Emprego também reduziu: 500 vagas foram fechadas em junho, segundo a Anfavea.
São Paulo – No mês em que o governo concedeu descontos, de R$ 2 mil a R$ 8 mil para modelos de até R$ 120 mil, a produção de veículos caiu 17% na comparação com maio e 7,1% com relação a junho do ano passado, segundo divulgou a Anfavea na sexta-feira, 7. Saíram das linhas de montagem 189,2 mil unidades no mês passado.
O presidente Márcio de Lima Leite disse que a queda se explica pelos elevados níveis de estoques no fim de maio, quando as fabricantes começaram a se preparar para o programa do governo. Havia, nos pátios das montadoras e concessionárias, 251,7 mil veículos, suficiente para abastecer as vendas por 40 dias. Passado junho, e as vendas impulsionadas pelo programa do governo, o estoque caiu para 223,6 mil unidades, ou 35 dias de vendas.
Para o vice-presidente, e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o programa foi um sucesso: “Salvou emprego, impulsionou a produção e beneficiou a população que pode comprar carro mais barato. Muitos carros comprados são utilizados como fonte de renda”.
Lima Leite, da Anfavea, disse que foram emplacados 54 mil veículos por meio do programa do governo e ainda existem 79 mil unidades, vendidas, que não foram licenciadas no mês passado. Alckmin disse que o programa impulsionou também a venda de modelos com preço superior a R$ 120 mil.
A estimativa total é que 150 mil unidades sejam comercializadas por meio do programa, que consumiu R$ 710 milhões em descontos tributários – restam ainda R$ 90 milhões para serem concedidos a pessoas físicas e pessoas jurídicas, que entraram depois.
Desde o anúncio do programa do governo foram anunciadas paradas na produção de Volkswagen e General Motors. Os empregos também caíram: de 100,2 mil trabalhadores diretos em maio para 99,7 mil em junho. “Ainda não é uma luz vermelha, mas começamos a monitorar os empregos”.
No primeiro semestre a produção cresceu 3,7%, para 1 milhão 132 mil unidades. Segundo o presidente da Anfavea as projeções não serão revistas, ainda: “Não existem fundamentos para rever os números, nem para cima, nem para baixo”.
A entidade espera que saiam das linhas de montagem 2,4 milhões de veículos, o que representaria uma alta de 2,2% sobre o volume de 2022.