AutoData - Demanda global de veículos será afetada pelo coronavírus
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27/02/2020

Demanda global de veículos será afetada pelo coronavírus

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Foto Jornalista Redação AutoData

Redação AutoData

São Paulo – A preocupação começou com o abastecimento de peças: com as fábricas chinesas em Wuhan – foco da epidemia e importante polo automotivo asiático – fechadas, diretores de produção ao redor do mundo começaram a avaliar o impacto em suas linhas. Honda, Hyundai, Nissan e Toyota foram as primeiras e registrar interrupção na produção de veículos decorrente da falta de componentes importados da China.

 

Agora a indústria automotiva percebe que o buraco é mais embaixo. Há mais de um mês consumidores chineses estão em casa, receosos com a proliferação do vírus, reduzindo drasticamente o consumo. Na semana passada a Europa começou a sentir os primeiros sinais, com as ruas de Milão, na Itália, esvaziadas com receio da transmissão do coronavírus.

 

A epidemia derruba bolsas de valores e, naturalmente, o mercado de veículos. Relatório distribuído pela agência de classificação de riscos Moody’s projeta queda de 2,5% nas vendas globais de automóveis em 2020, após um recuo de 4,6% no ano passado. A razão? O novo coronavírus.

 

“É superior à queda de 0,9% que projetávamos para o ano”, disse Falk Fery, vice-presidente da Moody’s. “As vendas se recuperarão apenas modestamente em 2021, com crescimento de 1,5%.”

 

Se antes a agência esperava 1% de crescimento nas vendas da China, após a epidemia revisou suas projeções para queda de 2,9%. Nos Estados Unidos, diz a Moody’s, estabilidade, enquanto na Europa as vendas recuarão depois de uma demanda maior do que a projetada no fim de 2019.

 

No Brasil o impacto ainda é incerto – e a Moody’s não entrou em pormenores a respeito do mercado doméstico. Por aqui a trajetória nas vendas, após o tombo de janeiro, é ascendente na comparação com o ano passado e não há relatos de fábricas paradas por desabastecimento. É algo que, se a epidemia prosseguir, será sentido apenas em abril ou maio, pois as montadoras costumam trabalhar com estoques de três meses ou mais para peças importadas, segundo o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.

 

Este conteúdo foi publicado na coluna que AutoData mantém no UOL, disponível todas as sextas-feiras.

 

Foto: Divulgação.