São Paulo – O contexto de incertezas da economia brasileira, aliado à crise na cadeia de abastecimento da indústria, fez com que o presidente da Renault, Ricardo Gondo, reduzisse suas expectativas para o crescimento do mercado brasileiro em 2022. Em outubro, no Congresso AutoData Perspectivas 2022, sua aposta era de alta de 15% a 20%, para até 2,4 milhões de unidades. Na quinta-feira, 20, durante o lançamento da linha 2023 do Kwid, falou em 2,1 milhões a 2,2 milhões, alta de 5% a 10%.
“É difícil fazer essa projeção, há ainda muita incerteza. A alta da inflação está puxando a Selic para cima, para controlar o impacto. E sabemos que isso reflete nos juros dos financiamentos de veículos, que são ainda a principal forma de aquisição de automóveis no Brasil. Ainda temos os problemas no supply chain e o fato de 2022 ser ano de eleições. Temos que avaliar tudo isso na hora de fazermos nossas previsões."
Em novembro e dezembro, segundo Gondo, a fábrica de São José dos Pinhais, PR, conseguiu cumprir sua programação de produção. Ele estima que o primeiro bimestre de 2022 repetirá o último do ano passado: “A visibilidade de curto prazo está sob controle, devemos conseguir cumprir a programação em janeiro e fevereiro. Mas nossas reuniões são semanais para acompanhar com atenção essa questão. O primeiro semestre ainda será difícil, com melhoras só a partir do segundo semestre”.
A produção na unidade no Paraná foi retomada esta semana. Os trabalhadores não tiveram folga em dezembro: trabalharam até a virada do ano e só após foram para as férias coletivas.
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