São Paulo – A Anfavea trabalha com cenário de vendas de veículos abaixo das 200 mil unidades em junho, ainda um reflexo da greve dos caminhoneiros, em maio, que segundo a entidade fez com que consumidores adiassem suas compras. O presidente Antonio Megale disse no Seminário AutoData Revisão das Perspectivas na segunda-feira, 25, que as vendas, ao contrário das unidades que deixaram de ser produzidas por causa da paralisação, não serão reconquistadas pela indústria:
“Não será possível recuperar as vendas que deixaram de ser feitas no período. Quem ainda mantém a intenção de compra perdeu a confiança e deve observar o cenário político e econômico no segundo semestre”.
Os números de vendas da quinzena, segundo dados do Renavam, indicam que a projeção da Anfavea faz sentido: queda de 18% na comparação com a primeira quinzena de maio.
A entidade trabalha na revisão de suas projeções para o ano. Os números ainda não foram fechados, mas Megale apontou tendências que guiarão as novas estimativas para os seis meses finais do ano. Na produção o cenário deve ser de estabilidade nos números divulgados em janeiro, embora o presidente considere que haverá a diminuição do crescimento previsto: se, antes, a entidade apontava para uma alta 13,2% este ano ante 2017 não seria surpresa para a Anfavea que a produção de veículos seja “um pouco menor”.
Nesse sentido ele apontou para uma produção sustentada pelas vendas internas, com a oscilação para baixo creditada a uma possível queda no volume das exportações:
“Haverá revisão, para baixo, de cerca de 5% em nossas projeções por causa da situação dos nossos principais parceiros comerciais, Argentina e México. O consumo no México está desaquecido e haverá eleições para presidente. Na Argentina a elevação dos juros e a valorização do dólar devem inibir a compra de novos veículos”.
Para o mercado interno a Anfavea espera um cenário mais estável, apesar da diminuição dos emplacamentos esperados para junho: “Não deverá ser menor do que os 11,7% projetados no começo do ano. Se houver alteração será pra cima, coisa de 13%”.
Foto: Christian Castanho.
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