São Paulo – A estimativa é a de que em 2035 existam 50 mil carros voadores circulando pelos grandes centros urbanos mundiais, volume que deverá dobrar cinco anos depois. E a Embraer, que desenvolve, na sua divisão Eve, o eVTOL, nome oficial desses carros voadores, pretende fornecer 15% deste volume.
Seu presidente, Francisco Gomes Neto, participou do Seminário Megatendências 2022, organizado pela AutoData Editora, na quarta-feira, 16. Apresentou os planos da companhia para o futuro e especialmente o eVTOL, sigla em inglês para aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical, uma mistura de carro voador com helicóptero elétrico que pode transportar até quatro passageiros, além do operador.
“No futuro, com a introdução das tecnologias autônomas, a ideia é transportar seis passageiros”, contou Gomes Neto. “Ele está programado para ter um nível elevado de utilização, emitir 90% menos ruido e com custo de operação de cinco a seis vezes inferior ao de um helicóptero.”
Desenhado para operação urbana tem autonomia para até 100 quilômetros. Sua recarga será feita na tomada, como um carro elétrico. O eVTOL da Embraer ainda não saiu do papel mas já recebeu 1,8 mil cartas de intenção de compra. “São US$ 5 bilhões de receita gerada com as encomendas, ou quatro anos de produção”.
O martelo ainda não está batido com relação ao centro produtivo, mas a intenção é concentrá-lo no Brasil. Segundo Gomes Neto o planejamento envolve a confecção de kits, com peças, para que sejam montados em unidades próximas ao comprador, reduzindo os custos com frete. “Mas ainda não há definição”.
Ele disse, ainda, que há oportunidades para fornecedores do setor automotivo de participarem da produção: “Precisamos estudar caso a caso, mas acredito que existam sinergias. Com especificações e volumes um pouco diferentes”.
Eletrificação – Como na indústria automotiva os fabricantes de aeronaves correm, também, em direção a sistemas propulsores alternativos. A Embraer pretende lançar, até 2030, seu primeiro avião híbrido, com redução de 50% das emissões. Em 2035 deverá chegar o 100% elétrico, este com emissão zero. Há ainda desenvolvimentos para motores com célula de hidrogênio e outras soluções.