São Paulo – O mercado de caminhões experimentou um respiro em setembro, quando foram comercializados 9 mil 579 unidades, 8,8% acima do resultado de agosto, 8 mil 805. O avanço, no entanto, não foi suficiente para amenizar a queda no acumulado do ano que, frente aos nove meses de 2024, é de 7,6%, com 81 mil 843 unidades.
Os dados, divulgados pela Fenabrave, mostram ainda que, em comparação a setembro do ano passado, quando foram comercializados 11 mil 150 caminhões, houve recuo de 14%.
Na avaliação de Marcelo Franciulli, diretor executivo da Fenabrave, este é um setor que depende do PIB, Produto Interno Bruto, que no ano passado avançou 3,4% e que, para este, é aguardada alta de 2,2%, de acordo com projeções da entidade.
Além disto as vendas de caminhões são muito sensíveis às variações macroeconômicas, o que torna as compras mais difíceis em cenário de juros na casa de 15% ao ano e maior restrição no acesso ao crédito, levando o transportador a pisar no freio: “Sem contar que setores que são importantes clientes, como a indústria de transformação e o agronegócio, não estão estimulando a renovação da frota”.
Caminho da Escola segue sustentando vendas de ônibus
Quanto às vendas de ônibus o Caminho da Escola continua ditando o ritmo do segmento no mercado: em setembro foram emplacadas 2 mil 316 unidades, acréscimo de 12,8% com relação a agosto, 2 mil 53 unidades.
Comparado ao mesmo mês de 2024, quando os emplacamentos somaram 2 mil 450, porém, houve redução de 5,5%. De janeiro a setembro foram vendidos 21 mil 238 ônibus, 8,2% acima do acumulado do ano passado, 19 mil 631 unidades.
“No começo do ano o programa impulsionou bastante o setor mas, agora, desacelerou um pouco, conforme as entregas de ônibus escolares foram sendo realizadas.”
De acordo com Franciulli as compras de caminhões e ônibus têm sido feitas em 7% a partir de cotas de consórcio e em 93% com linhas de financiamento e leasing.
Com relação à oferta de crédito para pessoa jurídica, a economista Tereza Fernandez, responsável pelas projeções econômicas da entidade, afirmou que o volume está desacelerando em velocidade menor do que os recursos para pessoa física, mas simplesmente pelo fato de que a oferta não subiu na mesma proporção:
“Muitas empresas estão enfrentando o problema de recuperação judicial, o que também atrapalha para conseguirem crédito. O jeito é torcer para que a taxa de juros comece a cair, o que não é previsto que ocorra tão cedo”.