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09/01/2015

Abraciclo: esperança de um 2015 positivo.

Por André Barros

- 09/01/2015

Uma conjunção de fatores traz otimismo aos fabricantes de motocicletas para o futuro, apesar do resultado negativo dos últimos anos. Mais uma vez a Abraciclo, a associação que representa o setor, divulgou projeções de crescimento para o ano que vem – fizera o mesmo para 2014, mas o cenário mostrou-se diferente daquele aguardado e o resultado final será oposto.

Agora o presidente Marcos Fermanian tem mais do que a esperança para apostar no crescimento do setor: as últimas ações da Caixa Econômica Federal e do Banco Pan para elevar o crédito para a aquisição de veículos, por exemplo, já surtiram efeito: em novembro as vendas financiadas cresceram 17,2% ante as de outubro.

Há também a entrada em vigor da nova legislação que facilita a retomada dos bens de inadimplentes por parte das instituições financeiras. O reflexo deverá ser maior no setor de motocicletas, visto que o custo operacional para buscar o bem do devedor era na maior parte das vezes superior ao valor da própria moto – e, sendo assim, a aversão ao risco provocava a recusa na ficha do consumidor e a consequente reprovação do crédito pelas financeiras.

Embora já esteja em vigor, suas consequências serão percebidas apenas a partir do ano que vem, de acordo com o presidente da Abraciclo. “Quando os bancos notarem na prática que a retomada foi facilitada as aprovações deverão crescer.”

Estes dois fatores deixam Fermanian mais otimista, a despeito da nova equipe econômica indicada pelo governo, que sinaliza ajustes com reflexo na indústria e comércio e elevação nas taxas de juros. “Nosso consumidor não está tão preocupado com os juros. O que ele precisa é ter a sua ficha aceita.”

O próprio desempenho do mercado neste começo de dezembro anima o presidente da Abraciclo. Segundo ele a média diária de emplacamentos no período retornou ao patamar de seis mil unidades, volume não alcançado desde antes da Copa do Mundo.

Para 2015 a Abraciclo projeta crescimento de 2,1% nas vendas ao varejo, para 1 milhão 470 mil motocicletas, e avanço de 1% no atacado, 1 milhão 460 mil unidades. A produção deverá bater em torno de 1,5 milhão de unidades, alta de 2%, e as exportações deverão cair 55,6%, para 40 mil motocicletas – devido ao mercado argentino, principal cliente da indústria nacional.

Até novembro as vendas de motocicletas no atacado fecharam com volume 11,3% inferior ao de igual período de 2013, com 1,3 milhão de unidades. No mês passado as vendas caíram 8,5% com relação a novembro de 2013, para 119,8 mil motocicletas, resultado 7,2% inferior ao de outubro, devido à menor quantidade de dias úteis.

A produção caiu 10,2% nos primeiros onze meses do ano, para 1,4 milhão de unidades. Em novembro saíram das linhas de montagem 121,7 mil unidades, queda de 22% na comparação com o mesmo mês do ano passado e de 15,8% com relação a outubro. Segundo Fermanian o ritmo das linhas foi reduzido para adequar o estoque à demanda.

As exportações recuaram 68,6% no mês passado ante novembro de 2013, para 3,4 mil motocicletas. Na comparação com outubro a queda foi de 52,8% e no acumulado do ano as perdas com os embarques chegam a 16,3%, com 82 mil motocicletas exportadas.