Lula assina acordos e convida Malásia a investir em semicondutores no Brasil

São Paulo – Diante do temor da indústria automotiva brasileira de precisar interromper a produção por falta de semicondutores, por causa da decisão da China de proibir a Nexperia de exportar, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, aproveitou sua viagem ao Sudeste Asiático para avançar no assunto.

Além de assinar memorando de entendimento com o governo malaio na área dos semicondutores, que prevê desenvolvimento conjunto e apoio ao abastecimento da cadeia de suprimentos do segmento, segundo reportagem do Valor Econômico, Lula convidou empresários a investir na produção local dos chips:

“O Brasil está de braços abertos para receber empresários da Malásia”, afirmou o presidente. “Acabei de conversar com oito estudantes brasileiros que estão aqui na Malásia, se preparando, para que possamos ter empresas da Malásia fazendo investimentos no Brasil, na produção de chips. É uma coisa que nós precisamos, inclusive para evitar o risco da indústria brasileira terminar ou diminuir a sua produção por falta de chip em qualquer momento de crise nacional”.

De acordo com a reportagem do Valor a Malásia é uma das maiores fontes de compras de semicondutores dos Estados Unidos, com a instalação de diversas empresas, de lá e da Europa, no Norte do país, onde está concentrada a produção local. O plano do governo é que em dez anos a Malásia tenha importância semelhante a Taiwan no desenvolvimento e produção de chips.

Custo-benefício é o que mais atrai na assinatura de carros

São Paulo – Com o objetivo de identificar o que motiva potenciais clientes a aderirem a um plano de assinatura de veículos, quais perfis têm maior interesse e os desafios que ainda surgem no meio do caminho para emplacar de vez a modalidade, a Localiza&Co realizou levantamento chamado de Mobilidade Através das Gerações. Cedida com exclusividade a Agência AutoData a pesquisa, que considerou a avaliação de 1,6 mil pessoas em todo o País, apontou que para 71% dos entrevistados o custo-benefício é o principal atrativo para quem considera ter um carro por assinatura.

Outros benefícios levantados foram, para 41% dos consumidores, a possibilidade de ter um automóvel 0 KM todos os anos, para 37% o conforto, para 34% a conveniência de não se preocupar com a revenda do veículo e, para 32%, a praticidade com as manutenções.

Com relação às faixas etárias mais propensas à proposta o interesse se mostra presente em todas, o que foi considerado pela Localiza uma abertura geral para a solução. Os que demonstraram maiores possibilidades de aderir à modalidade foram os integrantes da Geração Z, nascidos de 1997 e 2010, com 51%. 

A Geração X, nascida de 1965 a 1980, também se mostra predisposta à assinatura de veículos, para 47% do total, índice semelhante ao da Geração Y ou Millenials, de 1980 a meados de 1990, com 46%. E mesmo para 45% dos Baby Boomers, nascidos entre 1946 e 1964, que tendem a valorizar mais a posse do veículo, o modelo é considerado em algum momento.

O levantamento da Localiza&Co citou dados da Abla, Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis, que apontam incremento de 44% na frota de carros assinados no Brasil ao longo do ano passado. Mas ressaltou que, apesar da receptividade com relação ao tema, o principal motivo para a adesão considerada ainda tímida é a falta de clareza sobre o serviço. 

Apesar de o momento econômico de Selic aos 15% ao ano e crédito restrito favorecer a locação em detrimento da aquisição de veículos o principal motivo apontado pelos que disseram que não optariam pela modalidade, 46%, é o fato de não entenderem bem como o modelo funciona, o que gera insegurança na decisão.

Segundo a Localiza&Co a pesquisa tem margem de erro de 2,5% e índice de confiança de 95%, com representatividade de idade, gênero, região e classe social. 

Produção de veículos segue normal mas com sinal amarelo

São Paulo – A produção de veículos segue seu ritmo normal nas fábricas brasileiras, apesar do fantasma da falta de chips, que voltou a assombrar a Europa e já apareceu por aqui, dando sustos que fizeram Anfavea e Sindipeças bater à porta do governo em busca de colaboração. A Agência AutoData questionou diversas empresas a respeito da situação e nenhuma informou haver impacto direto imediato, embora tenham acendido o sinal amarelo.

A Volkswagen, dentre as procuradas pela reportagem, foi a única a não descartar problemas no curto prazo, devido à “situação dinâmica”. A montadora afirmou, em nota, que busca opções alternativas de fornecimento para minimizar a situação.

Na Europa a companhia garantiu produção normal ao menos até o fim do mês, segundo reportagem da agência de notícias Reuters. Uma parada nas linhas do Golf e Tiguan na sexta-feira, 24, acabou gerando alarde, mas a empresa garante que fazia parte da programação para manutenção periódica dos equipamentos.

Ao jornal alemão Handelsblatt o chefe de produção da VW, Christian Vollmer, afirmou que encontrou fornecedor alternativo que pode compensar a perda das entrega dos chips da Nexperia, sem entrar em pormenores. Efeitos de curto prazo, porém, ainda não foram completamente descartados.

Os componentes produzidos pela Nexperia não são chips de alta tecnologia, mas de baixo custo com produção em massa. Operam em funções como interruptores e controles do volante, o que torna menos complicado encontrar fornecedores alternativos que entregam peças semelhantes.

A Renault afirmou, em nota, que mantém contato diário com os fornecedores, que também buscam soluções alternativas para comprar seus chips. No momento enxerga potencial impacto limitado, sem afetar lançamentos e produção. Da mesma forma a General Motors e a Hyundai afirmaram que não enxergam mudanças nas operações no curto prazo.

Efeito gerado nos outros degraus da cadeia

Uma fonte da indústria brasileira afirmou à reportagem que não são as montadoras que compram os semicondutores, mas seus fornecedores. Por este possível efeito pulverizado é difícil mapear com precisão a situação real do momento, por isto a preocupação e o alarde gerado pela Anfavea e pelo Sindipeças: se faltar um chip em um componente toda a produção pode ser comprometida.

A Anfavea calcula que um veículo pode ter de 1 mil a 3 mil semicondutores.

A Bosch admitiu que pode haver possíveis impactos em sua produção. Em comunicado global, sem citar países, afirmou na sexta-feira, 24, que “caso as restrições de controle de exportação persistam, não podemos descartar ajustes temporários na produção em algumas plantas da Bosch”. Alternativas de fornecimento tem sido procuradas também pela sistemista.

Em carta enviada ao ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, o Sindipeças afirmou que observou, nas últimas semanas, “redução significativa na disponibilidade de componentes eletrônicos essenciais para módulos de controle, sistemas de injeção e produtos de alta tecnologia aplicados em veículos leves, comerciais e industriais”.

Indústria já conviveu com falta de semicondutores

Crise semelhante ocorreu logo após a pandemia, quando faltaram semicondutores para veículos e a produção brasileira foi impactada. Na época, por causa dos lockdowns, as empresas do setor automotivo reduziram suas encomendas e, quando voltaram a pedir, os volumes haviam sido direcionados para outras indústrias, como as de celulares e computadores, que estavam aquecidas pela onda de trabalho remoto.

O caso atual é diferente: apenas uma empresa, a Nexperia parou de exportar a mando do governo chinês, em retaliação à decisão da Holanda de assumir o controle de sua subsidiária local. O problema é que a Nexperia manda altos volumes de semicondutores para a indústria automotiva.

Bajaj inaugura três concessionárias e soma 57 lojas no Brasil

São Paulo – A Bajaj anunciou a abertura de três novas concessionárias, totalizando 57 unidades no Brasil. As novas revendas estão em São Bernardo do Campo e São José do Rio Preto, SP, e Parnamirim, RN.

A unidade de Parnamirim integra o Grupo PW, cujos sócios têm mais de uma década de experiência no comércio de automóveis e motocicletas. O grupo também é responsável pelas lojas Bajaj em Mossoró e Natal, no mesmo Estado. A revenda abre as portas no sábado, 25. Em São José do Rio Preto a Bajaj InteriorSP é administrada pelo Grupo Toriba, com mais de 63 anos de tradição no setor automotivo. A loja inicia suas atividades na terça-feira, 28.

A concessionária de São Bernardo do Campo é administrada pelo Grupo Marello, que também tem unidades Bajaj em outras cidades paulistas, como Santo André, Santos e um dos endereços em São Paulo. A loja já iniciou as atividades e inaugura oficialmente em 1º de novembro.

Com as inaugurações a Bajaj contabiliza 26 endereços na Região Sudeste, sendo dezoito no Estado de São Paulo, e dezesseis na Região Nordeste. A empresa iniciou o ano com 31 revendas.

Fiat será mais uma vez patrocinadora do Lollapalooza

São Paulo – A Fiat acertou o patrocínio master da edição de 2026 do festival Lollapalooza, da qual já foi uma das parceiras em 2025. Mais uma vez a marca elegeu o Pulse como carro oficial do evento, que será realizado de 20 a 22 de março no Autódromo de Interlagos, na Capital paulista.

O logo da marca estará estampado em um dos palcos, o Perry’s by Fiat – em 2025 foram mais de 25 atrações nos três dias do evento, garantindo o bis em 2026.

Pirelli premia sete fornecedores em evento global

São Paulo – A Pirelli reuniu em sua sede em Milão, Itália, 85 fornecedores globais considerados estratégicos. Destes, sete se destacaram mais e foram reconhecidos no Pirelli Supplier Day 2025. A seleção levou em conta os fornecedores que trabalham com a empresa em 21 países. Requisitos como inovação, transformação digital, sustentabilidade, qualidade das matérias primas e dos serviços foram considerados.

Confira abaixo as categorias e os reconhecidos em cada uma delas:

  • O Prêmio de Inovação em Processos foi concedido à ZF, fornecedora de máquinas de teste internas.
  • O Prêmio de Inovação em Materiais foi conquistado pela Kuraray, fabricante de polímeros líquidos.
  • O Prêmio de Transformação Digital foi para a Servicenow, provedora de soluções para a digitalização dos processos de TI.
  • O Prêmio de Sustentabilidade foi concedido à Zincol Ossidi, supridora de produtos químicos.
  • O Prêmio de Qualidade foi atribuído à Ergon, fornecedora de óleos de processo.
  • O Prêmio de Excelência foi para a Helon Polytex, de reforços têxteis.
  • O Prêmio de Nível de Serviço foi concedido à Kuehne + Nagel Romania pelo início das operações no centro de distribuição da Pirelli em Slatina, Romênia.

Primeiro carregamento de Dolphin Mini deixa a BYD Camaçari

São Paulo – Duas semanas após a inauguração da fábrica de Camaçari, BA, a BYD despachou o seu primeiro lote de modelos montados. Cinco carretas e onze carros, carregando 55 Dolphin Mini na cor branca, deixaram o complexo rumo às concessionárias do Grupo Águia Branca, em Brasília, DF.

A viagem, de 1,4 mil quilômetros, deverá demorar de três a quatro dias, informou a BYD em comunicado. Novos carregamentos deverão sair nos próximos dias, com destino a outros estados.

TI Automotive nega intenção de fechar unidade de São José dos Campos, mas admite excedente

São Paulo – A TI Automotive, fabricante de tubulação de freios e de ar-condicionado automotivo de São José dos Campos, SP, tem passado por dificuldades que resultarão em cortes no efetivo ao longo do ano que vem. Diante de temor do fechamento da unidade na cidade os metalúrgicos aprovaram na quarta-feira, 22, junto ao sindicato local, greve por tempo indeterminado. A empresa negou a intenção de encerrar a operação mas admitiu excedente e, após negociação, foi acordada indenização que pode chegar a R$ 124 mil.

Tudo começou com paralisação de três horas na produção, como forma de pressão, no início da semana, o que levou a empresa a enviar documento ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região no qual admite que estava sofrendo redução gradativa de produção no setor que chama de fabricating, “seja por redução no volume de venda e/ou por falta de novos projetos de clientes”, e afirmava a existência de incertezas em torno do quadro de trabalhadores a partir de março de 2026.

A greve de um dia levou a TI Automotive à mesa com o sindicato e a fabricante negou a intenção de fechar a unidade, porém, reconheceu excesso de 56 metalúrgicos em um efetivo total que gira em torno de trezentos profissionais. Tem clientes como General Motors, Renault, Hyundai, e Stellantis.

Os rumores de fechamento da fábrica no Vale do Paraíba começaram quando a empresa foi adquirida, em abril, pelo grupo canadense ABC Technologies por aproximadamente R$ 13 bilhões. Na sequência teve início a construção de outra unidade em Espírito Santo do Pinhal, SP. Diante do medo de transferência da produção, somado ao cenário de maquinário obsoleto, salários defasados e ausência de respostas, o aviso de greve foi emitido.

Após as conversas acordo coletivo foi validado em assembleia realizada na quinta-feira, 23, e a paralisação foi encerrada. Além da indenização social de R$ 100 mil acrescida de 24 meses de plano médico ou, como alternativa, valor adicional de R$ 24 mil, foram acordados PLR, participação nos lucros e resultados, de R$ 10,8 mil, mais reajuste salarial corrigido pelo INPC somado a 1,5% de aumento real, e vale-alimentação de R$ 501.

De acordo com o sindicato o acordo aplica-se exclusivamente aos empregados horistas, ativos na folha de pagamento da empresa na data de sua assinatura, ficando expressamente estabelecido que novas contratações realizadas após esta data não serão contempladas com os benefícios e as condições previstas anteriormente.

Funcionários mensalistas não estão incluídos no que foi negociado, assim como pedidos de demissão de horistas. Empregados que se aposentarem no ano que vem também serão beneficiados. O acordo tem vigência até 2027.

Apesar da conciliação o secretário geral do Sindicato, Renato Almeida, chamou atenção ao preocupante processo de desindustrialização da região e do País: “Esta situação leva à perda de empregos, à redução da massa salarial e afeta a economia. Os governos não podem se omitir diante deste processo, que afeta diretamente os trabalhadores”. 

Almeida afirmou que, apesar da negativa da empresa sobre o fechamento, o sindicato permanecerá cobrando investimentos e novos projetos para a preservação de postos de trabalho na unidade.

A reportagem da Agência AutoData tentou contato com a empresa, sem sucesso. 

Mercedes-Benz e Be8 vão do Sul ao Norte para comparar emissões

São Bernardo do Campo, SP – Quatro veículos Mercedes-Benz partiram de Passo Fundo, RS, rumo a Belém, PA, para comparar as emissões do diesel B15, encontrado nas bombas de combustível brasileiras, com o Bevant, desenvolvido e produzido pela gaúcha B8. A caravana rumo à COP 30, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas 2025, busca comprovar como o biodiesel B100 pode colaborar com a descarbonização do transporte.

São dois caminhões Actros 2553 6×2, com o motor OM471, e dois ônibus O500RSDD com motor OM460. Um caminhão e um ônibus serão abastecidos com B15 em todo o trajeto, de mais de 4 mil quilômetros, e os outros com o combustível Bevant, que diz ter potencial de reduzir até 99% as emissões de GEE, do tanque a roda, quando comparado com o diesel fóssil.

O Bevant é um biodiesel mais avançado, produzido a partir das mesmas matérias-primas do B15 ou do HVO, como óleos vegetais de soja e girassol, gordura animal ou óleo reciclado. A diferença está em seu processo produtivo, que lhe confere diferentes características. Seu preço supera em 10% o biodiesel mas é 50% inferior ao HVO.

“Conseguimos esta diferença de preço por ser um biocombustível nacional, com capex e custo de produção inferior ao HVO e possibilidade de larga escala de produção”, afirmou Erasmo Carlos Battistella, presidente da B8. “A B8 mantém cinco fábricas de biocombustível no Brasil e podemos facilmente ampliar a produção do Bevant”.

Os caminhões e ônibus terão suas emissões medidas em quatro etapas. A primeira, com a parada na fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, SP, conferiu 65% menos emissões de GEE aos modelos com o Bevant: “Só não foi mais porque aqui no Brasil é utilizado o B15”.

Todo o trajeto está sendo acompanhado por equipes de desenvolvimento da Mercedes-Benz e da B8, além de auditores do Instituto Mauá de Tecnologia. A segunda parada será em Brasília, DF, para apresentar o projeto ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Depois param em Palmas, TO, e finalmente em Belém, PA, onde o caminhão será exposto no estande da B8 na COP 30, de 10 a 21 de novembro.

Para garantir a lisura das comparações os caminhões carregam 20 toneladas de alimentos, com cerca de 1,7 mil cestas básicas que serão distribuídas a comunidades no Pará.

Cummins anuncia a produção de novo eixo no Brasil a partir de 2026

São Paulo – A Cummins anunciou novo eixo que passará a ser produzido no Brasil a partir de 2026: o modelo MT17XHE, resultado de sete anos de desenvolvimento global e com produção contínua na Europa desde 2020. Previsto para a unidade de Osasco, SP, será fabricado em versão atualizada, equivalente à segunda geração do projeto.

Segundo a Cummins o eixo tandem MT17XHE é o mais moderno, eficiente e tem a maior capacidade de carga da categoria já produzido pela companhia para aplicações estradeiras 6×4 sem redução no cubo. Dedicado ao transporte pesado e de longa distância, promete reduzir perdas de energia da transmissão ao eixo.

O projeto do novo tandem encontra-se atualmente em fase de validação e nacionalização de componentes, conduzido pela equipe de engenharia da Cummins no Brasil.

No primeiro trimestre de 2026 serão realizados testes de campo com montadoras parceiras. A produção regular está programada para 2027, consolidando o eixo como um dos principais produtos do portfólio nacional da divisão.

O plano prevê que, até 2030, o produto atinja índice de 40% a 50% de conteúdo local.