, da Fiat, diretor de Segurança, Alfredo Castelli, da Magneti Marelli, diretor de Acreditação de Laboratórios, Rogério Gonçalves, da Petrobras, diretor de Combustível, Simone Hashizume, da JX Nippon, diretor de Lubrificantes, Carlos Barbosa, da Bosch, diretor de Pós-Vendas, Marcos Clemente, da Mahle, diretor de Eventos, Marcelo Massarani, da USP, diretor de Universidade e Koichiro Matsuo, da Textofinal, diretor de Comunicação.

A nova gestão é formada por vinte diretorias, sendo que antes eram 16. Ainda serão indicados os responsáveis pelas áreas de Marketing, de Emissões e Consumo de Leves, Eletroeletrônico, Estilo, Manufatura, Polímeros/Borracha e Pós-Vendas – as quatro últimas são as novidades.

Argentina encerra trimestre em queda de 28% nas vendas

O mercado argentino de varejo encerrou o primeiro trimestre de 2015 em queda de 28,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com números da Acara, associação local equivalente à Fenabrave no Brasil, foram licenciados no parceiro de Mercosul 157 mil 407 unidades na soma dos primeiros três meses de 2015 ante 219 mil 227 há um ano.

De acordo com o Tiempo Motor, parceiro editorial da Agência AutoData na Argentina, com o primeiro trimestre fechado a previsão da associação para o total do ano é de 600 mil unidades vendidas.

Em março, isoladamente, foram licenciadas 48 mil 236 unidades, queda de 6,6% ante mesmo mês do ano passado, de 51 mil 674. Apesar de índice de retração bem mais comedido que aqueles registrados em janeiro e fevereiro, a indústria se preocupa com o resultado pois o mercado apresentou dificuldades neste período no ano passado por conta de entrada em vigor do chamado Impuestazo, que elevou os preços de diversos modelos.

A Volkswagen liderou o mercado argentino no primeiro trimestre com 29 mil unidades vendidas, queda de 19,3%. Foi seguida por Ford, 22,3 mil e baixa de 13,7%, e Chevrolet, 20,7 mil, retração de 15,7%. Fecham os cinco primeiros do ranking Fiat, 18,2 mil, e Peugeot, 16 mil, ambas também com resultados negativos de 32,7% e 37,6%, respectivamente.

Por modelos o Volkswagen Gol lidera o primeiro trimestre na Argentina com 7 mil 419 unidades comercializadas, queda de 38,7%. Foi seguido pelo Fiat Palio, 6,7 mil, em crescimento de 7,8%, e Ford EcoSport, 6,3 mil e baixa de 19,3%. Ford Fiesta, 6,1 mil, menos 16%, e Chevrolet Classic, 5,7 mil e alta de 11%, completam o top-5 argentino do primeiro trimestre na escolha do consumidor.

Honda altera postos de diretoria na América do Sul

A Honda South America, HSA, anunciou diversas nomeações e alterações em sua diretoria na quinta-feira, 2, de efeito imediato. As mudanças, de acordo com comunicado da fabricante, têm “objetivo de aumentar a competitividade dos negócios e atender, cada vez mais, a demanda do mercado local”.

Na área industrial os brasileiros Júlio Koga e Carlos Eigi Miyakuchi assumiram, respectivamente, a vice-presidência das fábricas de motocicletas, em Manaus, AM, e automóveis, em Sumaré, SP.

Eigi acumulará o posto à função de presidente da Honda Energy, assumido em 2013 – com unidade geradora de energia eólica em Xangri-lá, Rio Grande do Sul.

Otávio Mizikami assumiu a diretoria executiva da fábrica de automóveis, posição ocupada anteriormente por Eigi.

Mudanças também na área comercial. Aqui, Alexandre Cury assumiu a diretoria da operação de motocicletas. Em automóveis, Marcos Martins de Oliveira foi promovido a gerente geral, e será o responsável pelas atividades de vendas e desenvolvimento da rede de concessionárias de veículos de quatro rodas, reportando ao vice-presidente comercial, Roberto Akiyama.

Alterações ainda na área institucional da fabricante. Sérgio Bessa, que ocupava o posto de diretor comercial de automóveis, assume como diretor de Relações Públicas para motocicletas, automóveis, produtos de força e assuntos corporativos na América do Sul. Este departamento faz parte da estrutura de Relações Institucionais, sob a responsabilidade de Paulo Takeuchi como diretor executivo e contempla também a atuação da empresa junto aos órgãos governamentais.

De acordo com a nota, “para compartilhar conhecimento sobre tecnologias e processos globais e seguir contribuindo com o desenvolvimento da gestão local, novos representantes da matriz japonesa também assumiram posições nas áreas administrativas, de produção, vendas e desenvolvimento de produtos na HSA”, mas seus nomes e cargos anteriores não foram divulgados.

A Honda deverá inaugurar sua segunda fábrica de automóveis no País, em Itirapina, SP, até o fim do ano.

 

Presidente da República recebe diretoria da Anfavea em Brasília

Uma semana após reunião com Armando Monteiro, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em São Paulo, a caravana de presidentes e executivos da indústria automotiva seguiu para o Palácio do Planalto, em Brasília, DF.

Na tarde de quarta-feira, 1º., os dirigentes foram recebidos pela presidente Dilma Rousseff e pelos ministros  Joaquim Levy, da Fazenda, Gilberto Kassab, das Cidades, e Aloizio Mercadante, da Casa Civil.

A pauta apresentada ao governo abrangeu temas como a perda de competitividade da indústria nacional, dificuldades no mercado interno e nas exportações, a efetivação do programa de renovação de frota – ainda que inicialmente para caminhões – e o fim de alterações nas condições de financiamento via BNDES, a exemplo da ocorrida na linha Moderfrota, na última semana.

Em entrevista coletiva concedida ao fim do encontro Mercadante afirmou que “trabalhará junto com a Anfavea para o avanço da indústria de automotores” e que o governo dará respostas às demandas em trinta dias. Porém, já antecipou entender que “o governo foi longe demais nas desonerações fiscais” – o que parece indicar que possíveis benefícios como a volta da redução do IPI estão descartados.

O ministro admitiu, ainda, que o governo precisa “ter mais foco na questão das exportações”.

A criação de um Plano Nacional de Exportações foi destaque. A indústria automotiva discutirá, nos próximos trinta dias, sugestões de projetos estruturantes para esse segmento.

Representantes da indústria ouvidos por AutoData, contudo, deixaram a reunião reticentes. Há quem considere o encontro positivo, ainda que minimamente. Fonte que participou do encontro afirmou à reportagem que “o governo formará grupos de estudo com a Anfavea para verificar maneiras de avançar em competitividade”.

Outros embarcaram frustrados no Aeroporto de Brasília. “Mostramos todo o contexto, o aumento dos custos fixos, a queda no faturamento e a dificuldade de manter postos de trabalho. Mesmo assim não há nada concreto, nenhuma medida que auxilie na retomada do mercado. Foi o mesmo discurso de sempre.”

Dentre os presentes estavam Antonio Megale, Arturo Piñeiro, Cledorvino Belini, Fernanda Villas-Bôas, Koji Kondo, Marcos Munhoz, Marcus Vinicius de Aguiar, Paulo Takeuchi, Philip Schiemer, Roberto Cortes, Rogério Rezende, Steven Armstrong, Valentino Rizzioli e Vilmar Fistarol.

AUTOPEÇAS – Ainda na agitada quarta-feira, 1º., a Camex anunciou inclusão de cinco itens na lista de autopeças sem produção nacional. De acordo com o órgão “a medida está alinhada à política industrial do setor automotivo, com o objetivo de aumentar a competitividade”. Os itens receberam reduções tarifárias de 14% e 16% para 2%.

São eles sensor indutivo de movimento, definido pela Camex como “componente para o monitoramento das rodas direcionais e de tração durante o processo de frenagem, que melhora a segurança e a eficiência dos veículos montados no Brasil”, módulos hidráulicos, ou “sistemas que permitem que cada roda trabalhe independentemente, de forma que elas não travem ou acelerem demasiadamente, dando maior segurança e estabilidade ao veículo”, unidades de controle eletrônico, “componentes que recebem sinais de entrada do interruptor mecânico de impacto instalado no veículo e controlam o acionamento das bolsas de ar e o pré-tensionador do cinto de segurança com base em sinais elétricos recebidos dos sensores de impacto e de deslocamento, módulos eletrônicos VMCU, “que funcionam como uma unidade central de comando, melhorando a tecnologia do caminhão, o que facilita o comando e melhora a efetividade de sistemas integrados” e módulos eletrônicos BBM, “que possuem a função de aumentar a confiabilidade dos sistemas relacionados à carroceria do veículo por meio da realização de verificações constantes dos parâmetros da rede, sendo responsáveis por monitorar os pedais de aceleração e freio, e efetuar os respectivos comandos nos sistemas de gerenciamento do motor, alimentação, frenagem e bloqueio”.

Ainda de acordo com a Camex a revisão da lista foi realizada “a partir de propostas apresentadas por entidades representativas do setor privado”.

Consumidores M-B estão mais jovens

A idade média dos compradores de automóveis Mercedes-Benz está diminuindo. A nova geração de modelos compactos da marca, formada pelo hatch Classe A, o monovolume Classe B, o utilitário esportivo GLA e o cupê CLA, tem consumidores até dez anos mais jovens do que os titulares dos demais modelos do portfólio.

Os dados foram levantados em pesquisas realizadas com consumidores brasileiros desde 2012, quando foi lançado o Classe B, primeiro da nova geração a ingressar no País. Na Europa a idade média diminuiu doze anos sob as mesma condições, de acordo com Dirlei Dias, gerente de vendas e marketing da Mercedes-Benz do Brasil.

Por aqui os modelos compactos têm compradores com média de idade de 38 a 40 anos, enquanto os outros modelos do portfólio são adquiridos por consumidores na faixa dos 47 a 49 anos. “Fazendo uma média ponderada, conseguimos reduzir a idade média do portfólio para 45 a 46 anos. Estamos melhorando.”

Rejuvenescer os consumidores dos automóveis Mercedes-Benz foi um dos desafios traçados pela Daimler há cinco anos. O design mais moderno da nova geração compacta, que deu lugar aos desenhos clássicos e elegantes dos modelos das gerações anteriores – e ainda aplicados nos automóveis dos degraus superiores do portfólio –, contribuiu para atrair esses clientes mais jovens na opinião do executivo.

Outro desafio traçado há cinco anos foi o de assumir a liderança global em vendas dentre as marcas premium até 2020. Nesse ponto a M-B também melhorou: após encerrar 2014 na terceira posição, assumiu a segunda colocação no fechamento do primeiro trimestre – superou a Audi.

A nova geração de veículos compactos também foi fundamental nesse ponto. Segundo Dias metade das vendas da M-B no Brasil será de modelos desse segmento. Em especial o SUV GLA, que será produzido em Iracemápolis, SP, a partir do segundo semestre do ano que vem e que ganhou três novas versões no mercado nacional, ainda importadas.

Juntaram-se ao catálogo do utilitário esportivo as versões 250 Vision e 250 Sport, com motor 2 litros turbo de 211 cv, por R$ 172 mil e R$ 190 mil, respectivamente. Também foi lançado um novo acabamento de entrada, o 200 Style, com motor  1,6 litro – e com ele agora o GLA parte de R$ 129 mil.

Dias projetou comercializar 6 mil GLA este ano. “Só não venderemos mais porque não temos como aumentar os pedidos à fábrica da Hungria. Desde o lançamento foram mais de 2 mil unidades licenciadas e a lista de espera aponta potencial de vendas 30% superior. Faltou carro em março, faltará em abril e só deveremos normalizar a demanda a partir de maio.”

Os modelos são importados com desconto no IPI majorado, graças às cotas do Inovar-Auto concedidas pelo MDIC após a aprovação do investimento na futura fábrica de Iracemápolis. O projeto segue de acordo com o cronograma e os primeiros modelos, do Classe C, deverão sair das linhas de produção em fevereiro de 2016.