Caxias do Sul, RS — Mesmo com a escassez de recursos e, principalmente, a falta de previsibilidade sobre valores disponíveis e juros cobrados para financiamento da safra, o agronegócio continua sendo viável e um bom negócio no longo prazo no Brasil. De acordo com Edson Martins, diretor comercial da Agrale, o Brasil precisa de um plano plurianual de recursos para o financiamento da safra, o que daria maior segurança ao produtor para investir.
Para a safra 2018/2019 o valor proposto é de R$ 191 bilhões, mas apenas R$ 131 bilhões devem ser realizados, a exemplo do que tem ocorrido sistematicamente nos anos anteriores. Para o Moderfrota, linha de financiamento de máquinas e implementos, o valor estimado é de R$ 9,2 bilhões para a atual safra, enquanto o necessário chega aos R$ 14 bilhões.
A indústria também reivindica do governo redução do teto da taxa de juros para o crédito rural, isenção do IOF nas operações de crédito e aumento dos limites de financiamento. Segundo Martins dificilmente os dois primeiros pedidos serão atendidos.
Os principais riscos para o setor, segundo ele, são a redução do crédito, aumento nas taxas de juros, menor valor destinado ao programa Mais Alimentos, insegurança do agricultor, conflitos comerciais mundiais e volatilidade do dólar. As principais oportunidades são o agricultor capitalizado, a redução dos estoques médios de passagem, as 4,8 milhões de propriedades familiares no total de 5 milhões existentes no País e a relação ainda baixa de tratores por hectare.
A projeção de Martins é que as vendas internas de tratores alcancem 43 mil unidades em 2019, avançando gradualmente 5% ao ano até 2024, quando somará algo em torno de 59,5 mil, acima das 56 mil consolidadas em 2010, um dos melhores volumes históricos.
Foto: Luiz Erbes/Divulgação.
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