A indústria de motocicletas prevê encerrar este ano com de 1 milhão 280 mil unidades comercializadas no varejo, o que representará queda de 11% em relação aos emplacamentos de 2014 e a marca de quatro anos consecutivos de retração no mercado. Apesar do cenário de dificuldades, no entanto, representantes das duas principais fabricantes de motocicletas do País, Honda e Yamaha, garantem que os investimentos locais estão mantidos, principalmente em inovação e novos produtos. Ao lado da Abraciclo, formaram painel que encerrou o primeiro dia do Congresso AutoData Perspectivas 2016, na Fecomercio, em São Paulo.
O diretor da Moto Honda, Alexandre Cury, destacou que além de manter os investimentos em novos modelos a empresa trabalha também para aumentar a nacionalização dos seus produtos, seja por meio da parceira com fornecedores locais ou mesmo em processos de verticalização. “A nacionalização é uma necessidade frente à valorização do dólar e a forma como vamos ampliá-la vai depender dos volumes de venda. Precisamos buscar maior competitividade.”
Sem descartar a necessidade de aumentar a localização de peças o diretor da Yamaha, Márcio Hegenberg Jr., fez ressalva: “O processo de nacionalização pode chegar a um ano e meio. O problema é investir em maior conteúdo local e o dólar voltar a cair para os patamares anteriores.” O executivo garantiu, porém, que a empresa mantém todos os seus investimentos no Brasil, lembrando que no Salão Duas Rodas 2015, realizado no início deste mês, apresentou quatro novos modelos. “E outros virão.”
O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, aproveitou a oportunidade para destacar o potencial do mercado brasileiro: “Nos últimos cinco anos a indústria de motos fez 209 lançamentos, sem contar os quarenta novos modelos apresentados no Salão Duas Rodas deste ano, que teve público recorde de 470 mil visitantes. Os investimentos em novos produtos é uma prova de que o setor acredita no potencial do mercado”.
Segundo Fermanian a retração no mercado de motos deve-se principalmente às restrições na área de crédito, aplicadas a partir de 2012, quando a inadimplência no setor registrou alta. Hoje os bancos dos fabricantes são os principais agentes financiadores dos consumidores de veículos de duas rodas: “O consórcio também tem grande peso em nossos negócios, respondendo por um terço das vendas. O restante é dividido por vendas financiadas e à vista”.
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