Indaiatuba, SP – A John Deere inaugurou na quinta-feira, 5, o seu primeiro Centro de Pesquisa e Desenvolvimento brasileiro, com investimento próprio de R$ 180 milhões. Com quadro de colaboradores inicial de 150 pessoas, a maioria engenheiros, o trabalho em Indaiatuba, SP, será focado em novos tratores, colheitadeiras e pulverizadores, softwares e novas tecnologias que serão aplicadas na máquinas e biocombustíveis como etanol e biometano.
O CTO global, Jahmy Hindman, fez mistério sobre o primeiro projeto a sair do centro brasileiro. Mas deu uma pista ao dizer que deverá ser algum novo software ou nova tecnologia para ser embarcada nas máquinas. De olho em máquinas que operem com biocombustíveis a John Deere já estava trabalhando em projeto de trator movido a etanol, que começará a ser testado no Brasil em janeiro de 2025, começando pelo Estado de São Paulo.
Um dos focos será o segmento de cana-de-açúcar, matéria-prima do etanol produzido no Brasil. Produtores da cultura podem ser um dos segmentos interessados nessa tecnologia, assim como os de grãos:
“Nosso trabalho com biocombustíveis começou antes do novo centro, com testes em laboratórios de máquinas movidas a etanol”, disse Antônio Carrere, vice-presidente de vendas e marketing para a América Latina da John Deere. “A primeira começará a ser testada no campo a partir de janeiro. Serão, pelo menos, dois anos de testes com um trator da série 8R, em paralelo com os trabalhos no novo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento”.
A John Deere identificou a necessidade de ter um centro de P&D com foco em produtos e tecnologias para agricultura tropical, que envolve o Brasil e toda a América Latina, há dois anos, quando começou a trabalhar no projeto. Depois de definir o local, um terreno em Indaiatuba, começou o trabalho de construção das novas instalações, que levou onze meses da pedra fundamental até a inauguração.
A nova unidade de P&D será totalmente integrada com os outros centros que a empresa mantém nos Estados Unidos e na Alemanha, compartilhando avanços e conhecimento. A intenção da John Deere é usar o Brasil como base exportadora das novas máquinas que serão desenvolvidas aqui para toda a América Latina, Estados Unidos e alguns países da Europa, assim como novas tecnologias que serão embarcadas nos equipamentos e novos softwares.
Carrere disse que o investimento não está relacionado ao programa Mover, Mobilidade Verde e Inovação, mas pode ser que no futuro a empresa desfrute dos benefícios disponíveis por meio do programa: “Sempre trabalhamos próximos ao governo e vamos estudar o Mover para ver quais possibilidades temos de aproveitar os incentivos. Se for possível aproveitaremos.”
Com o investimento no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento a John Deere chegou à marca de R$ 3 bilhões investidos no Brasil nos últimos cinco anos.