São Paulo – A transição de tecnologia nos caminhões para o Euro 6 elevou o preço médio dos veículos, movimento que afetou diretamente a demanda das montadoras. Das 36,4 mil unidades comercializadas de janeiro a abril apenas 11,8% foram de modelos produzidos em 2023, 4,3 mil veículos, já com a motorização atualizada.
Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea, disse que usando como base os últimos anos o porcentual deveria estar em torno de 40%, e considerou a migração do P7 para o P8 muito mais lenta do que o normal.
O volume de vendas ficou estável no quadrimestre com relação a 2022, com leve alta de 0,6%, graças aos modelos Euro 5 que ainda estavam disponíveis no mercado. Em abril, com menos veículos Euro 5 em oferta na rede, os emplacamentos somaram 7,8 mil, queda de 16,6% na comparação com igual mês do ano passado e retração de 22,2% sobre março.
Na produção o efeito Euro 6 foi bem maior do que nas vendas, com queda no acumulado de 28,6% sobre 2022, com 31 mil 752 unidades produzidas. Em abril foram produzidos 7 mil 255 caminhões, recuo de 28% na comparação com igual período do ano passado e de 41,1% ante março.
“A produção em abril também foi afetada pelas paradas das montadoras.”
Para elevar a produção e reduzir as paradas nas fábricas Bonini disse que a entidade trabalha junto ao governo em busca de financiamentos disponíveis para caminhões, que são bens de produção e precisam de linhas para o mercado interno e para exportação.
O vice-presidente da Anfavea também lembrou que o acordo de livre comércio com o México começa a valer sem cotas a partir de junho, o que pode ajudar a indústria nacional.
Foram exportados 5,5 mil veículos de janeiro a abril, volume 18% menor do que o registrado no ano passado. Em abril os embarques somaram 1 mil unidades, queda de 49,6% ante o mesmo mês de 2022 e retração de 44,1% comparado com março.