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Trabalho
12/03/2019

Metalúrgicos seguem na luta por Taboão

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Foto Jornalista Redação AutoData

Redação AutoData

São Paulo – Após ouvir da diretoria global da Ford, em Dearborn, MI, que não aplicará nem 1 centavo a mais na fábrica do Taboão, em São Bernardo do Campo, SP, os dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC decidiram centralizar seus esforços na manutenção dos empregos da unidade, que o governo do Estado de São Paulo colocou à venda.

 

Os metalúrgicos receberam a confirmação de que a Ford recebeu três propostas e agora negocia com os grupos interessados. Segundo o presidente Wagner Santana, o Wagnão, “não importa se seja [investidor] brasileiro ou internacional, importa que se comprometa com os empregos”.

 

A diretoria da companhia não revelou quem são os interessados.

 

Os argumentos apresentados por Wagnão, por José Quixabeira de Anchieta, o Paraíba, coordenador do comitê sindical na Ford, e por Rafael Marques, ex-presidente do sindicato e funcionário da fábrica do Taboão, durante a reunião com a diretoria local ajudam a convencer os potenciais compradores. Um desses argumentos é a versatilidade da mão-de-obra, especializada tanto na montagem de automóveis quanto de caminhões – a fábrica produziu, nos últimos anos, Fiesta, a linha Cargo e a Série F.

 

Para Marques, a direção da Ford cometeu erros estratégicos na América do Sul: “A direção local não fez a leitura correta do mercado brasileiro e argentino ao definir o tipo de projeto a ser produzido no Brasil. Caminhões sempre foram uma força da Ford no Brasil. Não conseguimos entender a decisão de abandonar esse produto, esse mercado e esses trabalhadores”.

 

Os metalúrgicos querem, agora, participar ativamente das discussões com os potenciais interessados em adquirir a fábrica. A luta, segundo Wagnão, é pela manutenção dos empregos da unidade: “O patrão desistiu, mas nós não desistimos. Não permitiremos que um acordo de compra e venda da Ford seja feito sem que inclua a garantia de que estes trabalhadores continuarão aqui”.

 

As informações foram repassadas aos demais trabalhadores do Taboão na manhã de terça-feira, 12, em assembleia na porta da fábrica. Uma nova assembleia foi agendada para a quinta-feira, 14, no mesmo local – até lá, os metalúrgicos manterão a paralisação iniciada em 19 de fevereiro.

 

Foto: Adonis Guerra/SMABC