Stellantis lançará dois veículos híbridos nacionais no ano que vem
Betim, MG – A Stellantis antecipou em seis meses a apresentação de sua estratégia de eletrificação no Brasil, mostrando pela primeira vez as quatro plataformas que serão utilizadas nos produtos das marcas do grupo na região. Desenvolvidas pela engenharia local as plataformas contemplam a tecnologia híbrido-flex leve, híbrido flex com uma bateria de maior capacidade, híbrido plug-in e até uma arquitetura 100% elétrica. Também muito importante: além do desenvolvimento sob responsabilidade de brasileiros os fornecedores das partes desta tecnologia também serão nacionais:
“Descarbonizaremos combinando etanol e eletrificação, nacionalizando estas tecnologias” disse Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América do Sul, que enfatizou a importância de realizar aqui todo o desenvolvimento. “O que chamamos de geração de valor faz parte da decisão de desenvolver, criar e envolver parceiros na nacionalização. Não gostamos de exportar PIB utilizando tecnologias que podem ser produzidas aqui”.
A iniciativa, chamada de Bio-Hybrid, tem algumas plataformas rodando em testes avançados para serem aplicadas nos produtos já em 2024. De acordo com Filosa essas tecnologias já estão aprovadas tecnicamente e podem ser inseridas imediatamente nas linhas de produção nacionais.
Durante a apresentação, nas dependências do Tech Center Stellantis do Polo Automotivo de Betim, ele afirmou que os primeiros híbridos nacionais deverão estrear nas marcas de maior volume da Stellantis em algum momento de 2024: “Já estamos adiantados em seis meses na nossa programação inicial, que era apresentar essas tecnologias só no início do ano que vem. Teremos dois veículos com a tecnologia Bio-Hybrid no mercado no ano que vem. Mas 2024 tem doze meses, não? Vamos aguardar o momento correto.”
A programação da Stellantis para o Brasil inclui de 2021 a 2025 43 lançamentos, dos quais dezenove totalmente novos e 24 atualizações de produtos já existentes. Considerando as oito marcas do grupo no País serão dezessete SUVs, nove carros de passeio, nove vans e oito picapes. Todos têm potencial para utilizar uma das plataformas Bio-Hybrid.
A expectativa é a de que os modelos híbridos ocupem rapidamente o portfólio Stellantis no País. O objetivo da empresa é que até 2030 mais de 20% do mix de veículos sejam eletrificados. Está definido, inclusive, para 2030 a produção do primeiro veículo Stellantis nacional 100% elétrico.
Sobre a decisão de nacionalizar a produção de todos os itens necessários para um veículo 100% elétrico Filosa procurou apontar as vantagens em vez de enfatizar os desafios, como atrair parceiros para fornecer itens ainda inexistentes por aqui, como as matérias-primas para as baterias: “Como não importaremos quase nada teremos o negócio protegido da flutuação do câmbio, o que é muito importante na composição do custo e do preço. Não vamos criar PIB na Ásia, mas vamos gerar receita aqui”.