Uma semana após reunião com Armando Monteiro, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em São Paulo, a caravana de presidentes e executivos da indústria automotiva seguiu para o Palácio do Planalto, em Brasília, DF.
Na tarde de quarta-feira, 1º., os dirigentes foram recebidos pela presidente Dilma Rousseff e pelos ministros Joaquim Levy, da Fazenda, Gilberto Kassab, das Cidades, e Aloizio Mercadante, da Casa Civil.
A pauta apresentada ao governo abrangeu temas como a perda de competitividade da indústria nacional, dificuldades no mercado interno e nas exportações, a efetivação do programa de renovação de frota – ainda que inicialmente para caminhões – e o fim de alterações nas condições de financiamento via BNDES, a exemplo da ocorrida na linha Moderfrota, na última semana.
Em entrevista coletiva concedida ao fim do encontro Mercadante afirmou que “trabalhará junto com a Anfavea para o avanço da indústria de automotores” e que o governo dará respostas às demandas em trinta dias. Porém, já antecipou entender que “o governo foi longe demais nas desonerações fiscais” – o que parece indicar que possíveis benefícios como a volta da redução do IPI estão descartados.
O ministro admitiu, ainda, que o governo precisa “ter mais foco na questão das exportações”.
A criação de um Plano Nacional de Exportações foi destaque. A indústria automotiva discutirá, nos próximos trinta dias, sugestões de projetos estruturantes para esse segmento.
Representantes da indústria ouvidos por AutoData, contudo, deixaram a reunião reticentes. Há quem considere o encontro positivo, ainda que minimamente. Fonte que participou do encontro afirmou à reportagem que “o governo formará grupos de estudo com a Anfavea para verificar maneiras de avançar em competitividade”.
Outros embarcaram frustrados no Aeroporto de Brasília. “Mostramos todo o contexto, o aumento dos custos fixos, a queda no faturamento e a dificuldade de manter postos de trabalho. Mesmo assim não há nada concreto, nenhuma medida que auxilie na retomada do mercado. Foi o mesmo discurso de sempre.”
Dentre os presentes estavam Antonio Megale, Arturo Piñeiro, Cledorvino Belini, Fernanda Villas-Bôas, Koji Kondo, Marcos Munhoz, Marcus Vinicius de Aguiar, Paulo Takeuchi, Philip Schiemer, Roberto Cortes, Rogério Rezende, Steven Armstrong, Valentino Rizzioli e Vilmar Fistarol.
AUTOPEÇAS – Ainda na agitada quarta-feira, 1º., a Camex anunciou inclusão de cinco itens na lista de autopeças sem produção nacional. De acordo com o órgão “a medida está alinhada à política industrial do setor automotivo, com o objetivo de aumentar a competitividade”. Os itens receberam reduções tarifárias de 14% e 16% para 2%.
São eles sensor indutivo de movimento, definido pela Camex como “componente para o monitoramento das rodas direcionais e de tração durante o processo de frenagem, que melhora a segurança e a eficiência dos veículos montados no Brasil”, módulos hidráulicos, ou “sistemas que permitem que cada roda trabalhe independentemente, de forma que elas não travem ou acelerem demasiadamente, dando maior segurança e estabilidade ao veículo”, unidades de controle eletrônico, “componentes que recebem sinais de entrada do interruptor mecânico de impacto instalado no veículo e controlam o acionamento das bolsas de ar e o pré-tensionador do cinto de segurança com base em sinais elétricos recebidos dos sensores de impacto e de deslocamento, módulos eletrônicos VMCU, “que funcionam como uma unidade central de comando, melhorando a tecnologia do caminhão, o que facilita o comando e melhora a efetividade de sistemas integrados” e módulos eletrônicos BBM, “que possuem a função de aumentar a confiabilidade dos sistemas relacionados à carroceria do veículo por meio da realização de verificações constantes dos parâmetros da rede, sendo responsáveis por monitorar os pedais de aceleração e freio, e efetuar os respectivos comandos nos sistemas de gerenciamento do motor, alimentação, frenagem e bloqueio”.
Ainda de acordo com a Camex a revisão da lista foi realizada “a partir de propostas apresentadas por entidades representativas do setor privado”.
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