São Paulo — O volume de recursos liberados para financiamentos de veículos pelas financeiras das montadoras cresceu 13,3%, no primeiro trimestre, na comparação com o resultado obtido no mesmo período em 2019. Segundo a Anef o resultado totalizou R$ 38,5 bilhões.
O saldo total das carteiras para veículos também registrou aumento no primeiro trimestre, somando R$ 266,5 bilhões, resultado que representou alta de 26% no acumulado dos últimos doze meses, puxado, segundo a entidade, "pela escalada progressiva da procura de crédito para a aquisição de veículos no Brasil".
O desempenho, no entanto, é visto como algo que não reflete a realidade do setor, segundo Paulo Noman, presidente da associação:
"Os números do primeiro trimestre, infelizmente, não representam a nova realidade pela qual o segmento e a economia como um todo está passando. Mesmo já vendo a diminuição do consumo devido à quarentena, março ainda contou com vinte dias de operações normais que acompanharam a tendência de alta do mercado de veículos, registrada anteriormente à crise”.
Isolados, os números de março indicam o movimento de retração imposto pela pandemia do coronavírus. Com mais de 50%, em média, de representatividade nas modalidades de pagamento, o CDC apresentou queda de 2,4%, fechando o mês com R$ 11,8 bilhões em recursos liberados. O leasing, que tem acumulado perdas na sua representatividade nos últimos anos, registrou recuo de 31,2% no trimestre, com R$ 305 milhões em recursos liberados.
O pagamento à vista tem mantido níveis estáveis, representando nos últimos quatro anos cerca de 45% das vendas de veículos e comerciais leves no Brasil. Já para caminhões e ônibus a média tem sido 10% e, no caso das motocicletas, em torno de 30%.
Segundo Noman a perspectiva é de que esses porcentuais diminuam até mesmo no médio e longo prazo: "Seja pela perda de renda ou insegurança com relação à estabilidade econômica, o consumidor provavelmente não terá a intenção de descapitalizar os recursos para a compra de um automóvel ou veículo de uma só vez. Por isso, a procura por financiamentos e prazos mais longos deve aumentar".
Foto: Divulgação.
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