São Paulo – A Abraciclo, entidade que representa as empresas fabricantes de motocicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus, AM, revisou suas projeções de produção, vendas e exportações para 2020. Foi a primeira vez que a entidade corrigiu suas estimativas após o setor sofrer os impactos da pandemia de covid-19: a última projeção fora divulgada em janeiro.
O novo cenário estima queda de 15,4% na produção com relação a 2019, somando 937 mil motocicletas. Antes da pandemia a expectativa era elevar o ritmo das linhas em 6,1%, para 1 milhão 175 mil unidades.
As vendas no varejo, sobre as quais havia a expectativa de alta de 5,8%, somando 1 milhão 140 mil motocicletas, agora têm projeção de queda de 16%, para 905 mil unidades. Não houve mudança nas exportações: segue a estimativa de queda de 27,5%, para 28 mil unidades.
Para o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, os números são menos negativos quando comparados aos de outros setores da indústria. Segundo ele uma série de fatores favorece a recuperação do segmento:
“Hoje a motocicleta é indicada para evitar a aglomeração natural no transporte público, representando um meio de transporte ágil, econômico e de baixo custo de manutenção. Também passou a ser um instrumento de trabalho e fonte de renda para as pessoas que passaram a atuar nos serviços de entrega”.
Resultados – Em setembro saíram das linhas de montagens de Manaus 105 mil motocicletas, alta de 6,8% com relação a agosto e de 13,1% sobre o mesmo mês de 2019 – o melhor resultado mensal do ano. No acumulado do ano a produção das associadas da Abraciclo somou 693,5 mil unidades, recuo de 17,1% sobre o período de janeiro a setembro do ano passado.
“Desde a retomada gradual das atividades as fábricas registram curva ascendente. Este quadro se confirmou em setembro, quando alcançamos o melhor resultado do ano.”
O varejo registrou 99,6 mil emplacamentos, crescimento de 3,8% sobre agosto e de 13,6% na comparação com setembro do ano passado. No ano foram 630,9 mil as motocicletas comercializadas, 20,8% menos do que de janeiro a setembro de 2019.
Em setembro foram exportadas 3,6 mil motocicletas, 29,9% a menos do que agosto e 51,5% acima do mesmo mês de 2019. Segundo a Abraciclo o principal destino das motocicletas foram os Estados Unidos, com 42,3% do volume do mês passado:
“A conquista do mercado estadunidense é muito importante, pois mostra que nossos produtos possuem alto valor agregado e atendem aos altos níveis de exigência do consumidor. Para lá são enviadas motocicletas destinadas ao lazer e ao esporte recreativo”.
No ano as exportações somam 23,7 mil unidades, 18,8% abaixo do volume do mesmo período de 2019. No acumulado a Argentina ainda é o principal destino, com 32,6% do total dos embarques.
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