A Peugeot estreou no segmento de utilitários esportivos compactos no País ao lançar na noite da terça-feira, 7, o 2008. O modelo é produzido no Centro de Produção de Porto Real, RJ, do Grupo PSA, e representa mais um passo da companhia em sua nova estratégia de atuação – não só no País, mas em todo o mundo.
“Nossa briga agora é para conquistar participação em categoria superior”, revelou Miguel Figari, diretor geral da Peugeot do Brasil. “Queremos trabalhar a marca, a imagem, obter rentabilidade por modelo.”
O discurso é coerente com aquele proferido em outubro do ano passado durante o Salão do Automóvel de São Paulo, ocasião na qual o 2008 foi apresentado pela primeira vez ao público brasileiro. “A demanda por modelos mais equipados aumenta a cada ano. Aqueles modelos de entrada, com motor 1 litro, deixaram de ser majoritários em vendas.” O executivo destacou que “conquistar participação de mercado não é o principal: nossa maior meta é estabelecer um novo posicionamento para, depois, fazer o maior volume possível dentro dessa estratégia”.
A maneira como a empresa posicionou a linha 2008 no mercado deixa bem clara a direção que segue a companhia, que também pode ser traduzido em Mais por Menos. A oferta tem três versões: Allure e Griffe com motor 1.6 FlexStart, que dispensa o reservatório extra de gasolina para partida a frio, de 122 cv com transmissão manual ou automática sequencial, e a topo da gama Griffe THP, também FlexStart, equipada com motor 1.6 turbo de 173 cv e câmbio manual de 6 marchas.
Desde a versão mais simples da linha, a R$ 67 mil 190, o modelo traz ampla lista de equipamentos de série, como ar-condicionado automático digital e central multimídia com tela de 7 polegadas sensível ao toque. Basicamente as diferenças para ofertas superiores se limitam a itens de acabamento, como revestimento de couro nos bancos, rodas de liga leve e moldura cromadas.
Exceções ficam para o teto solar, disponível somente a partir da versão Griffe 1.6 manual, a R$ 71,3 mil, e o denominado Grip Control, presente apenas no topo da gama, a R$ 79,6 mil – o equipamento, espécie de controle de tração mais sofisticado, permite ao motorista selecionar modos de condução de acordo com as condições de aderência do piso como lama, areia, e pista molhada. O dispositivo entra em ação automaticamente a partir de 50 km/h e abaixo disso pode ser desligado.
Frederico Battaglia, diretor de marketing da empresa, revela que para determinar o preço do 2008 a companhia avaliou o segmento e o conteúdo oferecido pela concorrência. Pelos cálculos da Peugeot o 2008 oferece mais que os rivais, como Ford EcoSport, Renault Duster e mais recentemente Jeep Renegade e Honda HR-V, por preços menores. O executivo destaca em especial as versões com câmbio automático – Allure por R$ 70,9 mil e Griffe por R$ 75 mil –, que considera “as mais acessíveis ao bolso do cliente no mercado”.
Chama a atenção, porém, a ausência da transmissão automática na versão topo de linha – o equipamento não é oferecido neste caso nem como opcional. Segundo Figari não se trata nem de uma questão técnica, pois há equipamento compatível, bastando somente seu desenvolvimento: “Sairia muito caro para o volume de venda. Não justificaria o investimento”. O executivo considera que “o segmento cresce por oferta, não por demanda. Centralizamos a opção do câmbio automático onde queremos nos impor, na faixa onde se encontra o nosso potencial comprador”.
A análise é baseada nos números que a empresa planejou para o 2008 no mercado brasileiro. O objetivo é vender 1,1 mil unidades/mês a partir de junho – as vendas começam em maio. Do volume total vendido, acredita Figari, 70% será com câmbio automático. A versão topo de gama, calcula a Peugeot, responderá por apenas 10%. “A briga é em nível superior do que a concorrência oferece hoje. Temos a convicção de que o 2008 não é apenas um veículo visualmente atraente, mas sim a melhor escolha que o cliente pode fazer no mercado, com versões que respondem a cada perfil.”
Embora prefira não cravar projeções para o ano, o executivo arrisca que o Peugeot 2008 incrementará as vendas da marca em 30%. Ano passado as vendas da montadora no País somaram 40,5 mil unidades, o equivalente a 1,22% de participação. “2015 será um ano difícil e esse é um modelo destinado para um público que, hoje, pensa duas vezes antes de fechar o negócio.”
A partir do próximo fim de semana a rede Peugeot, atualmente com 120 pontos, terá à disposição pelo menos uma unidade do 2008 para test-drive e eventual pré-venda, com entregas em maio. De acordo com Battaglia desde o Salão do Automóvel a montadora já acumula mais de 15 mil cadastros de clientes interessados.
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