AutoData - Empresas do setor automotivo seriam suspeitas em operação da Polícia Federal
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04/05/2015

Empresas do setor automotivo seriam suspeitas em operação da Polícia Federal

Por Redação AutoData

- 04/05/2015

Nomes de empresas suspeitas de participar de um esquema de suborno dentro da Receita Federal começaram a ser revelados. Embora sem confirmação oficial, pois as investigações da Polícia Federal na ação chamada de Operação Zelotes correm em sigilo, algumas companhias do setor automotivo, dentre diversos segmentos de atuação, foram citadas em reportagens veiculadas por O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, Zero Hora e Rede Globo no último fim de semana.

Em torno de setenta empresas seriam suspeitas de pagar propina para integrantes do Carf, Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, da Receita Federal. O órgão funciona como uma espécie de tribunal superior da autarquia, julgando autuações contestadas por grandes empresas. Tramitam nessa instância mais de 100 mil processos com mais de R$ 500 bilhões em multas contestadas.

A suspeita é de que o esquema pode ter desviado em torno de R$ 19 bilhões de 2005 a 2015, dos quais R$ 5,7 bilhões, segundo a PF, já estão comprovados. Dentre bancos, construtoras e empresas de outros setores, as empresas do setor automotivo citadas pelas reportagens foram Grupo Caoa, Ford, Marcopolo e Mitsubishi.

Procuradas pela reportagem da Agência AutoData, Ford e Mitsubishi afirmaram, ambas por meio de porta-voz, que não comentariam o assunto.

Por sua vez a Caoa afirmou não ter nenhuma relação com a Operação Zelotes. Segundo porta-voz a empresa perdeu os dois únicos processos que teve no Carf, ambos por seis votos a zero.

Já a Marcopolo afirmou, por meio de nota, desconhecer a investigação. A companhia com sede em Caxias do Sul, RS, ressaltou que possui “programa de compliance que assegura rigorosos padrões éticos e legais na condução de todos os seus relacionamentos com entes da administração pública”.

As investigações da Polícia Federal continuam sob sigilo. A suspeita é que os integrantes do Carf recebiam propinas, que poderiam variar de 1% a 10% das multas, para alterar ou aceitar recursos que tinham como finalidade favorecer as empresas envolvidas.


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