São Paulo – Com o fim das restrições no Estado do Amazonas, quando algumas fabricantes chegaram até a suspender temporariamente suas atividades por causa do agravamento da pandemia da covid-19 em janeiro e fevereiro, a produção de motocicletas deu seus primeiros sinais de recuperação em março, com 125,6 mil unidades fabricadas no Polo Industrial de Manaus. O volume, além de 116,4% superior ao de fevereiro, com base de comparação reduzida, ficou 22,1% acima do produzido em março do ano passado, informou a Abraciclo na quarta-feira, 14.
No trimestre saíram das linhas de montagem 237,2 mil motocicletas, 20,3% abaixo do registrado em janeiro a março de 2020. Não era o cenário esperado pelas fabricantes, que enfrentam demanda superior à oferta e não conseguem atender a todos os pedidos que chegam das concessionárias. O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, acredita que a reversão do cenário tenha começado.
“Nossa expectativa é a de que o ritmo de produção siga estável a partir de agora para conseguirmos atender ao mercado e zerar a fila de espera.”
A entidade mantém sua projeção para o ano, de produção de 1 milhão 60 mil unidades, volume que representaria avanço de 10,2% sobre o resultado do ano passado.
O varejo sentiu os reflexos das paradas nas linhas, e das restrições em alguns estados por causa da covid-19, e registrou em março 62,3 mil licenciamentos, 17,4% abaixo de março do ano passado e 8,5% acima de fevereiro, dois meses também com impacto da pandemia nos resultados. Na média foram emplacadas 2,7 mil motocicletas por dia, o pior resultado para março desde 2003.
No trimestre as vendas de motocicletas caíram 16,8% com relação a janeiro a março de 2020, somando 205,4 mil emplacamentos.
As exportações apresentam trajetória de alta, ainda que sobre base restrita. Em março os embarques somaram 6,4 mil unidades, 116,5% acima de fevereiro e 132,1% a mais do que março do ano passado. No trimestre foram 13,2 mil embarques, 92,9% de crescimento sobre os três primeiros meses de 2020.
Estados Unidos, Argentina e Colômbia foram os principais destinos das motocicletas produzidas em Manaus no trimestre. E, segundo Fermanian, a maior parte das exportações são de produtos de alto valor agregado: “Isso mostra o quanto a motocicleta produzida no Brasil é tecnológica e está alinhada com as principais demandas globais do setor de duas rodas”.
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