São Paulo — A produção de motocicletas das dez associadas da Abraciclo, entidade que representa as fabricantes nacionais, somou 104,1 mil unidades em novembro, volume 11,8% maior do que o registrado em novembro do ano passado. Foi o segundo maior volume de produção do ano: ante outubro o incremento foi de 14,5%, informou a entidade na quarta-feira, 9.
No acumulado do ano a indústria ainda sofre com os prejuízos da pandemia e registra queda de 14,5%, com 888,5 mil unidades produzidas.
Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, disse que mesmo com a recuperação dos volumes as empresas ainda sofrem para aumentar sua produção: "Hoje temos um desiquilíbrio na oferta e na demanda do mercado. O principal entrave para produzir mais está nos protocolos de segurança que foram criados para que as fábricas voltassem a operar".
Segundo ele problemas com a cadeia de fornecimento já foram registrados na produção de motocicletas, mas são casos considerados "totalmente administráveis".
Os emplacamentos de motos em novembro somaram 89,4 mil unidades, alta de 1,2% ante igual mês de 2019. Com relação a outubro houve recuo de 7%. No acumulado do ano a indústria de motocicletas fez 816,4 mil vendas, queda de 17% na comparação com o mesmo período de 2019.
Para Fermanian, a retomada de volume de venda próximo ao do segundo semestre do ano passado foi puxada pela maior demanda da população, que busca adquirir uma motocicleta para evitar o transporte público durante a pandemia, e pelos serviços de entrega, que tiveram crescimento relevante nesse período.
As exportações, em novembro, somaram 3,2 mil unidades, recuo de 3,4% ante igual período de 2019. Na comparação com outubro houve expansão de 35,8%. No acumulado do ano o segmento registrou retração nas exportações de 18%, com 29,2 mil unidades. Essa queda foi causada pela menor demanda do mercado argentino, principal parceiro comercial.
As projeções para o mercado em 2021 ainda não foram divulgadas pela Abraciclo, mas o presidente revelou que a entidade já trabalha nos números e que a expectativa mínima é a de recuperação dos prejuízos registrados em 2020, retornando ao volume de 2019.
Mesmo com essa perspectiva positiva Fermanian ressaltou alguns pontos de atenção, como a manutenção dos incentivos da Zona Franca de Manaus durante a reforma tributária que o País deverá passar, ponto considerado muito importante para manter a competitividade da indústria local, e a dificuldade que o Brasil terá para recuperar os empregos, reduzir a inadimplência e manter o acesso ao crédito.
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