São Paulo – Na reta final de 2021 a New Holland Agriculture tem no radar dez projetos, que considera estratégicos, para a América do Sul. Um deles, o smart dealer, já começou a sair do papel. Ele visa a melhorar a tradicional rede de concessionárias com redução nos custos de investimento e de manutenção e propiciar experiência personalizada para o cliente, que pode aproveitar o espaço para trabalhar enquanto resolve demandas de seu trator.
Repleta de sustentabilidade e tecnologia a loja conceito tem o objetivo de reunir em um só lugar manutenção de máquinas, venda de peças e de itens de grife da marca, serviço de monitoramento da frota, coworking e espaço para cafeteria ou, até mesmo, churrasqueira e costela fogo de chão.
Segundo Paulo Máximo, diretor de desenvolvimento de rede da New Holland Agriculture para a América do Sul, o uso de padrão para as concessionárias agora é coisa do passado. Cada projeto será customizado por um escritório de arquitetura e, portanto, cada um poderá deixar o espaço mais compatível e atraente de acordo com o perfil de seu público.
Comum a todas as revendedora é a adoção de geração de energia solar e do reaproveitamento de água, o que reduz consideravelmente o custo com manutenção preventiva mensal, pontuou Máximo. E como as áreas das novas lojas são menores gasta-se menos com produtos de limpeza. Ao todo a economia pode chegar a 50%.
“A ideia é ter mesas descontraídas em um coworking no mesmo espaço da loja pois, às vezes, o proprietário de um trator vai até lá pegar uma peça e precisa fazer uma reunião. Ele não precisa perder tempo nem ir correndo: pode fazer ali mesmo e aproveitar também o espaço do café.”
Máximo reforçou, também, que faz parte da experiência do cliente tratá-lo de forma personalizada. A partir do momento em que faz cadastro com reconhecimento facial na segunda vez em que for à loja as câmaras o identificam no local e enviam alerta aos vendedores com lista de itens que costuma comprar. Como nem sempre todos os produtos estarão disponíveis é possível complementar a compra por meio de uma TV touch screen e entregar o que faltou em sua casa: “A ideia é que mais para frente possamos fazer com que ele pegue o que precisa, como óleo ou correia, e saia sem falar com ninguém, se assim desejar. O item será debitado no seu cartão de crédito”.
Quem é fã da New Holland poderá, ainda, levar para casa roupas, calçados, brinquedos e miniaturas com grife exclusiva da marca. Os produtos estarão na NH Store, que também poderá expor itens e serviços de parceiros.
O que faz com que os espaços das concessionárias sejam menores é a integração das áreas, o que não havia antes. Outro ponto é que as oficinas necessitavam de amplo espaço para consertar as máquinas e, hoje, os profissionais vão até o campo.
Dessa forma o investimento é até a metade do valor dos modelos atuais, garantiu Máximo. Já existem duas lojas conceito, uma em São Borja, RS, que não tem tijolos, onde tudo é pré-moldado, feito com placas. Devido à tradição local a customização do espaço voltado à alimentação ganhou uma churrasqueira, utilizada para treinamentos na hora do almoço. A outra em funcionamento está em Cristalina, GO. O custo médio para adotar as operações, que têm área de 5 mil m2, foi de R$ 5 milhões.
Até o fim de 2022 a ideia é ampliar das atuais 221 concessionárias para 235. Em dezembro será inaugurada a terceira loja conceito em Itapetininga, SP. O executivo relatou que já existem noventa pedidos para remodelar ou reconstruir revendedoras operantes, o que representa mais de 40% do total. A companhia trabalha com a expectativa de que em até sete anos todas devam ter migrado para a nova versão: “Trata-se de modelo inédito, criado aqui e alinhado à arquitetura global. A ideia é expandi-lo pela região e levá-lo também para Argentina e Paraguai.”
Monitoramento – Outra novidade é a central de inteligência de serviços, contemplada nas instalações, por meio da qual monitoriza-se, à distância, as máquinas no campo e antecipa-se eventuais problemas que possam ocorrer nos equipamentos, além de atualizar softwares sem requerer deslocamento.
Por exemplo: é possível checar se há velocidade e rotação de motor ideal para determinada operação ou até mesmo antever defeito, evitando quebra: “Antes era o cliente que fazia o acompanhamento. Hoje é a central. E em 2022 teremos em Curitiba a central das centrais, em que haverá monitoramento mais amplo e os dados estatísticos de todas as unidades serão reunidos, a fim de melhorar cada vez mais o desempenho dos produtos e facilitar a vida dos proprietários”.
Esses dados são gerados por máquinas dotadas de tecnologia de conectividade recém-lançadas, como os tratores T8 e T9 PLM Intelligence, plantadeiras, pulverizadores e colheitadeiras: a partir de um modem informações como consumo de combustível, produtividade da máquina e velocidade de operação são transmitidas para central de monitoramento, que acompanha a operação agrícola em tempo real.
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