Unidade será responsável por abastecer a América Latina com a tecnologia
Córdoba, Argentina – A Iveco começará a produzir nas próximas semanas os primeiros protótipos do chassi urbano 170G21 a gás em sua fábrica de Córdoba, Argentina. Abastecerá toda a América Latina, incluindo o Brasil, com o chassi de 17 toneladas, que pode transportar até 48 passageiros, equipado com motor dianteiro FTP NEF6 NG de 5,9 litros de 204 cv, sendo abastecido com GNC ou biometano.
A expectativa é a de que as primeiras unidades comecem a circular na Argentina a partir de abril de 2023. Será a primeira vez que a Iveco produzirá um chassi de ônibus na cinquentenária fábrica de Córdoba. E a escolha pelo país se deu por algumas razões, contou Danilo Fetzner, diretor de operações comerciais de ônibus para a América Latina.
A primeira é o espaço: há capacidade para produzir mais veículos em Córdoba, que atualmente monta caminhões Tector, incluindo uma versão GNC, Cursor, Hi Road, Hi Way e Hi Land em um turno. A expectativa é que em 2022 saiam 5,6 mil unidades das linhas, que podem entregar até 7 mil no turno único. Uma outra razão é que o 170G21 usa a estrutura do Tector, que é fabricado no local.
Mas a mais importante, talvez, seja a questão político-econômica: é preciso ampliar o volume de exportações a partir da Argentina, que vive com dificuldades de disponibilidade de dólares. Fetzner disse que países como Colômbia, Chile, Peru, e República Dominicana, além do Brasil, deverão receber o chassi de 17 toneladas.
A Argentina tem no gás sua principal fonte de energia, responsável por fornecer mais da metade da matriz, mas ainda carece de melhor estrutura de abastecimento para gás veicular. Segundo a Iveco o chassi reduz pela metade o custo do combustível nas operações dos argentinos, ou 20% do TCO do veículo – e emitindo menos CO2. O 170G21 tem autonomia de até 250 quilômetros equipado com seis cilindros de gás.
Uma versão GNV do Tector já é produzido em Córdoba, a primeira fábrica da América do Sul a produzir modelos a gás – a outra será Sete Lagoas, MG, que nas próximas semanas inicia a montagem do Hi Way GNV. Eles compõem o que a Iveco está chamando de linha Natural Power, movida a combustíveis renováveis.
Fetzner garantiu que o chassi de ônibus está pronto para ser enviado ao Brasil, dependendo apenas de homologações: “Iniciaremos o processo agora e deve demorar de seis a oito meses”.
Ele acredita que o GNV será alternativa competitiva no mercado: seu preço chega a ser em torno de 20% a 30% superior do que seu similar a diesel, com redução de TCO. Um elétrico, segundo o executivo, custa de duas a três vezes mais do que um a diesel.