Depois do escândalo deflagrado há onze dias, o Grupo Volkswagen começa a traçar seu plano para correção de rumo. Após a saída de Martin Winterkorn do comando do grupo o novo CEO, Matthias Müller, afirmou que a montadora fará reparos em cerca de 11 milhões de veículos no mundo.
Os veículos precisarão se adequar corretamente às regras ambientais depois que a EPA, a agência de proteção ambiental estadunidense, denunciou que a Volkswagen usou um software para fraudar os testes de emissão de gás. Os modelos da marca, na verdade, emitem de 10 a 40 vezes mais do que o revelado nos testes.
O CEO do grupo sinalizou que haverá um recall dos modelos adulterados. Em comunicado a Volkswagen afirmou que “fornecerá pormenores às autoridades sobre o plano de ação para correção do sistema em outubro. Os clientes afetados serão informados de que seus veículos terão de ser reparados durante as próximas semanas e meses”.
A Volkswagen comprometeu-se a atualizar os portais das marcas de cada país com as informações sobre reparos e evolução nos processos.
A nota da montadora alemã diz ainda que uma avaliação interna concluída na sexta-feira, 25, estabeleceu que o procedimento de serviço será necessário para cerca de cinco milhões de veículos da marca Volkswagen. Além disso, entram na lista 2,1 milhões da Audi, 1,2 milhão na divisão tcheca Skoda e 1,8 milhão veículos comerciais leves. Todos os modelos adulterados são movidos a diesel.
Na esteira do escândalo da Volkswagen, a MAN Latin America divulgou uma nota para se desvencilhar dos problemas. O comunicado reforça que “como fabricante de caminhões e ônibus, as marcas Volkswagen Caminhões e Ônibus e MAN não estão afetadas pela atual discussão sobre a manipulação de determinadas emissões de motores a diesel”.
A nota reforça ainda que “as exigências legais e as normas técnicas para controle de emissões de caminhões e ônibus são muito rigorosas. As marcas Volkswagen Caminhões e Ônibus e MAN cumprem todas as exigências estabelecidas em lei, como confirmado por agentes certificadores credenciados por órgãos governamentais”.
Brasil – Em evento realizado pela revista Quatro Rodas na terça-feira, 29, o diretor de assuntos governamentais da Volkswagen no Brasil, Antonio Megale, afirmou que a investigação interna global também deve ser estendida ao Brasil, embora a companhia comercialize apenas um modelo com motor a diesel no País – a picape diesel Amarok, que é produzida na Argentina com motor importado da Alemanha.
Megale afirmou que a investigação ainda não começou, uma vez que o País proíbe a venda de carros a diesel e não é um dos focos para a apuração da fraude.
Na sexta-feira, 25, o Ibama afirmou que abrirá uma investigação para apurar a conduta da Volkswagen no Brasil e disse que poderia impor multa de até R$ 50 milhões, além de exigir a convocação de um recall dos produtos da marca no País. O executivo afirmou que a Volkswagen ainda não foi notificada oficialmente sobre o assunto.
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