É o maior aporte de uma fabricante na história da indústria local. Quarenta novos produtos serão gerados a partir das plataformas Bio Hybrid.
Brasília, DF – A Stellantis anunciou seu próximo ciclo de investimentos no Brasil, o maior na história da indústria automotiva local: serão R$ 30 bilhões de 2025 a 2030 para o lançamento de quarenta produtos das marcas Fiat, Jeep, Ram, Peugeot e Citroën. O anúncio foi feito pelo CEO global Carlos Tavares:
“O Brasil tem os biocombustíveis que se equiparam ao resultado de emissões dos elétricos. Isto não acontece em outros lugares. Investiremos nestas tecnologias para tornar nossos produtos acessíveis a todos os níveis de clientes”.
Ele elogiou a política setorial Mover, Mobilidade Verde e Inovação, como um fator relevante para promover a transição. “Apoiamos esta política industrial pois há um alinhamento dos interesses com a sociedade, o governo e a indústria. Marcamos um encontro para estarmos todos juntos atingindo as metas lá em 2030”.
O CEO da Stellantis no Brasil, Emanuele Cappellano, confirmou que este novo ciclo não está combinado com o investimento de R$16,5 bilhões que se encerra no fim deste ano e também não será aplicado a outros paises da região com operação produtiva: “Trabalhamos para concluir os lançamentos do ciclo anterior até dezembro e, ao mesmo tempo, já estamos trabalhando nos planos de negócios para os próximos cinco anos, com foco total na operação de produtiva nacional”.
As plataformas Bio Hybrid serão a base para gerar os quarenta novos produtos. Segundo a companhia haverá o desenvolvimento de oito powertrains eletrificados, e até uma motorização 100% etanol, um dos pontos destacados por Capellano: “Teremos várias fases da eletrificação e nossa engenharia está trabalhando na melhor eficiência de um motor térmico a etanol”.
Carlos Tavares se referiu várias vezes durante o anúncio, em Brasília, DF, com a presença de alguns veículos de imprensa, à importância de os planos de produtos atender à classe média ou, no caso dos países em desenvolvimento, à maioria dos clientes interessados em adquirir um veiculo:
“Nós pensamos primeiramente na classe média. Temos que desenvolver tecnologias para um grande volume, se não não há impacto [na descarbonização]. Por isto nossa prioridade é a classe média: queremos dar acesso a estas tecnologias para gerar o volume e contribuir para a grave questão das emissões”.
Até o fim deste, que é o maior valor de investimento de uma empresa produtora de veículos no País, a expectativa de Cappellano é de que “30% das nossas vendas aqui sejam de produtos 100% elétricos”.
Além de uma nova safra de veículos e propulsores mais eficientes este programa de investimentos também gerará novos negócios para a Stellantis, a exemplo da aquisição da DPaschoal, para atuar no segmento de reposição, segundo Capellano:
“Os pormenores deste plano, com novos veículos, tecnologias e outros negócios relacionados ao setor automotivo, vocês conhecerão ao longo dos próximos anos”.