São Paulo – A Nissan do Brasil encomendou quinhentas unidades do elétrico Leaf para a fábrica de Sunderland, Inglaterra, que chegarão em lotes mensais durante o ano fiscal que se encerra em março do ano que vem. Em menos de doze meses a companhia projeta vender, sozinha, mais automóveis elétricos do que todo o mercado brasileiro no ano passado, segundo os cálculos de seu diretor sênior de vendas e marketing, Tiago Castro. É o que ele chama de segunda fase de eletrificação da Nissan no Brasil, dois anos após do primeiro passo, dado com o lançamento do Leaf em 18 de julho de 2019.
Nos cálculos da companhia há demanda local para este volume e, por isso, há planos de fazer crescer a própria operação.
“Queremos ser líderes em elétricos no Brasil. Vamos quintuplicar a rede credenciada para ter ao menos uma concessionária em cada região do Brasil vendendo o Leaf”, disse o executivo a jornalistas na segunda-feira, 19, “primeiro dia útil após o E-Day, o dia da Mobilidade Inteligente no Brasil.”
Nestes dois anos o Leaf foi vendido em apenas sete concessionárias, concentradas nas regiões Sudeste, Sul e Centro-oeste. Agora serão 44 revendas em 34 cidades, cobrindo o território nacional do Macapá, AP, a Porto Alegre, RS.
Para tocar o ousado plano de expansão no Brasil foi preciso negociar com a Nissan Europa, que, apesar de registrar aumento na produção do Leaf em Sunderland, ainda dispõe de muitos pedidos ao redor do globo, até porque a questão dos semicondutores afetou, também, a produção por lá. Os primeiros Leaf da nova leva começarão a chegar no fim de agosto, segundo Castro.
Não para por aí: o diretor geral Airton Cousseau afirmou que mais modelos eletrificados estão projetados para o futuro: “Estamos testando o E-Power [sistema híbrido da Nissan] no Brasil. Ainda demora um tempo, porque precisamos adequar o sistema à gasolina local, que tem 25% de etanol”.
Cousseau evitou estipular data para que novos modelos, híbridos ou elétricos, integrem o portfólio Nissan. Mas jogou um balde de água fria sobre aqueles que esperam por produção local: “Por causa dos baixos volumes provavelmente não será viável”.
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