São Paulo – Previsto para a terça-feira, 12, o leilão do programa federal Caminho da Escola foi adiado, ainda sem nova data. A nova etapa, que prevê a compra de 16,3 mil ônibus e era aguardada com ansiedade pelas fabricantes de chassis e carroceria, teria seus efeitos sentidos apenas em 2024 por causa do tempo necessário para a produção do ônibus.
A razão é técnica: pelo edital da licitação publicado no fim do mês passado apenas uma fabricante de chassi, a Volkswagen Caminhões e Ônibus, poderia fornecer os ônibus. É a única a deter um dos certificados exigidos, de acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges.
“Este certificado, em outras licitações, era exigido apenas nas entregas dos ônibus. Neste edital passou a ser solicitado agora e, no momento, apenas uma empresa o detém”.
O metalúrgico se reuniu com o ministro do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para explicar a situação e solicitar alterações no texto para que outras empresas, como Iveco e Mercedes-Benz, que no passado forneceram chassis para o programa, pudessem participar da nova licitação. De acordo com Selerges, o ministro entendeu as reivindicações do sindicato.
“Nós, metalúrgicos do ABC, entendemos que este projeto é importante porque trabalha com duas vertentes: a política industrial e social. O Caminho da Escola integra ônibus que transportam o futuro do Brasil, nossas crianças. A geração de emprego e renda também são muito importantes nesse projeto, pois não se trata de um produto de prateleira mas, sim, de uma demanda com suas especificações e certificados.”
Nota do Editor: Após a publicação da reportagem a Iveco entrou em contato e informou, por meio de nota, que “reúne todas as condições de participar desse processo de concorrência pública e que cumpre todos os requisitos necessários para participar da licitação” do Caminho da Escola. “A empresa tem longa tradição de participação no Programa Caminho da Escola e o considera de fundamental importância para que crianças de todo o país tenham acesso à educação básica de forma segura.”