Loguber compra 10 VW Delivery Express e espera expandir receita com frota própria

São Paulo – Com quase oito anos de mercado a transportadora Loguber, de São Paulo, passou a investir em caminhões para compor a sua frota própria e adquiriu dez unidades com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, todos do modelo Delivery Express. Com a aquisição a empresa espera reduzir o custo do frete e elevar em 25% as suas receitas.

A negociação foi fechada com o concessionário Dibracam e os veículos têm baú 30% mais leve, desenvolvido pela Pavan e dedicado ao Delivery. Com isto aumenta o peso disponível para transporte e, quando vazio, reduz o consumo de combustível.

Tarifaço ameaça contrato de exportação da Bridgestone Brasil

São Paulo – Com planejamento de longo prazo, especialmente visando a ampliar as exportações a partir do Brasil, a Bridgestone concluiu recentemente investimento de R$ 1 bilhão na fábrica de Santo André, SP, onde produz pneus para veículos pesados de carga. Foi uma verdadeira transformação na unidade, segundo contou Lafaiete Oliveira, o novo responsável pela operação local: o desenho da linha de montagem precisou ser refeito, novas edificações construídas e máquinas de última geração foram adquiridas.

O aporte colocou a Bridgestone do ABC Paulista no rol das mais modernas operações da companhia e a credenciou a exportar pneus para os Estados Unidos, um dos principais mercados globais. Estava tudo certo: de 500 mil a 600 mil compostos seriam enviados por ano para lá. Até chegar o tarifaço de Donald Trump e colocar 50% de imposto para o pneu de veículo pesado poder entrar no mercado local.

“Até o fim do ano temos este contrato garantido, foi o que o pessoal dos Estados Unidos concordou com a gente, porque temos itens em estoque e em fila de produção”, afirmou o executivo que chegou ao Brasil, seu país natal, nas últimas semanas após liderar a operação de Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai. “Mas a matriz já nos avisou que está avaliando outras fábricas Bridgestone pelo mundo para homologar o produto. O consumidor de lá não está disposto a pagar pela tarifa.”

Para Oliveira a incerteza é o pior dos cenários que poderia encontrar, ainda que esteja de certa forma vacinado pela experiência de trabalhar em mercados da América Latina. A Anip, que representa as fabricantes de pneus, tenta junto aos governos brasileiro e estadunidense reverter o cenário de tarifa, mas não há garantia. 

Duas de quatro máquinas adquiridas, de última geração, já foram instaladas na unidade. Há outra no porto, esperando o desembaraço, e outra agendada para o fim do ano que vem.

“O que eu faço? Suspenso a quarta máquina? Este ambiente de incerteza é extremamente prejudicial. Não sabemos se manteremos o investimento, se contratamos, se não contratamos, se postergamos o cronograma.”

O responsável pela operação da Bridgestone no Brasil disse aguardar o possível encontro dos presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva para mudar a situação: “Estou na torcida”.

Alternativas de exportação

Enquanto acompanha o desenrolar da questão com os Estados Unidos a Bridgestone do Brasil busca outros mercados para enviar os pneus produzidos em Santo André. Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e outros da América do Sul são destinos certos: “Recentemente abrimos conversas com mercados africanos. Estamos explorando alternativas, mas os Estados Unidos têm um mercado muito grande”.

Como agravante existe a invasão de pneus asiáticos em outros mercados, como ocorre no brasileiro – na semana passada a Anip pediu aumento do imposto de importação de pneus de passeio para 35%, negado pelo governo que o manteve em 25%.

“Para veículos comerciais a tarifa é 16%. Nós sabemos quanto custa a matéria-prima, qual o custo de produção e muitos dos pneus entram no Brasil a preços abaixo deste valor.”

Ele disse que outros mercados produtores estão se protegendo dos pneus da China, onde existe supercapacidade produtiva, e no Brasil não: “Não queremos benefícios. Só queremos colocar o jogo em patamar de igualdade”.

Além do aporte de R$ 1 bilhão em Santo André a Bridgestone investiu mais R$ 1 bilhão em Camaçari, BA, onde ficará concentrada a produção de pneus para carros de passeio. Eles também eram fabricados no ABC Paulista mas, com a reorganização, cada fábrica ficou dedicada a um segmento.

Stellantis confirma a produção do Jeep Avenger em Porto Real

São Paulo – Agora é oficial: o Jeep Avenger será produzido no Polo Stellantis de Porto Real, RJ. A companhia confirmou a informação na manhã da segunda-feira, 29, e que integra o investimento de R$ 3 bilhões dentro do plano de R$ 30 bilhões para o Brasil até 2030, na unidade sul-fluminense.

“Temos orgulho em anunciar a produção do Jeep Avenger em nosso Polo Automotivo Stellantis de Porto Real”, disse Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis América do Sul e responsável global pela divisão de veículos comerciais Stellantis Pro One. “Sucesso ao redor do mundo o modelo reforça o protagonismo da nossa equipe na América do Sul, que produz o mais alto padrão de qualidade, inovação, conhecimento e capacidade técnica”.

Como o Avenger é montado sobre a plataforma CMP originada da PSA, agora chamada de Smart Car dentro da Stellantis, havia a expectativa de que fosse fabricado em Porto Real, onde ela está instalada e de onde atualmente saem apenas modelos Citroën – C3, Aircross e Basalt. Hoje os três modelos Jeep nacionais são produzidos em Goiana, PE: Renegade, Compass e Commander.

O quarto Jeep nacional, portanto, será o primeiro fabricado fora de Pernambuco.

Desde o início do ano trezentos trabalhadores foram contratados para o polo. Segundo a Stellantis cinco fornecedores se instalarão na região até o fim do ano que vem, dois deles dentro do seu parque industrial.

Investimentos em ônibus elétricos chegam a US$ 4,4 bilhões na América Latina

São Paulo – Os investimentos em ônibus elétricos somaram US$ 4,4 bilhões na América Latina, de acordo com o relatório Zebra, Zero Emission Bus Rapid-deployment Accelerator. Santiago, no Chile, São Paulo e Bogotá, na Colômbia, são as que mais investiram.

A frota circulante de ônibus elétricos na região chegou a 7 mil unidades até setembro de 2025, contra 1,4 mil unidades em 2019.

O relatório considerou os aportes no Brasil, Chile, Colômbia e México, que só em 2025 investiram US$ 1,8 bilhão em ônibus elétricos. Este movimento mostra que a América Latina está no caminho da descarbonização do transporte público, sendo uma das regiões que mais investe no mundo, mas o desafio agora é avançar com a descarbonização em cidades menores.

Em São Paulo a expectativa é de que a frota de ônibus elétricos chegue a 1,2 mil unidades até o fim de 2025.

Vendas de novas cotas de consórcios superam os R$ 313 bilhões até agosto

São Paulo – As vendas de cotas de consórcios somaram 3,3 milhões de unidades de janeiro a agosto, alta de 11,4% na comparação com igual período do ano passado. Foi o maior volume já comercializado no período. Os valores negociados chegaram a R$ 313,7 bilhões no acumulado do ano, superando em 24,6% o mesmo período de 2024, de acordo com dados divulgados pela Abac, Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.

Das 3,3 milhões de cotas vendidas no ano 1,3 milhão foi de veículos leves, 960,7 mil de motocicletas, 815 mil de imóveis, 133,4 mil de veículos pesados, 133,9 mil em eletrônicos e outros bens duráveis e 40,7 mil em serviços.

O número de consorciados contemplados no ano foi de 1,2 milhão, volume 2,7% superior ao registrado de janeiro a agosto do ano passado. Deste volume 506,2 mil contemplações foram em veículos leves, 437,6 mil em motocicletas, 93,3 mil em imóveis e 62,7 mil em veículos pesados.

Murilo Riedel é o novo conselheiro da Ituran

São Paulo – A Ituran anunciou Murilo Riedel como seu novo conselheiro. Ele atuará de forma estratégica em soluções para o segmento de seguros e de outras áreas. Riedel também terá como foco o fortalecimento da marca Ituran no Brasil e do portfólio de produtos.

O conselheiro é formado em administração pela FEA USP, com especialização em estatística aplicada pela USP e MBA pela FIA USP, com mais de quarenta anos de experiência no segmento de seguros, atuando como diretor e responsável por toda a área de seguros do Banco Santander e como CEO da HDI Seguros.

Capital paulista deverá ter 1,2 mil ônibus elétricos em circulação até dezembro

São Paulo – A cidade de São Paulo deverá ter 1,2 mil ônibus elétricos em circulação até o fim de dezembro, segundo afirmou o prefeito Ricardo Nunes no seminário Caminhos para a Eletromobilidade Urbana em São Paulo, na terça-feira, 23.  

A frota eletrificada de ônibus da cidade recebeu mais 120 unidades recentemente, chegando a 961 veículos, sendo 760 ônibus elétricos movidos a bateria e 201 trólebus. De acordo com o prefeito o investimento maior se paga no longo prazo, pois o custo operacional de um ônibus elétrico é de R$ 5 mil, contra R$ 25 mil de um diesel, gerando economia anual de R$ 240 mil.

Ricardo Bastos, presidente da ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, disse que os veículos elétricos também estão avançando em outros segmentos, como nas entregas urbanas e nos aplicativos de transporte, pelas vantagens econômicas.

Indústria direciona esforços para o estabelecimento de teto do Imposto Seletivo

São Paulo – Prevista para a quarta-feira, 24, a votação da segunda parte da regulamentação da reforma tributária foi adiada para, inicialmente, a terça-feira, 30, muito por causa do lobby feito pela Anfavea para que seja adicionado um teto de 5% para o Imposto Seletivo para veículos leves. Uma emenda foi apresentada pelo senador Carlos Viana, do Podemos, MG, que prometeu fazer um destaque em plenário a seu favor.

Igor Calvet, presidente executivo da Anfavea, disse acreditar em boa possibilidade de haver aprovação no plenário do Senado. “Depois vai para a Câmara. Aí é uma batalha diferente”, afirmou na sexta-feira, 26, em conversa com jornalistas no Summit Futuro da Mobilidade, organizado por AutoEsporte e Valor Econômico.

O presidente da Anfavea disse ter percorrido o gabinete de mais de quarenta senadores em dois dias para mostrar a visão da indústria sobre o imposto. Ele teme que os veículos tenham alíquotas elevadas após a aprovação da reforma tributária: “A informação que chegou a nós é a de um imposto seletivo base de 10%, ao qual seriam aplicados os bônus e malus. Nossa proposta é 5% de teto”.

Como adiantou Uallace Moreira Lima, secretário de desenvolvimento industrial, inovação, comércio e serviços do MDIC, em entrevista a AutoData, o IPI Verde seria a base do Imposto Seletivo. Assim, ao veículo leve seria aplicado os IBS e CBS, dois novos impostos criados com a reforma, na faixa dos 28%, a tarifa-base de 10% do IS e mais os bonus e malus que foram estabelecidos com o IPI verde. Um veículo a diesel poderia ter mais de 50% de imposto, por exemplo.

Presidentes criticam inclusão dos veículos

Santiago Chamorro, presidente da General Motors América do Sul, que participou do evento, afirmou que a inclusão de veículos no chamado imposto do pecado coloca a indústria “ao lado de outros setores que geram grandes problemas”.

“Estamos investindo mais de uma centena de bilhões de reais no Brasil e ganhando um imposto de presente? Meu número ideal para esta alíquota é zero!”

Segundo Emanuele Cappellano, presidente da Stellantis para a América do Sul, a cobrança de mais impostos nos veículos reduziria a acessibilidade da população e inibiria a entrada de carros novos no parque circulante: “Os carros novos têm mais tecnologia e menos emissão. Cobrar mais impostos incentiva os carros poluentes e segue direção contrária do que pretende o Mover [Programa Mobilidade Verde e Inovação]”.

Cappellano disse que “uma alíquota próxima de zero” seria o ideal. 

O presidente e diretor geral da Renault do Brasil, Ariel Montenegro, acrescentou que a cobrança de impostos elevados prejudicaria o mercado brasileiro de veículos e a própria indústria local: “As vendas ainda não recuperaram os patamares do passado. Ainda temos a taxa de juros em nível elevado. A adição de um imposto é um sinal negativo e uma ameaça a novos investimentos por aqui”.

Toyota considera importar motores para retomar a produção de veículos

São Paulo – Passado o susto com as fortes chuvas que destruíram parte da fábrica de motores em Porto Feliz, SP, na segunda-feira, 22, e após a constatação de que a produção deverá ficar suspensa até o início do ano que vem, a Toyota afirmou considerar a possibilidade de importar motores.

“Em uma primeira análise a retomada da fábrica de motores deverá levar meses e, considerando esta situação, a empresa está buscando alternativas de fornecimento de motores junto a unidades da Toyota em outros países, com o objetivo de retomar a produção de veículos nas plantas de Sorocaba e Indaiatuba [SP]”, informou a montadora, em nota. 

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, Leandro Soares, afirmou que, dentro desta intenção da companhia de encontrar maneiras de minimizar esta parada, é considerado, por exemplo, trazer motores da Tailândia: “O que dificulta um pouco o processo é que o único motor híbrido flex que a Toyota produz no mundo está no Brasil. Então não é algo tão simples, requer modificação e adaptação de outra unidade para produzir esses motores, mas a empresa está estudando as possibilidades”.

Outra opção, cogitou Manoel Neres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itu e Região, que abrange Porto Feliz, seria tentar recuperar uma linha de montagem e aproveitar a cadeia de fornecedores que poderia dar conta das atividades de usinagem e fundição.

“Estamos discutindo esta situação com os sistemistas que trabalham com a Toyota. Será estudada a possibilidade com clientes que reúnam as condições de fundirem o cabeçote de motor e fazer o serviço de usinagem para agilizar a retomada de uma linha de montagem.”

Enquanto isto os trabalhadores das três unidades, Porto Feliz, Sorocaba e Indaiatuba, estão em casa com desconto no banco de horas. A partir de 1º de outubro eles entrarão em férias coletivas de vinte dias e, posteriormente, terão layoff que se estenderá de sessenta a 150 dias, ou seja, de dois a cinco meses.

Em assembleia virtual realizada na sexta-feira, 26, foi aprovada a ampliação de benefício durante o período de layoff. Anteriormente só receberia 100% do vencimento quem tivesse salário de até R$ 4,5 mil. Agora a montadora aprovou esta condição para quem recebe até R$ 10 mil, informou Soares.

A Toyota tem ainda outra questão para solucionar, além da importação de motores, que é o redirecionamento da produção que tem como destino mercados externos atendidos pelo Brasil, responsável por abastecer toda a América Latina e os Estados Unidos.

De acordo com a montadora levantamento de danos prossegue com bastante cuidado em Porto Feliz, a fim de permitir o desenvolvimento dos respectivos planos de reparo, mantendo a segurança das pessoas como a maior prioridade: “Mesmo diante deste cenário desafiador a Toyota do Brasil segue confiante na superação de todos os obstáculos para uma rápida recuperação de suas atividades de produção de motores e veículos no País.”

Como a reportagem da Agência AutoData noticiou na terça-feira, 23, o lançamento do Yaris Cross, previsto para outubro, foi adiado, ainda sem uma nova data

Trabalhadores da Scania aprovam reajuste salarial por dois anos

São Paulo – Após diversas rodadas de negociações e paralisação de duas horas na linha de produção de São Bernardo do Campo, SP, na última semana, a Scania ofereceu proposta salarial aprovada em assembleia com os trabalhadores realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Válido por dois anos o acordo prevê reajuste de 4% nos salários e correção de 30% no vale-alimentação retroativos a 1º de setembro, data-base da categoria. 

O sindicato pleiteava 5,05% da reposição do INPC, Índice Nacional de Preços ao Consumidor, mais aumento real que alcançasse, no mínimo, 6,4% de correção para este ano. No entanto a contraproposta ofereceu reajuste maior no benefício e também assegurou o aumento de 2026. 

Para setembro do ano que vem está garantida a reposição da inflação mais 1% de aumento real. A correção do vale-alimentação seguirá a mesma fórmula. Também foram aprovados os valores da PLR, participação nos lucros e resultados, para os dois anos, a serem pagos em duas parcelas, e as cláusulas sociais foram mantidas. 

O coordenador da representação sindical na Scania, Francisco Souza dos Santos, conhecido como Maicon, relatou as dificuldades enfrentadas na mesa dadas as condições de mercado em queda frente ao cenário econômico com juros na casa dos 15% ao ano e maior dificuldade de acesso ao crédito:

“Foram realizadas dezessete reuniões para chegarmos a esta proposta”, contou Maicon. “Mas a mobilização dos trabalhadores e o entendimento de todos foram fundamentais para avançarmos.”

Trabalham hoje na Scania em São Bernardo do Campo em torno de 5 mil profissionais.