São Paulo – A Stellantis direcionará R$ 13 bilhões dos R$ 30 bilhões em investimentos programados para o Brasil de 2025 a 2030 à sua fábrica de Goiana, PE, onde, hoje, são produzidos Jeep Renegade, Compass e Commander, Fiat Toro e a Ram Rampage. O anúncio foi feito à governadora do Estado de Pernambuco, Raquel Lyra, na tarde de quarta-feira, 25.
Serão desenvolvidos novos modelos, motores e tecnologias para a unidade, que tem capacidade para produzir 280 mil veículos por ano, além de seguir com o esforço em atrair fornecedores para a região. Hoje, segundo o presidente Emanuele Cappellano, estão instaladas 38 empresas próximas à fábrica. A meta é chegar a, pelo menos, cem:
“Nós buscamos criar as condições para que eles invistam e se instalem próximo à fábrica, mas a decisão é das empresas. De toda forma esta localização é fundamental para elevar a competitividade de Goiana”.
A renovação do Regime Especial do Nordeste, que promove incentivos fiscais para a Stellantis e outras empresas instaladas na região, ajuda a reduzir essa perda de competitividade gerada pela distância da unidade, longe dos grandes centros e ainda sem tradição na produção automotiva. Segundo Cappellano a localização destes fornecedores é fundamental para subir degraus de competitividade da operação nordestina: “Temos até 2032 para reduzir este déficit”.
No ano passado, em meio à discussão sobre renovação ou não dos incentivos, a Stellantis confirmou que sairá de Goiana os primeiros veículos do projeto Bio-Hybrid, que inclui motores híbridos flex. O presidente disse que será no segundo semestre.
Na unidade serão implementadas também novas tecnologias. Cappellano falou especialmente em novos itens de segurança e sistemas ADAS, que deverão ser incorporados aos modelos nacionais.
Ele deu outros pormenores do plano Next Level, como foi batizado o planejamento de aplicação dos R$ 30 bilhões em investimentos. Uma das principais preocupações demonstradas pelo executivo, que sucedeu a Antonio Filosa em novembro, tem relação com a acessibilidade de seus produtos pela população. Em outras palavras o carro precisa ficar mais barato.
“Um elétrico custa R$ 55 mil a mais do que seu equivalente ICE, a combustão. No caso do híbrido a diferença fica na casa dos R$ 25 mil”.
De toda forma está nos planos da Stellantis tanto oferecer um veículo de entrada com tecnologia híbrida como produzir em sua operação brasileira modelos 100% elétricos: “Nos R$ 30 bilhões está contemplada a produção de um 100% elétrico até 2030. Mas o prazo pode mudar conforme o mercado se desenvolver. Temos que produzir modelos que caibam no bolso do brasileiro”.
O presidente da Stellantis América do Sul afirmou que, em breve, informará o destino dos R$ 17 bilhões restantes. Confirmou, porém, que suas outras fábricas brasileiras – Betim, MG, e Porto Real, RJ – receberão os valores também todas as marcas do grupo, Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën, Ram, Abarth e Mopar. Desconversou, porém, quando questionado sobre a possível introdução de uma nova marca no mercado brasileiro.
No total serão lançados quarenta modelos no período, de quatro plataformas diferentes. Oito motores, dentre combustão, híbridos e elétricos fazem parte do plano, segundo o presidente.
Enquanto sinaliza os primeiros passos do novo ciclo de investimento a Stellantis dá os últimos de seu anterior. Ainda estão programados seis lançamentos para 2024, após a apresentação da Fiat Titano, dos Jeep Compass e Commander e da apresentação do Citroën Basalt. Um deles virá da Argentina: o Peugeot 2008, que demandou aporte de US$ 270 milhões na unidade de El Palomar.