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19/10/2015

VW é a segunda montadora a aderir ao PPE

Por Redação AutoData

- 19/10/2015

A Volkswagen seguiu a Mercedes-Benz e será a segunda montadora a aderir ao PPE, Programa de Proteção ao Emprego. Em assembleia realizada na tarde da quarta-feira, 17, os trabalhadores na unidade da Anchieta aprovaram acordo que prevê redução de 20% da jornada de trabalho por seis meses, prorrogáveis por mais seis, com redução de 10% dos salários – a diferença dos outros 10% será financiada pelo FAT, o Fundo de Amparo ao Trabalhador, conforme estabelecem as regras do PPE.

As informações foram divulgadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que também negociou o programa na unidade da Mercedes-Benz na região.

A negociação excluiu a redução salarial das férias e do décimo-terceiro salário, algo não previsto originalmente no programa. Outra exclusividade foi a aprovação de garantia de complementação pela montadora quando a compensação máxima paga pelo governo, de R$ 900, não atingir a metade da redução salarial do trabalhador.

Em comunicado Wagner Santana, secretário geral do Sindicato e ele mesmo funcionário da unidade, explicou que “desta forma nenhum trabalhador terá uma redução salarial maior do que 10%”.

Em contrapartida, afirma o sindicato, “o acordo assinado em janeiro deste ano é reafirmado, garantindo estabilidade no emprego até 2019”. Na época a montadora chegou a anunciar oitocentas demissões, mas depois desistiu diante de aprovação de acordo com os metalúrgicos.

Com o PPE, 850 dos 2,6 mil funcionários em lay off retornarão à fábrica em 1º de novembro e o restante em janeiro de 2016 – e todos serão automaticamente incluídos no programa assim que forem reintegrados à unidade. Mas no total, segundo o sindicato, 11,5 mil trabalhadores entrarão no plano de redução de jornada e salários. É praticamente toda a força de trabalho da unidade.

“Ficarão de fora apenas aqueles que atuam em áreas em que não é possível reduzir a jornada por motivos de segurança, como a manutenção”, complementou o sindicato.

Segundo a nota, “havia previsão de que o acordo [assinado em janeiro] poderia ser revisto caso a produção não atingisse mínimo de 250 mil veículos por ano”.  Santana complementou afirmando que “a produção vem caindo e devemos terminar o ano abaixo dos níveis que estavam previstos no acordo em janeiro. Agora já temos o mecanismo que vai dar conta desse cenário”.

Outras quatro empresas de autopeças da região do ABCD também já aderiram ao PPE.

FORD – Enquanto isso na Ford Taboão a greve dos metalúrgicos contra duzentas demissões entrou no oitavo dia. O pessoal da pintura e do administrativo não entrou para trabalhar – a estratégia do sindicato é paralisar diferentes áreas vitais da fábrica a cada dia.

“Ontem foi o pessoal na logística e os mensalistas que não entraram e, na segunda-feira, a ferramentaria e a manutenção. Nos dois primeiros dias, a fábrica dispensou todos os trabalhadores ao ver que não tinha condições de rodar”, revelou em nota o coordenador do sindicato Adalto Oliveira, o Sapinho.

Nova reunião com representantes de montadora e sindicato foi realizada na manhã da quinta-feira, 17, mas um acordo para colocar fim ao movimento ainda não aconteceu.


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