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03/08/2015

Agrale: cronograma para nova fábrica no Espírito Santo está mantido.

Por Marcos Rozen

- 03/08/2015

Merecedor da Medalha do Mérito Farroupilha, a maior láurea concedida pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Hugo Zattera é desde 2006 diretor-presidente da Agrale, além de vice-presidente da Anfavea na atual gestão. Em entrevista exclusiva concedida à Agência AutoData o executivo assegurou a manutenção do cronograma de obras da nova fábrica da montadora 100% nacional no Estado do Espírito Santo – prevista para entrar em operação em aproximadamente um ano –, mesmo diante do atual cenário do segmento de ônibus. Ele revelou ainda as estratégias comerciais para a nova geração do utilitário Marruá e mais. Confira.

 

Qual foi o investimento aplicado para a nova geração do utilitário Marruá?

A Agrale investe anualmente cerca de 3% do seu faturamento no desenvolvimento de novos produtos, mas no caso específico da família Marruá, novas versões e melhorias vêm sendo desenvolvidas normalmente ao longo dos últimos dez anos. Especificamente para o desenvolvimento dessa nova geração foram destinados, até agora, mais de R$ 15 milhões.

O desenvolvimento da nova geração do utilitário foi inteiramente nacional? Este processo levou quanto tempo?

O desenvolvimento foi totalmente feito no Brasil, com equipe própria, e apoiada por uma experiente empresa de engenharia de origem alemã. Os avanços apresentados nos novos modelos foram sendo desenvolvidos e testados especialmente nos últimos três anos.

 

Ainda com relação ao Marruá, notadamente a estratégia adotada pela Agrale para a geração anterior foi a de concentrar esforços nos frotistas, sejam civis ou militares, em detrimento do mercado de varejo, direção oposta àquela adotada pela Troller, por exemplo. Esta tendência deve continuar com a nova geração?

A Agrale entende que o Marruá, pelas suas características de robustez, durabilidade e utilização fora-de-estrada, tem uso voltado para aplicações severas, como eletrificação, mineração, construção, além do uso militar. A nova geração dos utilitários Marruá tem como grandes diferenciais em relação à geração anterior a tecnologia, o padrão de acabamento, a ergonomia, o conforto e a sofisticação, mas o veículo ainda privilegia a durabilidade, a robustez e o baixo custo de manutenção, além da facilidade de manutenção e operação.

 

Nem mesmo com o aumento da popularidade de SUVs compactos e consequentemente de modelos com aptidões de uso off-road este segmento de varejo não se mostra interessante para ser explorado pela Agrale com o novo modelo?

O veículo não pode ser comparado a um SUV, pois seu foco é estritamente de serviço.

 

Quanto ao mercado de caminhões e ônibus, como a Agrale está enfrentando a forte retração de mercado nestes segmentos? Algumas ações específicas estão sendo desenvolvidas?

A Agrale está procurando soluções para se adequar à baixa demanda, tanto em caminhões como em chassis para ônibus. A empresa está desenvolvendo opções para atender o seu cliente. Uma das ações foi o lançamento, no ano passado, de um linha de menor custo de aquisição, os caminhões 8700 S e 10000 S, que tiveram excelente resposta da rede de concessionários.

 

As grandes montadoras estão driblando as restrições da linha Finame PSI com financiamentos por seus próprios bancos, com condições mais vantajosas. E a Agrale, como está atuando dentro deste contexto?

Os produtos Agrale podem ser adquiridos pelas linhas do BNDES, mas a empresa não tem banco próprio, o que restringe um pouco as ações, mas possui parceria com bancos para oferecer as melhores condições para aquisição de seus produtos.

 

Como estão as encomendas para o programa federal Caminho da Escola neste 2015? Ele foi afetado pelo ajuste fiscal? Quantas unidades esse programa representou para a Agrale nos anos de 2013 e 2014?

Não há nada acontecendo hoje com relação ao Programa Caminho da Escola: a última licitação foi em janeiro de 2014 e deste total somente 40% foi fornecido das 4 mil unidades licitadas no ano passado. O corte no orçamento afetou diretamente o programa.

 

Como foi o encontro de negócios realizado pela Agrale no Espírito Santo? Haverá um parque de fornecedores dedicado na unidade?

O evento foi muito concorrido. O objetivo foi apresentar a empresa para potenciais fornecedores localizados principalmente no Estado do Espírito Santo, e eventualmente estados próximos, tais como Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, que possam trazer competitividade em custo e em logística e novas tecnologias. Não está contemplado no projeto um parque dedicado a fornecedores.

 

O atual panorama do mercado de ônibus representará algum atraso no cronograma da nova fábrica no Espírito Santo?

Diretamente não, pois a unidade deverá entrar em operação no segundo semestre de 2016. Mas, por outro lado, somos fornecedores e um dos objetivos principais da unidade é atender o cliente Volare. Com a menor demanda e produção da Volare, também a nossa produção é reduzida. Além disso, a atual situação do mercado automobilístico e de transporte não permite que adiantemos nenhum programa e os investimentos são criteriosamente analisados antes de serem realizados.


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