São Paulo – Afora todas as questões humanitárias e sociais as chuvas que atingiram cidades do Rio Grande do Sul na semana passada poderão causar impacto sobre os negócios da indústria automotiva brasileira. Fábricas localizadas na região da Capital, Porto Alegre, estão paralisadas e algumas estradas seguem bloqueadas, ocasionando problemas de logística. O risco é que fornecedores gaúchos não consigam entregar peças e componentes e a produção de veículos possa ser paralisada.
Cláudio Sahad, presidente do Sindipeças, diz que a entidade mapeou a situação de três importantes regiões do Estado, que foi, ano passado, responsável por 12% do faturamento do setor. A mais crítica, segundo o levantamento, é a de Porto Alegre:
“Na área próxima à Capital as fábricas foram atingidas pela água e existem paralisações na produção. Ali está a situação mais séria”, afirmou o executivo, que participou da coletiva à imprensa da Anfavea na quarta-feira, 8.
Em Gravataí, onde opera a General Motors, as chuvas geraram poucos danos e as unidades fabris da maior parte dos fornecedores seguem produzindo – a GM, entretanto, suspendeu a produção dos Chevrolet Onix e Onix Plus até a sexta-feira, 10. Em Caxias do Sul, outro importante polo produtor, o impacto foi mínimo e a produção segue quase em sua normalidade.
“A questão maior são os problemas logísticos, porque algumas estradas estão fechadas. Mas existem rotas alternativas que podem ser usadas pelas empresas e acredito que estas dificuldades podem ser superadas rapidamente. Em uma semana a dez dias tudo deverá voltar à uma quase normalidade.”
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, não descarta paradas em fábricas: “Temos três operações de associadas suspensas no Estado. De toda forma, mesmo que não parem, teremos que demandar mais esforço para superar toda essa situação logística”.
Sahad acrescentou: “Não acredito que haverá falta generalizada de peças mas poderá haver paradas pontuais, que seriam resolvidas de forma rápida”.
Na Região Sul, segundo a Anfavea, estão instaladas doze fábricas automotivas de sete associadas e outras 540 de fornecedores, além de 680 concessionárias. O Estado do Rio Grande do Sul representa 5% das vendas de veículos e 12% do faturamento do setor de autopeças.