São Paulo – Habilitada ao Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, a AGCO tem como objetivo desenvolver tecnologias de propulsão para seus tratores, colheitadeiras e pulverizadores, com foco em soluções a partir do etanol, biometano e biodiesel. Em entrevista à Agência AutoData a diretora de assuntos governamentais para a América do Sul, Ana Helena Andrade, disse que a eletrificação está fora dos planos de trabalho da engenharia local ao menos pelos próximos cinco anos.
“Perseguiremos estas frentes, estas alternativas de combustíveis, para entregar soluções para que os agricultores tenham como produzir de forma mais sustentável, consumindo menos insumos.”
Outros projetos dentro do escopo do Mover, segundo Andrade, são a aplicação de inteligência artificial em pulverizadores para aplicação de defensivos agrícolas apenas em locais onde existem as necessidades. Segundo ela a redução do insumo por parte dos agricultores torna, também, a operação mais sustentável.
A AGCO está investindo R$ 340 milhões no Brasil, de 2022 a 2024. Parte dos recursos foi aplicada na fábrica de Mogi das Cruzes, SP, onde está instalado um dos seus centros de pesquisa e desenvolvimento. Ele teve sua capacidade ampliada nos últimos anos e está preparado para os próximos passos a partir do Mover.
As unidades de Canoas e Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, também foram preparadas e farão parte dos novos projetos.
A parte do investimento que ainda não foi aplicada será usada para o desenvolvimento de novas tecnologias e entrará na conta do Mover, para que a AGCO receba o reembolso em crédito tributários, como está previsto no programa. Novos aportes estão programados: “Realizaremos novos investimento no Brasil para que seja possível desenvolver as novas soluções e, depois, enviaremos os relatórios necessários que comprovam o que foi feito para receber os créditos tributários”.
A diretora considerou o Mover um avanço muito importante na comparação com o Rota 2030, pois as máquinas agrícolas não estavam credenciadas na parte de pesquisa e desenvolvimento, cenário que mudou com a chegada do atual programa do governo federal. É um ponto muito relevante pois a empresa deixará de tirar dinheiro do seu caixa para pagar impostos no futuro e usará os créditos tributários adquiridos com base em seus investimentos.
Segundo Andrade a decisão de se habilitar ao Mover ocorreu de forma rápida e tranquila dentro da AGCO, uma vez que a empresa realiza série de investimentos anuais em pesquisa e desenvolvimento no Brasil, que funciona como base exportadora de máquinas.
O Mover também é relevante para transformar a indústria nacional, segundo a diretora da AGCO, e para alavancar no País o desenvolvimento de novas tecnologias, gerando empregos de qualidade e ampliando a relevância das fábricas nacionais no cenário global.