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Negócios
20/03/2019

Marcopolo entra no segmento metroferroviário

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Foto Jornalista Caio Bednarski

Caio Bednarski

São Paulo – A Marcopolo criou uma nova unidade de negócios para operar no sistema metroferroviário. Em parceria com a Aeromovel Brasil, especializada em mobilidade urbana, a Marcopolo Rail produzirá carrocerias para veículos de transportes de massa em vias elevadas e para VLT, veículos leves sobre trilhos.

 

A nova marca foi apresentada na terça-feira, 19, durante a NT Expo, feira dedicada ao setor metroferroviário. A Aeromovel fornecerá a tecnologia elétrica que movimentará o veículo, que usa sistema de ar comprimido em tubos para a locomoção e tecnologia autônoma de condução, enquanto a Marcopolo fará a carroceria.

 

Foram dois anos de desenvolvimento da nova carroceria, que consumiram R$ 10 milhões em investimento na fábrica Ana Rech, em Caxias do Sul, RS – aplicados na ferramentaria, linha de produção e engenharia. Segundo Petras Santos, chefe de negócios da Marcopolo, a produção será feita em uma linha separada das demais: “Teremos uma área destinada para a produção dessas carrocerias para conseguir atender futuras demandas que surgirão do mercado”.

 

O primeiro produto da Marcopolo Rail é uma carroceria para aeromovel com 25 metros, articulada e com capacidade para transportar 280 passageiros. Pode ser usada em sistemas de transporte público ou privado, como em aeroportos.

 

Santos disse que não tem nenhum contrato fechado, mas existem 110 negociações, nacionais e internacionais: “Esse é um projeto global e queremos avançar tanto no Brasil quanto em outros mercado. Temos uma equipe em Nova York que será responsável pelas negociações na região e que é muito promissora”.

 

A empresa também está negociando com a GRU Airport, operadora do Aeroporto Internacional de Cumbica, Guarulhos, SP, para fazer o transporte dos passageiros da estação de trem até o terminal de embarque, e com o governo baiano, onde existe mais de um projeto em andamento.

 

O Aeromovel precisa, além da carroceria e da tecnologia de propulsão, da construção de uma estrutura elevada por onde o veículo trafega. A Aeromovel Brasil indicará empresas que constroem essas estruturas para os clientes que estão em negociação. Seu CEO Marcus Coester disse que ela pode ser construída rapidamente, dependendo do nível de investimento que será feito: “Temos exemplos de vias de 2,5 quilômetros que foram construídas em oito meses em outros países”.

 

Coester acredita que esse tipo de transporte ganhará muito mercado nos próximos anos “por se tratar de um veículo que não emite poluentes, por ser elétrico, e que não necessita de motorista, além de poder ser compartilhado por várias pessoas ao mesmo tempo”. O custo de operação desse tipo de veículo chega a ser 80% inferior quando comparado com um ônibus movido a diesel, segundo ele.

 

O primeiro aeromovel do Brasil opera no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, RS. São dois veículos, um com capacidade para transportar trezentas pessoas e outro para 150.

 

“Nesse projeto os veículos circulam em uma linha de aproximadamente 1 quilômetro. Como a demanda no aeroporto está crescendo já estamos negociando para fornecer uma nova unidade com capacidade para transportar trezentos passageiros”.

 

Foto: Divulgação.