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Tecnologia
20/01/2020

Lítio é um caminho para manter Fórmula-E no Chile

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Foto Jornalista  Leandro Alves

Leandro Alves

Santiago, Chile – O pódio acima pode ter sido o último no Chile. Desde esta segunda-feira, 20, acabou o contrato da cidade de Santiago com a Fórmula-E, que durante três anos realizou a prova de monopostos elétricos por aqui. Até julho, quando será anunciado o calendário 2020/2021 espera-se que Santiago continue recebendo uma etapa. Há também a expectativa da entrada do Brasil no calendário, porém as razões para que duas cidades da América do Sul tenham a sua corrida com elétricos são totalmente distintas.

 

Desde novembro o principal executivo e cofundador da Fórmula-E, o espanhol Alberto Longo, tem reuniões periódicas no Chile com potenciais patrocinadores para construir um novo projeto que dê continuidade à prova: “Temos o apoio da cidade de Santiago e do Ministério dos Esportes. Lembrando que eles não colocam dinheiro no evento. Por isso estamos tendo conversas intensas com possíveis patrocinadores para rapidamente tomar a decisão de renovar o contrato para a etapa de Santiago”.

 

A Fórmula-E é uma iniciativa importante para mostrar a viabilidade dos veículos elétricos para o mundo. Veículos elétricos que usam baterias feitas de íon-lítio. É aí que o Chile entra como um grande interessado nesse tipo de evento, pois possui uma das maiores reservas de lítio do mundo e, naturalmente, as empresas que atuam nesse segmento têm grande interesse na Fórmula-E.

 

Houve, porém, um retrocesso na estratégia do país tanto na extração do mineral quanto em iniciativas privadas de construir fábricas de baterias no Chile. Empresas como a coreana Samsung e a chinesa Sichuan Fulin Transportation Group, dentre outras, estão revendo a intenção de instalar fábricas no país, de acordo com a Agência Reuters. Mesmo a SQM, Sociedad Quimica e Mineral de Chile, e a estadunidense Albermale, que possuem minas de lítio no país, vivem um impasse sobre suas atividades.

 

Problemas como o acesso à água – um recurso escasso no Chile – para extração e produção do lítio até conflitos com os indígenas mapuches no deserto do Atacama, além de outros problemas ambientais para atender às exigentes normas do país, fizeram essas empresas recuarem em seus planos.

 

Alberto Longo, da Fórmula-E, não confirma que está em negociações com essas empresas. Mas reconhece que todos os recuos nos anúncios de incremento da indústria do lítio no Chile acabaram por reduzir as opções de renovação da prova em Santiago. Até o domingo, 19, o principal patrocinador local da corrida era a Antofagasta Minerals, que controla a maior produção de cobre – outro recurso muito importante nos elétricos.

 

 

Brasil – Longo também disse durante entrevista antes da corrida de domingo que está confiante no anúncio de uma etapa no Brasil. No caso tupiniquim, as conversas são com as prefeituras de algumas cidades interessadas que poderão,  ao contrário do que acontece no Chile, patrocinar a corrida de carros elétricos: “Temos algumas cidades interessadas, como o Rio de Janeiro, mas ainda não é possível afirmar que teremos uma prova no Brasil”.

 

Ele afirmou que o post do presidente da República em mídia social, de que gostaria de ter uma etapa da Fórmula-E no País, deu impulso às negociações mas “ainda é necessário muita conversa com potenciais empresas patrocinadoras”.

 

Ao que parece a região tem oferecido bons resultados, financeiros e de audiência, para a novata Fórmula-E. E a intenção é aproveitar esse momento: “Seria incrível ter duas corridas na América do Sul, principalmente no Brasil, que é um mercado muito importante”.

 

Foto: Divulgação.