São Paulo – Embora as empresas que ofertam carros por assinatura estejam enfrentando dificuldades para expandir o volume de clientes esta é uma modalidade que possui forte potencial de expansão, principalmente devido à mudança de comportamento do usuário, que busca maior comodidade e alternativas mais sustentáveis no consumo.
Foi o que avaliou levantamento do Boston Consulting Group, ao apontar que, para tanto, é preciso ajustar a rota diante de diversos casos que mostraram problemas recorrentes, como ofertas insustentáveis por beneficiarem apenas o consumidor, conflito estratégico com as fabricantes de carros, que calcam sua fonte de receita nas vendas, e desafios operacionais a exemplo da mensuração subestimada de custos com cadeia de valor e do ciclo de vida dos veículos.
Isso sem falar na adversidade adicional pela natureza digital dos negócios por assinatura, que exigem experiência de usuário aprimorada e bem desenvolvida. Diante disso o BCG listou três perspectivas para orientar essa modalidade. Em sua avaliação, volume cada vez maior de empresas deverá oferecer opções de assinatura, aluguel, financiamento e compra direta de veículos em suas lojas eletrônicas, obtendo valor para além do financeiro, com dados.
Para a consultoria a oferta digital de assinatura pode ser trabalhada junto às diversas opções de aquisição de um carro, como leasing e financiamento: “O cliente poderá conhecer melhor marcas e modelos por assinatura e, depois, as empresas podem comercializar tanto carros novos como usados. Para fabricantes a modalidade pode expandir a base de clientes, atraindo quem não tem um automóvel e quem ainda não consegue se comprometer financeiramente no longo prazo com a compra de um veículo”.
O setor automotivo ainda está buscando maneiras de ingressar com mais força no comércio eletrônico, e as assinaturas podem ser essa porta de entrada, acredita o BCG. Além de realizar a venda de produtos o canal é fonte de dados de usuários valiosos, o que pode trazer insights para a empresa.
Um dos maiores atrativos da modalidade é que o consumidor pode experimentar novos veículos que não integram o repertório geral da população, como os elétricos. Ou seja: é uma maneira de ter contato com a inovação, maior conectividade e segurança. Ao experimentar a novidade isso pode estimular o desejo pela aquisição do modelo.