São Paulo – Em março foram licenciadas 110,1 mil motocicletas e 108,2 mil automóveis, segundo a Fenabrave. Os brasileiros, portanto, consumiram mais motos 0 KM do que carros, um fenômeno atípico que, segundo o presidente José Maurício Andreta Júnior, tem justificativa: a motocicleta tornou-se importante ferramenta de trabalho durante a pandemia e a crise sanitária trouxe a necessidade de garantir um meio de transporte individual – e, diante dos preços elevados do automóvel, o consumidor encontrou na moto a solução.
Os sucessivos aumentos dos preços dos combustíveis também foi um fator lembrado pelo presidente da Fenabrave para justificar esse bom momento das motocicletas.
Os resultados da indústria de duas rodas foram todos positivos: as 110,1 mil unidades vendidas em março representaram crescimento de 76,8% sobre o mesmo mês do ano passado e de 46,8% sobre fevereiro. No trimestre foram 274,8 mil motocicletas, volume 33,7% superior ao dos primeiros três meses de 2021.
Andreta Jr. destacou que a vida do comprador de motocicleta não é fácil: enquanto em automóveis sete em cada dez fichas de financiamentos são aprovadas, nas motos este índice cai para três em cada dez aprovações pelos bancos: “O comprador acaba buscando o consórcio. Existem muitas cotas contempladas à espera do produto”.