São Paulo – A ZF anunciou a nacionalização da ECU, unidade de controle eletrônico, para o sistema de freio de veículos comerciais. Depois de mais de doze anos produzindo componentes eletrônicos para veículos leves no Brasil a companhia começa a expandir o portfólio para caminhões e ônibus, com produção em Limeira, SP
Com a ECU nacional é possível adicionar tecnologias como ESC, controle de estabilidade, HSA, assistente de partida em rampa, ATC, controle de tração, e ABS, sistema antitravamento das rodas. Destes itens o ESC tornou-se obrigatório em todos os veículos comerciais pesados e implementos rodoviários produzidos no Brasil desde janeiro de 2025.
ECU, unidade de controle eletrônico
Segundo a ZF a localização da produção abre oportunidades para as montadoras avançarem com o uso de novas tecnologias eletrônicas em seus veículos, garantindo também um maior índice de componentes locais. O ECU será produzido seguindo o mesmo padrão da Europa e, com isso, não demanda uma nova homologação com as montadoras que já compram o item importado da ZF.
São Paulo – O Grupo Sada anunciou o investimento de R$ 1,1 bilhão na produção de etanol de milho. Dois projetos de usinas estão sendo construídos em Jaíba, MG, e Montes Claros de Goiás, GO. A proposta é operar de forma contínua durante o ano todo, atenuando a sazonalidade da cana-de-açúcar e garantindo oferta mais estável de biocombustível no mercado.
As obras da Usina Eber Bio, em Montes Claros de Goiás, foram iniciadas no primeiro semestre, e já tem 30% de execução concluída. A unidade terá capacidade de armazenagem de 160 mil toneladas/ano e a produção de etanol de milho prevista é de 180 milhões de litros/ano. A previsão de início da operação da produção industrial é no segundo semestre de 2026.
O projeto da Usina Sada Bionergia, em Jaíba, está em fase de licenciamento ambiental. Sua capacidade de armazenagem é de 120 mil toneladas de milho e a produção de etanol de milho está prevista em 180 milhões de litros/ano. A projeção de conclusão do silo é setembro de 2026, com início da operação da produção industrial em 2027.
A partir deste mês o grupo realiza eventos com produtores de milho nas cidades de Canarana e Querência, MT, Rio Verde e Paraúna, GO, e Luís Eduardo Magalhães, BA, a fim de assegurar o fornecimento do insumo. Outras edições, ainda com datas a serem definidas, ocorrerão em Jaíba e Montes Claros de Goiás.
Vittorio Medioli, fundador e presidente do Grupo Sada, afirmou que o aporte “é fundamental para ampliar a presença do conglomerado na agroindústria e diversificar seu portfólio e fortalecer nossa posição em um dos segmentos mais promissores da economia brasileira”. A produção de etanol de milho também será complementar à operação da Sada Combustíveis por meio de suas onze bases de distribuição em nove estados.
São Paulo – As ações da Tesla valorizaram 48% desde 5 de junho, quando o CEO e fundador da empresa, Elon Musk, discutiu publicamente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No dia da discussão, porém, a Tesla perdeu 14% do seu valor de mercado, cerca de US$ 150 bilhões.
Cada ação da empresa caiu para US$ 284,70 logo após o embate, mas subiu para US$ 421,62, valor atual. Isso significa que quem investiu US$ 1 mil em 5 de junho, tem quase US$ 1,5 mil em valor nominal da ação.
A retomada do seu valor de mercado foi impulsionada pela compra de ações de US$ 1 bilhão que Musk realizou e pela produção global recorde de 410 mil carros no segundo trimestre.
São Paulo – Dentro de duas semanas Fernando Silva assume, oficialmente, novos desafios dentro da Volkswagen: é o sucessor de Roger Corassa, que deixa a empresa, na vice-presidência de vendas e marketing para a América do Sul. Tem a missão de dar continuidade aos bons resultados entregues pelo seu antecessor, dos quais ele mesmo dá a dimensão:
“Nos últimos três anos crescemos em volume o equivalente às vendas da Toyota”, afirmou, ao concluir que este ano serão vendidos 160 mil Volkswagen a mais do que o volume de 2022, ano em que assumiu a diretoria de vendas, cargo que deixará em 1º de outubro. “Nós faturamos, hoje, a produção do dia. É o sonho de toda montadora”.
Mais do que o crescimento de 10% nas vendas de modelos VW do acumulado de 2024 para o mesmo período deste ano, Silva destacou o bom desempenho da marca no varejo, o segmento que traz mais rentabilidade. No canal, que acumula recuo de 2,8% no geral, a Volkswagen cresce 15%.
“Todo mundo fala na invasão chinesa, mas a Volkswagen tem conseguido bons resultados diante do mercado que está ficando mais competitivo. É uma junção de diversos fatores: engajamento da companhia, da rede e bons produtos, que nos colocam em posição de destaque em todos os segmentos do mercado.”
Cita como exemplo o Tera, mais recente lançamento, que ainda não está com as entregas equalizadas. Silva confessou que o plano de ramp up da produção em Taubaté, SP, foi acelerado para conseguir atender à demanda. Calcula que serão vendidos cerca de 50 mil unidades do SUV até dezembro: “É um volume que coloca o carro no Top 3 do mercado. E ele puxou vendas de outros modelos, como o Nivus e o T-Cross”.
Engajamento
Outro fator decisivo para o bom desempenho, segundo Silva, é o engajamento interno. Segundo ele todas as áreas estão focadas no resultado: “Todo mundo aqui sabe que pode ajudar a vender carro, que pode contribuir para crescer esta participação. E se dedica a isso, levanta a bandeira de fazer negócio. Cada 0,1 ponto a mais de participação importa”.
O próprio diretor de vendas tem agenda semanal com o CEO Ciro Possobom, em reuniões nas noites de segunda-feira, quando todo o plano é revisto e ajustado: “Não temos zona de conforto dentro da Volkswagen. Nos desafiamos todos os dias”.
Com a rede também existe sintonia e trabalho de dados, segundo Silva: “Quando identificamos que há menos conversão que o previsto, conversamos para entender a razão. O nível de pormenor em que entramos não existe na indústria local”.
Liderança no futuro?
Todo o trabalho tem um objetivo que, segundo o novo vice-presidente de vendas e marketing, será natural: a liderança do mercado brasileiro. “A liderança é uma consequência de todo esse trabalho que vem sendo feito, que tem se mostrado eficaz.”
Para chegar a ela, porém, ainda existem peças que chegarão ao portfólio nos próximos meses. Uma delas é a picape que sairá das linhas de São José dos Pinhais, PR, na qual Silva aposta suas fichas, mesmo mantendo ainda o mistério com relação a posicionamento. É um segmento no qual a atual líder Fiat domina com a Strada e a Toro e a Volkswagen vem conquistando bons resultados com a Saveiro, ainda que esteja mais defasada do que a concorrência.
A sucessora da Amarok, que será produzida na Argentina com base na chinesa SAIC Maxus Starcraft X, é outro ingrediente importante para que a receita da liderança saia do forno.
A expectativa é que as duas estejam no mercado em 2027. A consequência, portanto, passa a ter um esboço de prazo no horizonte.
São Paulo – Luiz Fernando Guidorzi foi contratado como o novo diretor de marketing da GAC, sucedendo a Marcello Braga, que deixou a empresa no mês passado. Com vinte anos de experiência ele passou por empresas como JLR, Stellantis, Meta e GWM. Estava na Maple Bear, rede de escolas particulares, como diretor de inteligência de marketing e expansão.
Foi o responsável pelo reposicionamento da marca Land Rover e pelos lançamento do Range Rover Evoque e Discovery Sport. Na Stellantis esteve à frente do lançamento do Jeep Compass e foi um dos responsáveis por lançar a marca GWM no Brasil.
O Fiat Pulse é responsável por protagonizar algumas das maiores revoluções da marca ao longo dos últimos anos. O primeiro SUV da Fiat no Brasil foi um projeto desenvolvido sob medida para o nosso mercado. Em 2024, juntamente com o Fastback, o Pulse ampliou o acesso à tecnologia híbrida. Sucesso desde o seu lançamento, ele já atingiu o marco de 200 mil unidades produzidas, e agora, o modelo que é reconhecido por oferecer alto nível de tecnologia, performance e um design marcante, chega com novidades na linha 2026 para ficar ainda mais competitivo.
Com uma grade frontal redesenhada com linhas verticais, nova grade inferior e para-choque redesenhado, o modelo apresenta visual mais moderno e imponente. A atualização não é apenas estética: a versão Impetus T200 Hybrid passou a oferecer o pacote Sunroof, com teto panorâmico, elevando o conforto e a sensação de sofisticação do veículo.
Para a linha 2026, a Fiat trouxe novas versões para a gama do Pulse. A versão Drive 1.3 MT, equipada com o icônico motor Firefly, retorna como opção de entrada da linha, permitindo ainda mais acessibilidade ao modelo. Já a nova versão Turbo 200 AT ocupa posição de entrada do conhecido e cultuado motor turbo. Com o motor mais potente da categoria, o modelo entrega 130 cv de potência e 200 Nm de torque quando abastecido com etanol. Com essa nova versão, além de ampliar seu lineup, a marca traz uma versão ainda mais acessível ao consumidor, incluindo o canal PcD. Com o novo lineup, o Pulse se consolida como um modelo extremamente versátil, que tem em sua gama três opções de motorização com o 1.3 Firefly, T200 e T200 Hybrid, sendo esta última, a única opção híbrida da categoria.
Internamente, o Pulse 2026 recebeu melhorias pontuais, como o revestimento em couro nas portas da versão Impetus e o interior escurecido na versão Drive 1.3 MT, aumentando a percepção de qualidade. A versão Audace ganhou novas rodas, reforçando o apelo visual do modelo. Todas essas atualizações consolidam o Pulse como um produto que evoluiu alinhado às demandas do consumidor brasileiro, combinando design, tecnologia e opções de motorização híbrida, reforçando seu potencial para se destacar no mercado.
Em segurança, o modelo oferece o ADAS a partir da versão Audace como opcional e standard na Impetus, em pacote que inclui frenagem automática de emergência, assistente de permanência em faixa, e a comutação dos faróis, que define entre o farol alto e baixo automaticamente.
Jipão raiz
Com o Tank 300, lançado em abril, a GWM iniciou sua segunda fase de lançamentos no Brasil. Equipado com motor híbrido plug-in (elétrico + 2.0 turbo a gasolina) que entrega 394 cv e 750 Nm de torque, o modelo tem autonomia de até 75 km no modo elétrico.
Oferece recursos avançados como bloqueio eletrônico de diferenciais, marcha reduzida, Tank Steering e impressionante capacidade off-road, sua plataforma Hi4T é exclusiva para uso fora de estrada e objetiva atingir principalmente o mercado agropecuário.
Internamente, alia sofisticação e conforto com acabamento refinado, bancos com massagem, isolamento acústico e dois displays de 12,3.
Passo adiante
O novo Nissan Kicks marca a evolução de um dos SUVs mais vendidos do Brasil, com design renovado, mais tecnologia e eficiência. Produzido em Resende (RJ), o modelo é equipado com motor 1.0 turbo flex de 3 cilindros com 125 cv e câmbio de dupla embreagem com modo Sport, garantindo boa performance com baixo consumo — média de 14,3 km/l na estrada (gasolina).
O novo Kicks traz pacote completo de segurança ativa, com alerta de colisão frontal, frenagem automática de emergência e assistente de permanência em faixa, além de seis airbags de série. A conectividade é garantida por uma central multimídia de 12,3” com Android Auto e Apple CarPlay, integrada a um painel de instrumentos digital.
Com novo design frontal e traseiro, rodas de até 17”, e acabamento interno aprimorado, o SUV entrega sofisticação sem perder o foco na acessibilidade. O lançamento impulsionou a presença da Nissan no segmento de SUVs compactos, fortalecendo sua posição estratégica no mercado nacional.
Fusca, Gol e Tera
Foi a própria Volkswagen que o colocou na mesma prateleira de Fusca e Gol já no ato da apresentação. Não é pequena a expectativa da marca, portanto, com seu novo SUV, ou SUVW, como ela gosta de nomear. Não é à toa que é, até agora, o modelo VW mais falado no mundo em 2025. A Volkswagen investe R$ 20 bilhões na Região América do Sul até 2028, com foco na renovação do portfólio – serão 21 lançamentos, com destaque para o desenvolvimento de produtos híbridos locais, em linha com o plano global de descarbonização. A empresa investe permanentemente em mobilidade sustentável, conectividade e digitalização como tópicos estratégicos
Chega em quatro versões, com preços entre R$ 100 mil e R$ 140 mil, posicionando a marca estrategicamente na entrada do segmento de SUVs compactos, que já representa 25% das vendas de veículos leves no Brasil.
Fabricado em Taubaté, o modelo foi 100% desenhado, desenvolvido e produzido no Brasil. Gerou 260 novos empregos para aquela planta, dos quais 40% são mulheres, além de 2.600 empregos indiretos na cadeia de fornecedores – são exatas 241 empresas de autopeças que suprem a produção do modelo. Para a chegada do Tera, a VW fez investimentos em todas as áreas de produção e logística da fábrica de Taubaté.
Ele fez realmente muito barulho. No Open Doors de vendas, registrou 12 mil pedidos em 50 minutos. Foi o maior da história da Volkswagen do Brasil. E o sucesso tende a atravessar fronteiras: o Tera já começou a ser exportado para mais de 20 países.
Todas as versões contam com um pacote completo de segurança: seis airbags, frenagem automática de emergência (AEB), controle eletrônico de estabilidade (ESC), controle de tração (ASR), detector de fadiga e monitor de pressão dos pneus. Nas versões mais equipadas, Comfort e High, há ainda controle de cruzeiro adaptativo (ACC) e assistente ativo de permanência em faixa.
Além de conectado, o Tera eleva a experiência do cliente, por meio da Inteligência Artificial com o inédito assistente virtual Otto, uma nova forma de pensar, dirigir e interagir com o mundo. O Otto estreia no sistema VW Play, desenvolvido no Brasil em parceria com a Accenture. A Volkswagen é a primeira marca no Brasil com lA automotiva própria.
São Paulo – Fabricantes de chassis de ônibus celebram a retomada do setor nos últimos três anos, após uma década de dificuldades, com destaque para este, que sustenta crescimento de 11,7%, com 21,2 mil unidades produzidas de janeiro a agosto. No entanto, não ignoram sinais de que este bom desempenho pode sofrer uma pausa e refletir em ligeira queda em 2026.
Foi o que disseram Walter Barbosa, vice-presidente de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz, Jorge Carrer, diretor de vendas de ônibus da Volkswagen Caminhões e Ônibus, e Paulo Arabian, diretor comercial de ônibus da Volvo, durante participação no Fórum AutoData Perspectivas Ônibus, na terça-feira, dia 16.
Barbosa citou a expansão das vendas, no acumulado do ano, de 14%, com 15,6 mil unidades, e ressaltou que, até o momento, o rodoviário é o único segmento a registrar queda, de 5%, com 1,5 mil vendas.
O destaque ficou por conta dos escolares, impulsionados pelo Caminho da Escola, com avanço de 30% e 3,4 mil unidades. Em segundo lugar está o fretamento, com 1,8 mil unidades e alta de 26%. Pilar do setor, o urbano emplacou 5,8 mil ônibus, incremento de 11% e, os micro-ônibus, 3,1 mil unidades, acréscimo de 9%.
Walter Barbosa, vice-presidente de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz.
“Tivemos um sinal de alerta ao vermos queda de 27% dos emplacamentos em agosto, a primeira do ano. Agora os efeitos da Selic a 15% ao ano, que leva os juros na ponta a taxas de 18% a 20% ao ano, começam a afetar o interesse do operador. O custo é extremamente alto para motivá-lo a renovar a frota”, disse o executivo da Mercedes-Benz.
Arabian complementou que a redução do dólar da casa dos R$ 6 para R$ 5,30 não ajuda o segmento, uma vez que beneficia o aéreo e, segundo ele, tende a conquistar os potenciais clientes de ônibus em viagens futuras:
“Sem contar que existe, nitidamente, estoque formado nas montadoras e não há desova neste mesmo ritmo. É difícil vir de anos bons e lidar com pressão inflacionária que não é contida pelos juros altos, aumento dos preços dos combustíveis, como diesel e gás, e do tíquete médio da carroceria. Isto deteriora a margem de ganhos”.
Paulo Arabian, diretor comercial de ônibus da Volvo.
O executivo da Volvo pontuou que as dificuldades econômicas tendem a deflagar redução dos postos de trabalho nas empresas, o que diminuirá a demanda pelo fretamento. Perguntado sobre reflexo na produção da montadora ele disse que o modelo industrial modular permite ajustes na demanda conforme a produção, além da maior busca por mercados externos, a fim de compensar a possível estagnação do mercado interno. “Existem outras ferramentas além de férias coletivas.”
Carrer contou que como na VW Caminhões e Ônibus no último trimestre já é costume tirar o pé do acelerador na produção de chassis, não é preciso fazer mudanças drásticas. “No máximo ajustes nas horas trabalhadas, por exemplo, nas jornadas extras dos sábados, ou no segundo turno de produção, readequando o produto. Mas, com a nova licitação do Caminho da Escola acreditamos que se refletirá na produção já no início do ano que vem.”
Jorge Carrer, diretor de vendas de ônibus da Volkswagen Caminhões e Ônibus
A Volvo não tem produtos para entrar na briga pelo programa do governo federal e a Mercedes-Benz buscará voltar ao páreo, após ter ficado de fora no último leilão. Barbosa acredita que, por se tratar de ano eleitoral, os pedidos deverão se concentrar no primeiro semestre: “Imagino, no máximo, uns 3 mil carros, o que já é positivo, dado o cenário”.
São Paulo – A Mercedes-Benz colocará cerca de 500 trabalhadores da sua fábrica de São Bernardo do Campo, SP, em layoff. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC 250 funcionários da área de CKD de caminhões e ônibus serão afastados de novembro a fevereiro e outros 280 da produção de ônibus de novembro a janeiro.
A principal razão, de acordo com a entidade, é a venda da fábrica de Virrey del Pino, na Argentina. A Open Cars assumiu a produção local da Sprinter até 2030 e as operações de caminhões e ônibus estão sendo transferidas para Zárate, onde a Mercedes-Benz constrói um centro logístico. O processo fará com que a produção local precise ser paralisada e, por esta razão, os trabalhadores foram afastados.
Em nota a Mercedes-Benz acrescentou que houve também ajustes no programa de produção: “A medida foi necessária em função da suspensão temporária da exportação de CKD e agregados, motor, eixo, câmbio e cabine, para a Argentina, que está transferindo sua manufatura local para um novo local e também de ajustes do programa de produção de ônibus”.
Na nota a empresa fala em layoff de quinhentos trabalhadores, de diversas áreas, por até cinco meses a partir de novembro.
“Durante o período de layoff os empregados terão seus salários líquidos e benefícios preservados, conforme previsto em acordo coletivo, além da oferta de programas de qualificação profissional”.
São Paulo – De 23 mil a 24 mil unidades comercializadas até dezembro, alta de 5% sobre 2024. Esta é a expectativa de Caio e Marcopolo, duas tradicionais fabricantes do mercado nacional, que participaram do Fórum AutoData Perspectivas Ônibus, na terça-feira, 16. Não significa, entretanto, que as coisas caminham muito bem para a indústria.
Ricardo Portolan, diretor de operações comerciais de mercado interno e marketing da Marcopolo, analisou o resultado de vendas de 2025 de duas formas:
“Pelo lado positivo será o melhor volume dos últimos dez anos, algo muito positivo. Porém se pegarmos a média de vendas de 2004 a 2014, a década anterior, foi de 25 mil unidades por ano”.
Maurício Cunha, vice-presidente do Grupo Caio, disse que o encolhimento do mercado foi puxado por alguns fatores:
“O cenário atual está complicado pelas altas taxas de juros. Mas o mercado retrocedeu por outros fatores também, como uma demanda por veículos elétricos sem o planejamento adequado, assim como a falta de política pública de renovação de frota e as oscilações do programa Caminho da Escola”.
Para um futuro melhor da indústria de ônibus, com a volta de volumes maiores, Portolan sugeriu algum movimento para baixar as taxas de juros dos financiamentos, que estão afetando todo o mercado, principalmente o segmento de maior volume, que é o urbano.
Cunha acredita que junto é necessário um movimento de renovação de frota por meio da compra de mais veículos Euro 6, que poderiam substituir os mais antigos, resultando em menores emissões, junto com uma redução do custo Brasil.
São Paulo – A indústria de ônibus vive um bom momento em 2025. Mas o cenário é desafiador e deverá piorar a médio prazo, avaliou Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea, que participou do Fórum AutoData Perspectivas Ônibus, na terça-feira, 16:
“A taxa Selic em 15% torna os financiamentos de ônibus proibitivos, pois quem compra está pagando 20% a 22% de juros. Quem investe R$ 100 milhões em veículos paga até R$ 22 milhões só de juros”.
Para Saltini a taxa segue sendo o principal alerta para 2026. Segundo ele se não começar a cair a demanda será bastante afetada, algo parecido com o que está acontecendo no segmento caminhões pesados neste ano. A instabilidade global também é outro ponto de atenção para 2026.
Ele entende que a elevação dos juros é uma ferramenta para combater a inflação no Brasil, porém, ele questiona a necessidade de juros tão altos: “Precisa ser uma taxa tão alta assim? Hoje os juros finais para financiamentos variam de 20% a 22%, mas se fosse algo em torno de 14%, como já foi no passado, o cenário seria bem diferente. O mesmo vale para a Selic, uma taxa de 10% é muito diferente da atual de 15%”.
Outro ponto que preocupa o executivo no médio prazo é a reforma tributária, que deverá elevar o preço final dos ônibus vendidos no País. Ele disse que as fabricantes nacionais pagarão mais impostos: atualmente as empresas pagam uma média de 12% de ICMS e 7% de PIS Cofins, totalizando 19%, porém, com a reforma tributária, o IVA deverá ser de 28%.
Mas nem só de pontos preocupantes é feito o cenário para 2026. Do lado positivo está uma nova licitação do programa federal Caminho da Escola, que deverá encomendar até 7 mil veículos, e que ajudará a movimentar a indústria no ano que vem:
“Esperamos que saia a nova licitação do programa Caminho da Escola e, quem sabe, ela supere as 7 mil unidades, pois traz um volume importante para o ano que vem. Isso pode ajudar na manutenção das vendas, empatando com 2025”.
De janeiro a agosto as vendas de ônibus cresceram 14,4%, com 15,7 mil emplacamentos, e a expectativa para o fechamento do ano é de 25,3 mil vendas, expansão de 12,8% sobre 2024. Já a produção cresceu 11,7% até agosto, com 21,2 chassis de ônibus fabricados, com projeção de alta de 14,3% até dezembro, chegando a 31,7 mil unidades fabricadas.