AutoData - MAN reajustará preços a partir de novembro
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23/11/2015

MAN reajustará preços a partir de novembro

Por Alzira Rodrigues

- 23/11/2015

O presidente da MAN Latin America, Roberto Cortes, considera a atual crise como a pior das dezoito que já atravessou em sua carreira de 35 anos na indústria automotiva. Durante palestra no segundo dia do Congresso AutoData Perspectivas 2016, na quarta-feira, 21, na Fecomercio, em São Paulo, revelou que a empresa não tem mais com segurar seus preços e, assim, praticará aumento de 2% a partir de novembro:

“Temos uma defasagem de 15% e decidimos reajustar nossas tabelas em 2% em novembro e outros 5,5% em janeiro. O restante virá parcelado, com mais um aumento no segundo trimestre e outro ao longo do segundo semestre”.

De acordo com o executivo a indústria de caminhões opera este ano com prejuízo não só pela acentuada queda nas vendas mas também por não ter repassado alta dos custos desde 2012, quando entrou em vigor a legislação Euro 5. “A guerra de preços no mercado, acirrada pela necessidade de sobreviver à retração nas vendas, comprometeu significativamente as margens das fabricantes.”

Com relação a 2016, disse que “a única certeza é que nunca vivemos tantas incertezas”.  A produção da indústria de caminhões e ônibus cairá quase 50%, para menos de 120 mil unidades, o que representa ociosidade de 70% frente à capacidade instalada de 380 mil. A MAN discute atualmente com seus funcionários de Resende, RJ, a adoção do PPE, Programa de Proteção ao Emprego, a partir de janeiro.

Segundo Cortes, em novembro um grupo de funcionários retorna de um período de cinco meses de lay-off e em dezembro encerra-se acordo  feito com outra parte dos trabalhadores de redução de 10% de jornada e de salários.  A empresa propôs agora redução de 20% nos dois casos, mas na quarta-feira, 21, os empregados rejeitaram a proposta inicial – outra será discutida na quinta-feira, 22.

Conhecido pelo seu otimismo em relação ao mercado brasileiro, desta vez Cortes mostrou-se reticente em suas análises. Avaliou como risco a manutenção em 2016 dos mesmos níveis de venda e de produção deste ano, mas não descarta que isso venha a ocorrer. Para haver algum crescimento, considerou, a crise política precisa ser atenuada e a inflação baixar para cerca de 6% a 7% além de, em paralelo, ocorrer o retorno gradativo da confiança do consumidor.

Especificamente no setor de caminhões Cortes julga essencial a manutenção do processo simplificado de concessão de crédito, a volta do financiamento integral via Finame – hoje o PSI só empresta 50% – e, ainda, que seja adotado esse tipo de financiamento oficial para os veículos usados. Por fim, defendeu a criação do tão esperado programa de renovação de frota, fundamental para gerar novos negócios no mercado.

Apesar, no entanto, dos inúmeros problemas elencados, o presidente da MAN terminou sua apresentação destacando a importância de continuar a acreditar no Brasil: “Não mexemos no nosso programa de investimento de R$ 1 bilhão no período de 2012 a 2017 e acabamos de lançar a linha 2016, com dezessete novos modelos. Os fundamentos da economia estão todos aí e temos que continuar acreditando”.


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