Modelo fabricado sobre plataforma CMP deve ser produzido em Porto Real com versões híbridas
Goiana, PE – A Stellantis confirmou o que já era esperado: a família brasileira da Jeep crescerá para quatro modelos em 2026. O Avenger ocupará a posição de entrada da gama, ao lado de Renegade, Compass e Commander, nesta ordem crescente de preços. Mas o novo SUV compacto urbano não deverá dividir a mesma linha de montagem em Pernambuco e deverá ser produzido em Porto Real, RJ, informação ainda não oficializada pela empresa.
Jeep já coloca o Avenger na gama de produtos nacionais: serão quatro em 2026, mas não na mesma fábrica. Fotos: Divulgação.
A divulgação da produção nacional do Avenger foi feita na quarta-feira, 14, mesma data em que a Jeep faz o lançamento oficial do modelo no Chile e em outros mercados sul-americanos.
A produção em Porto Real – e não em Goiana, PE, como acontece com os demais Jeep no Brasil – é devida à plataforma do Avenger, a CMP, sobre a qual já são montados na planta do Sul-fluminense os Citroën C3, Aircross e Basalt, marca que passou a integrar a constelação da Stellantis após a fusão da PSA com a FCA, em 2021.
Apesar de parecer uma solução óbvia produzir o Avenger na linha de Porto Real, que já fabrica carros sobre a plataforma CMP, uma vez que já foi anunciado no ano passado que a fábrica receberá investimento de R$ 3 bilhões para fazer um “modelo inédito”, a Stellantis ainda não confirma esta decisão e nem as características técnicas do novo Jeep nacional. Segundo Emanuele Cappellano, presidente do grupo na América do Sul, somente “mais adiante informaremos como vamos fazer o Avenger no Brasil”.
Desenvolvimento para o Brasil
É fato que o Avenger nacional deverá ter diferenças técnicas relevantes com relação ao modelo europeu, que é produzido somente na Polônia e vendido em uma dúzia de versões com opções de motor a gasolina turbo 1.2 de 100 cv, híbrido-leve de 48 V, híbrido plug-in 4xe com 134 cv e 100% elétrico de 156 cv. No Brasil a expectativa é de utilização do motor turboflex 1.0 de 130 cv adaptado à arquitetura Bio-Hybrid com eletrificação leve de 48 V, que no futuro eventualmente poderá evoluir para híbrido plug-in e 100% elétrico, a depender do mercado.
A CMP já foi pensada para isto, originalmente desenvolvida pela PSA, em 2016, como plataforma multienergia – abriga powertrain a combustão, híbrido ou 100% elétrico – para carros Peugeot e Citroën. A Jeep, marca que veio do lado FCA da Stellantis, foi uma das primeiras a aproveitar esta sinergia do novo grupo ao projetar o Avenger sobre a CMP, para ser um SUV urbano a ser vendido inicialmente em mercados europeus.
Convívio com os irmãos
Em comunicado oficial a Stellantis garante que o Avenger “chegará para complementar a gama nacional da Jeep e vai conviver no mercado ao lado do Renegade, Compass e Commander”. Com isto o fabricante tenta evitar que a provável canibalização das vendas do Renegade pelo novo modelo comece antes mesmo da chegada dele às concessionárias.
O Avenger ao lado do Renegade: Jeep garante que os dois vão conviver no mercado como produtos complementares. Fotos: Divulgação.
Ao posicionar o Avenger na entrada de preços de sua gama no País a Jeep corre o risco de matar as versões mais em conta do Renegade, que hoje ocupa justamente a posição de mais barato da marca. Contudo a Stellantis garante que haverá espaço para os dois, justifica Hugo Domingues, vice-presidente da Stellantis responsável pela marca Jeep na América do Sul: “Serão modelos complementares. O Renegade terá vida longa, haverá uma nova geração e um futuro promissor”.