As exigências para segurança veicular ficarão mais rígidas também para o segmento de duas rodas. Assim como ocorreu nos automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, sistemas de freio mais modernos e evoluídos serão obrigatórios para motocicletas, motonetas, triciclos e quadriciclos, de acordo com cronograma estabelecido pelo Contran e publicado na edição de terça-feira, 9, do Diário Oficial da União.
Mas há uma diferença: para estes veículos serão dois os sistemas disponíveis. Além do já conhecido sistema de antitravamento das rodas, ou ABS, há possibilidade do uso do sistema de frenagem combinada das rodas, o CBS. Para modelos com até 300 cm3 de cilindrada – ou potência de até 22kW no caso das elétricas – as montadoras poderão optar por um ou o outro e, acima disso, o ABS será a única opção.
A obrigatoriedade começa em 1º. de janeiro de 2016 para apenas 10% da produção ou importação, segundo o cronograma estabelecido pela Resolução 509 do Contran. Em 2017 o índice sobe para 30%, alcança 60% em 2018 e completa os 100% de 2019. O fabricante ou importador pode antecipar as metas, se assim desejar.
Ficam isentos da obrigatoriedade veículos militares, para uso exclusivo fora de estrada, de fabricação artesanal e ciclo-elétricos com potência de até 4kW e que não ultrapassem velocidade final de 50 km/h.
Segundo José Eduardo Gonçalves, diretor executivo da Abraciclo, a medida é uma vitória da associação, que há meses negocia a criação deste cronograma. “Um dos objetivos dos fabricantes é contribuir com o aumento da segurança. O assunto foi discutido por meses nas câmaras temáticas do Contran.”
Para Alexandre Pagotto, analista de marketing da Bosch – uma das fornecedoras de sistema ABS para motocicletas e histórica defensora da obrigatoriedade do componente para o segmento – a decisão representa grande avanço para a segurança no trânsito brasileira. Mas não significa automaticamente, porém, que a demanda seja atraente para a nacionalização do ABS para motocicletas.
“As motocicletas acima de 300 cm3 de cilindrada ainda representam volume reduzido dentro do mercado total. Para tornar viável a produção local seria necessário algo mais parecido com o que ocorreu no mercado europeu.”
Em agosto a Honda lançou no Brasil a primeira moto de baixa cilindrada equipada com freios CBS, a CG 150 Titan linha 2015 – acréscimo de R$ 180 ao preço. De acordo com a fabricante o sistema pode reduzir em até 20% a distância percorrida durante a frenagem.
Na Europa a obrigatoriedade do ABS vale para motocicletas acima de 125 cm3 – abaixo disso o CBS também é aceito. Lá o cronograma estabelece obrigatoriedade aos lançamentos a partir de 2016 e para todas as motocicletas 0 KM, produzidas localmente ou importadas a partir de 2017.

Uma conjunção de fatores traz otimismo aos fabricantes de motocicletas para o futuro, apesar do resultado negativo dos últimos anos. Mais uma vez a Abraciclo, a associação que representa o setor, divulgou projeções de crescimento para o ano que vem – fizera o mesmo para 2014, mas o cenário mostrou-se diferente daquele aguardado e o resultado final será oposto.
O diretor-geral da Citroën, Francesco Abbruzzesi, acredita que o mercado brasileiro de veículos voltará a crescer apenas em 2016. Pelos cálculos do executivo os resultados de venda do ano que vem deverão ficar muito próximos aos previstos para este ano, em torno de 3,3 milhões de veículos leves.
A Bosch fornece o controle do motor, parceria presente também no primeiro motor sem tanquinho do Brasil, inaugurado com o Peugeot 308, enquanto os turbocompressores são da BorgWarner. Do THP gasolina para o flex foram alterados sistema de injeção, cabeçote, pistões, anéis, bronzinas, mancais, velas e bomba de combustível.
Duas associações de distribuidores de veículos elegeram na sexta-feira, 5, novas diretorias: a Acav, Associação Brasileira dos Concessionários MAN Latin America, e a Abracaf, Associação Brasileira dos concessionários de Automóveis Fiat.
A Abracaf, por sua vez, reelegeu Guido Viviani como seu presidente para o mandato 2015-2016. O dirigente é titular da Viviani Veículos, de Rio Claro, SP, e no mandato 2013-2014 sucedera Luiz Romero Farias, titular da Blumare, de Maceió, AL, que também ocupou o cargo por dois mandatos.
O Conselho Superior será formado por Ricardo Reimer, do Grupo Schaeffler, Norberto Klein, da Fiat Chrysler, João Carlos Pimentel, da Ford, Francisco Nigro, da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, Reinaldo Muratori, da Mitsubishi, Mauro Ekman Simões, da MAN Latin America, Horacio Forjaz, Mário Guitti, do IQA, Vicente Abate, da Abifer, Antonio João Carmesini, da Embraer, Ricardo Gomes, da GKN Driveline, Ricardo Martins, da Hyundai, Gerson Fini, da Bosch, Celso Simomura, da Toyota, Luis Pasquotto, da Cummins, Paulo Alleo, da MAN Latin America, e Amaury Rossi, da Eaton.