RX abre segundo lote de ingressos para o Salão do Automóvel

São Paulo – A alta demanda pelo Salão Internacional do Automóvel de São Paulo esgotou o primeiro lote de ingressos, o que levou a RX, organizadora do evento, a antecipar a abertura das vendas do segundo. A trigésima-primeira edição do evento será realizada de 22 a 30 de novembro, no Distrito Anhembi.

Os valores das entradas passaram por reajuste de R$ 145 para R$ 162, em fins de semana, e de R$ 58 para R$ 63 a meia entrada em dias de semana. Os ingressos VIP, que dão acesso ao Dream Lounge, foram de R$ 530 a R$ 640 nos fins de semana.

As vendas são realizadas exclusivamente pelo site oficial www.salaodoautomovel.com.br.

Rodolfo Possuelo é o novo diretor de pós-vendas da Nissan do Brasil

São Paulo – Rodolfo Possuelo, responsável pelo pós-venda da Nissan América Latina, passou a acumular as funções da diretoria de pós-venda para o Brasil, o maior mercado da região. Retorna à função que assumiu em 2017, quando foi contratado.

Possuelo liderou também a área de satisfação dos clientes e desenvolvimento de rede e depois foi diretor de vendas. Em 2022 foi alçado a diretor comercial, responsável por vendas, pós-vendas, qualidade e desenvolvimento de rede.

Em 2024 assumiu a diretoria de pós-vendas para a América Latina, a partir do escritório da empresa em São Paulo. Formado em administração pela Universidade de Brasília, tem MBA em marketing pela Fundação Getúlio Vargas e acumula quase trinta anos de experiência na indústria automotiva.

Congresso SAE 2025 debate importância da regionalização na transição energética

São Paulo – Sob o tema Engenharia Brasileira: Pioneirismo, Inovação e Sustentabilidade na Mobilidade do Futuro, a trigésima-segunda edição do Congresso e Mostra Internacionais de Mobilidade SAE Brasil será realizada na terça-feira, 7, e na quarta-feira, 8, no Pro Magno, em São Paulo.

“A engenharia brasileira dedicada à mobilidade sempre foi muito atuante, e esta edição do evento propõe entender quais valores usados para se atingir este nível de pioneirismo e criatividade que estão influenciando o mundo, pois voltamos a ser protagonistas em vários aspectos”, afirmou Claudio Castro, presidente da SAE Brasil, à Agência AutoData. “E o que devemos fazer para continuar trilhando este caminho.”

Simultaneamente serão abordados quatro temas principais durante o evento, além da engenharia brasileira, a descarbonização, a transformação digital e a mobilidade: “O congresso deste ano está mais movimentado, embora o número de dias seja o mesmo”.

São 150 debatedores — em 2024 eram 110, aumento de 36,3%. E o número de painéis principais também passou de doze para dezessete, incremento de 41,6%, além de cinco painéis referentes ao simpósio do hidrogênio. Quanto ao número de trabalhos técnicos apresentados no ano passado foram sessenta e, este ano, são quase oitenta, ou seja, acréscimo de 33,3%. É esperado público de 3 mil pessoas nos dois dias de evento, 7 e 8 de outubro.

Pesquisa e educação técnica para promover avanço da indústria 

Perguntado sobre o que é necessário para desenvolver cada vez mais a indústria brasileira e ampliar a localização de tecnologias ele avaliou que o primeiro passo é ampliar o fomento à pesquisa aplicada: “Precisamos ter mais centros de pesquisa e inovação não só desenvolvendo a capacitação da mão de obra como aperfeiçoando os profissionais técnicos”.

Segundo o dirigente antigamente muito se falava em engenheiros, mestres e doutores, mas hoje é preciso estimular o ingresso de profissionais interessados na carreira técnica.

Outro ponto é que o País desenvolve muitas tecnologias emergentes adequadas à realidade local, a exemplo do motor híbrido flex, em sua visão adequado para ser o primeiro carro de passeio das famílias. Para ampliar a regionalização, ainda, ele enxerga a importância de cada vez mais serem aportados recursos na economia circular.

O presidente do congresso SAE 2025 é Rafael Chang, CEO da Toyota na América Latina e no Caribe.

Mercado de implementos rodoviários estabiliza em queda

São Paulo – As vendas de implementos rodoviários somaram 111,4 mil unidades de janeiro a setembro, queda de 5,6% na comparação com iguais meses do ano passado, de acordo com os dados da Anfir, entidade que representa as fabricantes nacionais. Como até agosto a retração do mercado foi de 5,5%, o presidente da Anfir, José Carlos Sprícigo, notou estabilidade no tamanho da queda:

“O levantamento indica que podemos estar estabilizando nesse porcentual ,o que de certa forma tornaria a tarefa de recuperar as vendas não realizadas este ano, em 2026, um pouco menos difícil”.

O recuo de janeiro a setembro foi puxado pelo segmento pesado, de reboques e semirreboques, que somou 53,7 mil vendas, volume 20,4% menor do que o de igual período do ano passado. O segmento leve registrou 57,7 mil unidades, avanço de 14,1% sobre igual período de 2024. 

As exportações cresceram 48,4%: 3,1 mil implementos.

Missão do Sindipeças volta da África do Sul com US$ 1,1 milhão em potenciais negócios

São Paulo – A missão comercial que levou fornecedores brasileiros em busca de novos negócios na África do Sul, realizada pelo Sindipeças e pela ApexBrasil, gerou potencial de vendas de US$ 1,1 milhão em doze meses. As negociações foram tocadas por doze empresas brasileiras e por 35 possíveis compradores.

As rodadas de negócios, de cinco dias, resultaram em contratos fechados em torno de US$ 170 mil, fora o potencial para os próximos doze meses. O continente africano recebeu US$ 58,3 milhões em componentes exportados a partir do Brasil em 2024 e tem forte potencial de crescimento nos próximos anos, de acordo com o Sindipeças.

Transição para elétricos provoca demissões em fornecedores europeus

São Paulo – A ZF anunciou redução de 7,5 mil vagas de trabalho na Alemanha no início do mês, um reflexo das dificuldaes que a cadeia de fornecedores tem enfrentado na transição para veículos elétricos, menor demanda por componentes de motores a combustão e acirramento da concorrência com fornecedores chineses.

O movimento da ZF não é isolado: outros sistemistas anunciaram medidas semelhantes na Alemanha. A Bosch tem plano de cortar 13 mil empregos, 3% do seu quadro do global, a Continental pretende eliminar 3 mil vagas e a Schaeffler anunciou redução de 3% dos seus 120 mil funcionários, segundo relatam as agências internacionais.

De janeiro a agosto a indústria automotiva alemã registrou um aumento no número de falências de empresas fornecedoras do setor, chegando a 36, contra 33 em iguais meses do ano passado, segundo relatório da consultoria Falkensteg.  De acordo com projeção da agência de notícias Bloomberg junto com cortes na Volkswagen, Audi e Porsche, a indústria automotiva alemã deverá eliminar cerca de 100 mil vagas de emprego até 2030.

Voltando o foco para os híbridos

O corte da ZF afeta a sua fábrica de transmissões para veículos elétricos e as demissões representam 25% do quadro de funcionários da unidade. No local haverá mudança de direção, reduzindo os desenvolvimentos de transmissões para veículos elétricos e aumentando os investimentos em câmbios para veículos híbridos plug-in, como informou o CEO Mathias Miedrech:

“Estamos reduzindo os investimentos em veículos 100% elétricos porque provavelmente a transição global acontecerá mais tarde do que projetamos inicialmente”.

Renault começa a produzir o Boreal em São José dos Pinhais

São Paulo – A Renault iniciou a produção em série do Boreal no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, PR. O modelo será lançado nas próximas semanas e avançará para outras regiões em 2026, com previsão de ser exportado a partir da fábrica brasileira para dezessete países da América Latina.

Para desenvolver e produzir o Boreal no Brasil a Renault investiu R$ 2 bilhões, que fazem parte do aporte de R$ 5,1 bilhões anunciado para o período de 2021 a 2025. O SUV é equipado com motor TCe 1.3 turbo e câmbio automático de EDC de dupla embreagem úmida com seis marchas.

Fiat consolida liderança e caminha para o penta

São Paulo – Com quase 80 mil unidades de diferença para a vice-líder a Fiat está garantida na liderança do mercado brasileiro pelo quinto ano consecutivo. Restando três meses para o fim do ano soma 384,6 mil licenciamentos, o que representa 21,3% de participação de mercado. A Volkswagen, em trajetória ascendente, soma 305,9 mil licenciamentos e 16,9% de participação. Não será suficiente para desbancar a líder em 2025 – embora a empresa mire a liderança no médio prazo.

Completa o pódio, em recuperação, a Chevrolet. As vendas caíram 13,9% de janeiro a setembro, mas a queda ficou 1 ponto porcentual abaixo da registrada até agosto.

Em setembro a Hyundai superou a Toyota na quarta posição, mudança que deverá se consolidar também até o fim do ano devido à situação da Toyota, que precisou parar a produção por causa da tragédia na fábrica de motores em Porto Feliz, SP, e que só deverá voltar a operar em plena capacidade a partir do ano que vem.

A BYD manteve também a oitava posição, deixando Honda e Nissan na nona e décima posições. Ainda sem produção local: a inauguração de Camaçari, BA, está agendada para a quinta-feira, 9.

Veja o ranking:

Fiat Strada volta à liderança em mês de destaque dos SUVs

São Paulo – Depois de três meses na vice-liderança, superada pelo Volkswagen Polo, a Fiat Strada inverteu as posições e fechou setembro no degrau mais alto do pódio do mercado brasileiro de veículos leves. Foram emplacadas 13,9 mil unidades da picape que sai das linhas de Betim, MG, contra 10,6 mil do hatch produzido em Taubaté, SP.

O mês foi de destaque dos SUVs, especialmente os nacionais recém-lançados: o Tera foi o mais vendido do segmento, sexto no geral e, pela primeira vez, ocupou o Top 10. O Nissan Kicks, que soma as gerações antiga e atual, ficou na nona posição do ranking.

Dos dez mais vendidos quatro são SUVs. Além de Tera e Kicks o Toyota Corolla Cross e o Hyundai Creta estão no ranking.

Outro destaque foi o desempenho da picape VW Saveiro: quinto modelo mais vendido no mês com 8,2 mil emplacamentos.

Veja os modelos mais vendidos de setembro:

O que Porto Feliz pode contribuir para mudar a realidade e o meio ambiente?

A tragédia que levou ao chão o teto da fábrica de motores da Toyota em Porto Feliz, SP, traz, além de todo o impacto noticiado por AutoData, e o que está por vir nos próximos meses, algo que todo o setor automotivo já deveria ter contabilizado mas que, a partir de agora, deve ser prioridade: o impacto dos eventos ambientais extremos em seus negócios.

Mesmo sem ter causado danos diretos à operação industrial, como no caso da Toyota, as enchentes do Rio Grande do Sul, em maio de 2024, afetaram bastante o setor automotivo, com a paralisação da produção nas fábricas da Marcopolo, em Caxias do Sul, da Randocorp em todo o Estado, John Deere e AGCO em Canoas, Montenegro e na Capital, Porto Alegre.

A General Motors paralisou suas operações em Gravataí, na Região Metropolitana, por três semanas para preservar a segurança devido ao alagamento das instalações e das vias de acesso. E quase todas as lojas na Avenida Ceará, que concentra a maioria das concessionárias na Capital gaúcha, tiveram suas instalações invadidas pelas águas do rio Guaíba.

Qual o custo operacional da indústria automotiva paralisada e quanto foi o prejuízo causado aos empresários do varejo no Rio Grande do Sul? Desde o ocorrido nenhuma ação conjunta tratou de endereçar soluções. E o Guaíba voltou a subir em 2025.

Nuvens negras

A péssima notícia é que estes impactos se tornarão cada vez mais frequentes e imprevisíveis e que, exatamente por isto, torna-se necessário que a indústria automotiva, toda esta imensa cadeia composta dos fornecedores de matéria-prima e componentes aos revendedores, transportadores e prestadores de serviços dos mais variados para a mobilidade sobre rodas, tome atitudes mais firmes e consistentes para mitigar as transformações do clima.

Conversando com conservacionistas e especialistas em meio ambiente e mudanças climáticas o consenso é que o ponto de partida para uma atitude diferente deve ser o reconhecimento desses fenômenos naturais para que haja, de fato, reação a um desequilíbrio ambiental no planeta. Ainda como parte do primeiro passo é preciso compreender que estes fenômenos naturais serão cada vez mais frequentes, intensos e imprevisíveis. O que houve em boa parte do Interior do Estado de São Paulo naquela segunda-feira, 22 de setembro, foram ventos fortes atingindo quase todas as regiões.

Particularmente em Porto Feliz, especificamente na área da cidade onde se encontra a fábrica da Toyota, o que houve, segundo a Defesa Civil do Estado, foi um fenômeno chamado de microexplosão atmosférica, que é uma corrente de ar descendente muito forte e intensa que se espalha horizontalmente até atingir o solo. No terreno onde estava o prédio da fábrica de motores da Toyota os ventos foram estimados de 90 km/h a 95 km/h, com picos de 99,1 km/h.

De acordo com o sindicato dos trabalhadores da região a perícia da seguradora na fábrica após o ocorrido indicou que poderia ter havido tragédia sem precedentes caso as paredes não tivessem sido retidas pela ponte rolante que cedeu e caiu sobre os maquinários. As imagens de aço contorcido e carros revirados chocou a sociedade.

Fernando Beltrame, CEO da Eccaplan, que atua há mais de quinze anos em projetos de conservação e mitigação de danos ao meio ambiente, raciocina que “diante do desequilíbrio ambiental e da degradação de ecossistemas eventos extremos tornaram-se cada vez mais comuns”.

Ele afirma que a partir de agora são necessárias ações transversais como a preservação de ecossistemas e do meio ambiente. Em Porto Feliz, mesmo com uma cobertura vegetal considerável no entorno da unidade da Toyota, algumas áreas abertas podem ter favorecido a intensidade e a proliferação da microexplosão.

Obviamente a descarbonização da mobilidade é outro fator importantíssimo para contribuir com a redução de eventos extremos. Mas esta é uma ação que precisa ocorrer em âmbito global ao mesmo tempo e de forma radical, algo que está longe de ocorrer.

Um bom exemplo de ação global que recuperou um dano ao planeta foi o banimento do clorofluorcarboneto, o CFC, de embalagens aerossóis, na refrigeração em aparelhos de ar-condicionado, em solventes e extintores de incêndio. A camada de ozônio, sobretudo nos Polos Norte e Sul, foi afetada, prejudicando a capacidade da estratosfera filtrar os raios ultravioletas prejudiciais à nossa pele e a diversos outros organismos vivos.

Desde 1987, com a assinatura do Protocolo de Montreal, o CFC foi substituído e estudos recentes indicam que a camada de ozônio deve se recuperar aos níveis de 1980 na maior parte do planeta até 2040 e na Antártica até 2066. Esse caso demonstra a capacidade de reverter danos causados pela ação humana ao meio ambiente.

Nesta temporada que se inicia com a primavera no Hemisfério Sul a expectativa é de novos e talvez ainda mais intensos eventos extremos. Por isto é preciso prevenir para reduzir os impactos imediatos. Segundo Beltrame já deveria estar na mesa um plano de prevenção com avisos meteorológicos e alertas da Defesa Civil, abrigos em áreas de risco, equipes treinadas para remoção e realocação de pessoas, atenção ao abastecimento de água, energia e suprimentos, além de fundos de apoio a vítimas e empresas atingidas.

Claro que ações de médio prazo de combate às causas indiretas dos eventos extremos como programas de recuperação de áreas degradadas, incentivo ao uso sustentável dessas áreas e ações coordenadas dos governos, sociedade civil e organizações sem fins lucrativos devem ser discutidas e colocadas em prática a partir de agora.

O parque industrial instalado em diversas regiões do País pode ser apenas uma vítima aparente, mas o impacto atinge toda a sociedade. É verdade que a indústria automotiva tem feito muito para atacar o tema das mudanças climáticas. Mas como vimos isto ainda é insuficiente para conter esta mudança radical do planeta.

Os especialistas em meio ambiente, como Fernando Beltrame, acreditam que a COP 30, daqui um mês no meio da selva amazônica, pode ser um marco, um ponto de encontro para repensar estratégias: governos, empresas e sociedade civil precisam preencher as lacunas reveladas por eventos como o de Porto Feliz. Os prejuízos econômicos são significativos, mas as perdas humanas e naturais jamais podem ser negligenciadas.