Xangai, China – A longa espera para que a GWM passe a produzir no Brasil está chegando ao fim. Após alguns adiamentos e mudança de rotas está confirmado que, de junho para julho, a fábrica em Iracemápolis, SP, será inaugurada com a presença do presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, e a do fundador da companhia, Jack Wei.
A partir daí as linhas passarão pelos testes finais de montagem de protótipos do SUV Haval H6, em quatro versões e com as tecnologias de propulsão já disponíveis nos modelos importados da China. Considerando este cronograma os primeiros modelos prontos para o consumidor deverão ser entregues a partir de setembro.
Segundo Parker Shi, presidente da GWM International, estão sendo preparadas duas linhas de montagens, uma para os SUVs e outra para o chassi da picape Poer, que passará a integrar a produção nacional da GWM ainda este ano: “Após estas duas carrocerias passarem pela cabine de pintura serão finalizadas em apenas uma linha de montagem”.
Ainda não está confirmada qual será a versão da picape Poer que iniciará a produção nacional. Serão duas opções de motorização, uma com motor 2.4 turbodiesel e outra híbrida plug-in: “Guardaremos o segredo de qual delas se tornará nacional primeiro. Mas podemos dizer que depois da picape temos a opção de montar um SUV sobre chassis, que poderá ser um Tank 400 ou 700, ainda inéditos no Brasil”.
De acordo com Ricardo Bastos, diretor de assuntos institucionais da GWM Brasil, a fábrica de Iracemápolis conta com quatrocentos funcionários sendo preparados para o início da produção, número que chegará a quinhentos até setembro.
A operação será iniciada com a montagem de kits importados da China totalmente desmontados, os CKDs, e com baixo conteúdo nacional. Trata-se da versão atual do Haval H6, o mesmo que é importado nos últimos dois anos. Especula-se algumas mudanças pontuais no visual, porém não será o mesmo design da nova geração do H6, que é um dos destaques no estande da GWM em Xangai.
O incremento de itens nacionalizados na produção brasileira é um desafio para a engenharia, pois o fundador da GWM, Jack Wei, pretende tornar o País uma base exportadora para toda a América Latina: “Para ele a operação de exportação a partir do Brasil precisa gerar valor para a marca, por isto é imperativo aumentar o conteúdo local dos nossos produtos”, contou Bastos.
Hoje as peças importadas estão incluídas no sistema ex-tarifário, sendo alguns componentes taxados com 2%, 14%, 16% e até 18%, como é o caso das baterias utilizadas nos sistemas de propulsão híbridos.
“Precisamos de dois anos para atingir um porcentual de nacionalização que nos permita exportar. O regime especial com a Argentina regula em 35% o índice mínimo de nacionalização [para exportação dentro de uma cota específica para carros híbridos], mas nosso foco é chegar a mais de 40% para estarmos habilitados a exportar para o México também.”