Hyundai investe mundialmente em toda a cadeia do hidrogênio – da produção à utilização –, apostando que é a melhor solução de energia limpa para o futuro da mobilidade. E a filial brasileira está nos planos para adotá-la
Em janeiro deste ano, durante a realização da CES (Consumer Electronics Show) 2024, em Las Vegas, Estados Unidos, Jaehoon Chang, Presidente e CEO da Hyundai Motor Company, profetizou em seu discurso de abertura do evento uma daquelas frases de teor indiscutível. “O hidrogênio limpo deve ser para todos, impulsionando tudo, e disponível em todos os lugares”. Mais do que conceder pistas de qual será a aposta da gigante sul-coreana para o futuro da mobilidade, o executivo simbolizou um movimento que nasceu na matriz da empresa, em Seul, e logo foi disseminado por todas as filiais da montadora no mundo: a Hyundai quer criar um ambiente de vida melhor para as pessoas, comprometendo-se a atingir a neutralidade de carbono até 2045.
Para atingir tal meta, a Hyundai vai promover o uso focado em 100% de energia renovável em suas fábricas ao redor do mundo até 2045, estendendo esse compromisso às subsidiárias até 2050. A energia a partir do hidrogênio desempenhará um papel proeminente no cumprimento desses objetivos.
Durante quase metade da existência da empresa, a Hyundai esteve na vanguarda do desenvolvimento do uso do hidrogênio, proporcionando muitas conquistas pioneiras, incluindo os primeiros veículos elétricos com célula de combustível (FCEVs) produzidos em massa no mundo – o iX35 Fuel Cell estreou em 2013 no mercado mundial.
Atualmente, o modelo que possui protagonismo mundial é o Hyundai Nexo. Trata-se de um SUV de porte médio, com 4,67 metros de comprimento (37 cm maior que o Creta), que desenvolve 183 cv de potência combinada entre a propulsão fuel cell e o motor elétrico. O modelo garante autonomia de 666 km (ciclo WLTP). Foi concebido para ser extremamente econômico, com notáveis nuances de preocupações aerodinâmicas e uma arquitetura que proporciona uma ótima relação peso/potência.
O veículo traz atributos que mais parecem ter saído de filmes de ficção científica: ele filtra e purifica o ar durante a rodagem. Isso ocorre graças ao filtro de ar de alto desempenho que pode absorver micropartículas de tamanho irrisório, inclusive aquelas que causam danos respiratórios aos seres humanos quando os níveis são muito altos.
Outro exemplo digno de nota é o caminhão Xcient com célula de combustível. Na versão Cargo, conta com versões 4×2 e 6×2, e PBT de até 42 ton. Roda mais de 400 km com uma única carga. Conta também com versão Tractor 6×4 (foto abaixo), com autonomia de mais de 700 km. É eficiente, totalmente limpo e proporciona um baixíssimo custo por km, pois também utiliza um sistema de pilha de combustível combinada a um motor elétrico. O modelo possui vários features tecnológicos, como terceiro eixo com rodas ester çantes, tanques de hidrogênio acondicionados entre a cabine e o implemento e suspensões dianteira e traseira a ar.
O hidrogênio desempenha um papel crucial no roteiro de sustentabilidade da Hyundai, pois é uma fonte de energia limpa, com a água sendo seu único subproduto quando usado como combustível. Também permite a maximização da utilização de energia renovável em todo o mundo devido às suas vantagens em armazenamento e distribuição. As soluções de hidrogênio da Hyundai fomentam sua adoção além de carros de passeio, caminhões e ônibus. Incluem bondes, equipamentos especiais, embarcações, geradores de energia e mobilidade aérea avançada.
Tradicionalmente, as montadoras têm se concentrado na utilização de veículos, enquanto outras indústrias cobrem a produção, armazenamento e transporte de energia. Essa abordagem levou a um lento e desafiador processo de transição energética. A Hyundai pretende superar essas limitações, combinando e integrando suas competências de hidrogênio em todo o Grupo Hyundai Motor para revolucionar a transição energética e acelerar o estabelecimento de uma sociedade baseada no hidrogênio.
De olho nos movimentos da matriz, a filial brasileira tem grandes chances de adotar boa parte das novas tecnologias, não só nos futuros veículos a serem produzidos, bem como na adoção de novas tecnologias para a produção do hidrogênio.