AutoData - Impressão 3D poderá eliminar estoque de peças
Tecnologia
13/03/2018

Impressão 3D poderá eliminar estoque de peças

Imagem ilustrativa da notícia: Impressão 3D poderá eliminar estoque de peças
Foto Jornalista  Caio Bednarski

Caio Bednarski

A impressão 3D já é muito presente em diversos setores da indústria e, no automotivo, poderá ser usada para acabar com o estoque das peças de baixo volume, que equipam carros que já saíram de linha, por exemplo. É nisso o que acrdita Marcelo Fontoura, gerente comercial da UL, empresa especializada em impressão 3D: “É possível produzir de acordo com a demanda, pois a impressão 3D permite a fabricação, em poucas horas, de uma determinada peça sem a necessidade de estocar. As montadoras já podem fazer isso e obter até uma redução de custos, mas é necessário mudar o seu comportamento”.

 

De acordo com ele o setor já utiliza a impressão 3D e, junto com os setores aeroespacial, de consumo e médico, representa 67% do mercado. Existem fabricantes de veículos que já investem mais forte nesse segmento e já colhem resultados. É o caso, por exemplo, da Renault, onde a ação permitiu a redução de custos de cerca de € 190 mil: desde que iniciou, de forma experimental, a impressão 3D em 2015 já produziu mais de 2 mil itens. Dentre eles os bicos para a aplicação de cola aos vidros, o que garantiu redução de 83% no custo por unidade.

 

No futuro impressoras 3D certamente farão parte de mais itens da linha de produção das montadoras, sendo responsáveis pela fabricação de uma parte do veículo em série:

 

“Isso pode acontecer, mas dependerá de como a tecnologia avançará no futuro, para trabalhar em sincronia com as outras partes da linha de montagem. Mas isso não está muito distante da realidade, pois na China já conseguiram construir um prédio de seis andares apenas com impressoras 3D”.

 

Para Fontoura o setor automotivo e outros poderão se beneficiar da produção sob demanda, sem a necessidade de estoque, assim como do atendimento descentralizado, com a produção em diversas regiões do País, reduzindo o custo de logística e trazendo vantagens comerciais.

 

Mas… algumas questões da impressão 3D ainda são uma dúvida até para os especialistas: “Ainda não existe um estudo que mostre o quanto a impressão 3D agride o meio ambiente. Não sabemos o nível de emissões de gases e partículas tóxicas que vão para o meio ambiente. Alguns estudos já estão sendo feitos em outros países para que seja possível quantificar o nível de poluição que é emitido”.

 

No ano passado esse mercado representou US$ 6 bilhões e a expectativa é a de que chegue a US$ 12 bilhões até 2020.

 

Foto: Divulgação.