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Mobilidade
20/08/2019

Cobrança automática: mercado a ser explorado.

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Foto Jornalista  André Barros

André Barros

Barueri e São Paulo – A chegada de novo competidor agitou um segmento que atingiu em torno de 10% do potencial calculado, o de operadoras de pagamentos eletrônicos de pedágio – e que recentemente agregou outros serviços e comodidades. A Veloe, que faz parte da Elopar, holding formada pelo Banco do Brasil e Bradesco, entrou com força na caça por novos clientes há três meses, apesar de estar atuando há cerca de um ano, com foco maior na geração de infraestrutura. Antes, era preciso fechar acordo com as principais rodovias e shoppings centers, segundo Marcelo Costa, executivo responsável pela empresa.

 

“Nos preocupamos em colocar a plataforma no ar e testar o sistema”, ele disse em entrevista na sede da Veloe, em Alphaville, bairro de Barueri, cidade vizinha à Capital, São Paulo. “Agora temos uma cobertura boa, restam algumas poucas estradas, mas fecharemos este ano com 100%. Os principais administradores de shopping centers também aceitam a nossa tag. Chegou a hora de investir na marca e buscar clientes.”

 

A meta é ousada: 1,5 milhão de clientes até o fim de 2020. Costa calcula que o universo de potenciais usuários de tags chega a 60 milhões, que é a frota de veículos com até quinze anos de uso: “Buscamos tanto clientes pessoas físicas como empresas. Temos a nosso favor a carteira de clientes da Alelo, do Banco do Brasil e do Bradesco, mas estamos fazendo campanha na televisão, outdoors e investindo muito no marketing digital”.

 

O sistema é o mesmo dos concorrentes: uma tag é colada no para-brisa do veículo e, ao passar por um sensor, o valor do pedágio ou estacionamento é debitado do cartão de crédito do usuário. Há planos pré e pós-pagos e cobrança de mensalidade – mas nesse primeiro momento a Veloe está isentando novos usuários de tarifas mensais.

 

Ao mesmo tempo em que busca novos clientes a Veloe tenta expandir suas comodidades. Quer estar presente em postos de combustíveis, pequenas garagens e redes de fast food, a exemplo da Sem Parar, dona de 90% do mercado. A outra concorrente é a Conect Car. Todas estão se mexendo.

 

No caso da Sem Parar 70% do faturamento, hoje, tem origem em negócios ligados ao meio urbano e não ao de pedágios, afirmou o presidente Fernando Yunes. Segundo ele a empresa está mudando sua identidade visual com o objetivo de se aproximar ainda mais de consumidores que frequentam shoppings centers e postos de combustível, serviços que garantem maior rentabilidade.

 

O mercado de interesse da companhia é observado nos números dos seus pontos credenciados no País: hoje um veículo com um tag Sem Parar instalado pode utilizar o serviço em 1,3 mil estacionamentos, 650 postos de combustível, 300 drive-thrus e, até setembro, em 150 lava-rápidos: “Deixamos há muito tempo de ser uma empresa de pedágio para ser um empresa urbana. A maioria dos pagamentos são registrados em grandes cidades, dentro dos estabelecimentos comerciais”.

 

A empresa afirma ter uma base de clientes composta por 5 milhões de usuários, a maior parte formada por pessoas físicas, disse Yunes: “Por volta de 4 milhões de usuários da nossa base são pessoas físicas, o que mostra o caráter urbano dos nossos serviços”.

 

Uma das ideias da companhia para expandir seus serviços é apostar em parcerias com montadoras. Na terça-feira, 20, a empresa anunciou parceria com a Nissan para que os veículos saiam da fábrica já com uma tag Sem Parar. A iniciativa, segundo Yunes, começará com o modelo elétrico Leaf, depois com a picape Frontier, produzida na Argentina, e com os demais modelos na sequência: “Estamos, no momento, conversando com outras montadoras a respeito de um modelo de negócio semelhante”.

 

O 1 milhão restante da carteira de clientes Sem Parar é formada por pessoas jurídicas, principalmente por empresas que mantêm frotas de veículos. Ainda que o foco da companhia seja o da expansão da sua influência junto aos usuários finais, o cliente empresarial segue no holofote. Tanto que a empresa mantém acordo com a Movida, uma das três grandes que dominam o mercado de venda de veículos seminovos e locação.

 

A Veloe tem parceria com outra locadora, a Unidas. E, segundo Marcelo Costa, tem grande interesse pelo segmento empresarial: “Procuramos grandes frotistas, participamos de eventos para estarmos próximos dos clientes. Quem faz as contas acaba aderindo ao produto: o ganho em tempo, a facilidade ao passar pelo pedágio e a redução no desgaste de componentes, como freios, justifica o investimento”.

 

Fotos: Divulgação.